A contagem regressiva para o fim da guerra no Leste Europeu atrai os olhares de interesse do mundo produtivo não só por seu impacto econômico, mas também pelas oportunidades de negócios em escala global que a situação ocasiona. A ausência parcial ou total da produção de trigo na Ucrânia moverá uma cadeia de efeitos econômicos inédita dentro de apenas 40 dias.
No país, o plantio do grão — considerado pela FAO o mais
importante do mundo para a alimentação humana — depende do fim do conflito com
a Rússia, para que, no final da colheita, o mercado europeu seja abastecido
como de costume. A Ucrânia, com seus amplos campos agricultáveis e tecnologia
dedicada a essa cultura, é o principal fornecedor de trigo do continente
europeu — um poderoso mercado que sairá em busca de outros produtores.
“Vai afetar o mundo inteiro, porque isso é vaso comunicante”,
prevê Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura e coordenador do Centro de
Agronegócios da Fundação Getulio Vargas. Não é possível quantificar
precisamente o impacto da ausência completa da produção agrícola ucraniana no
mercado internacional, mas agricultores ao redor do mundo se preparam para
ocupar o espaço e atender à demanda.
Se o movimento espontâneo do agronegócio mundial não for
eficiente para repor a produção, o cenário é de agravamento importante da
insegurança alimentar no mundo, por causa da pressão inédita sobre o preço dos
alimentos. “A fome é um problema social, mas também político. Diz respeito à
estabilidade política das nações”, lembra o ex-ministro. “Famintos derrubam
governos. Lembremo-nos da Primavera Árabe”, ressalta, numa referência ao
movimento que começou com a estagnação econômica da Tunísia, em 2010, e causou
uma onda de protestos generalizada por toda a região, com impacto sobre os
governos.
A reconfiguração do mercado parece também inevitável mesmo
diante de um cenário de acordo de paz e de retomada da atividade agrícola na
Ucrânia. O país deve emergir do conflito com a economia e a infraestrutura em
frangalhos, com sérias dificuldades de escoar sua produção também de milho,
grão que afeta a produção de carne, por ser componente importante da
alimentação dos rebanhos.
A contagem regressiva
para o fim da guerra no Leste Europeu atrai os olhares de interesse do mundo
produtivo não só por seu impacto econômico, mas também pelas oportunidades de
negócios em escala global que a situação ocasiona. A ausência parcial ou total
da produção de trigo na Ucrânia moverá uma cadeia de efeitos econômicos inédita
dentro de apenas 40 dias.
No país, o plantio do grão — considerado pela FAO o mais
importante do mundo para a alimentação humana — depende do fim do conflito com
a Rússia, para que, no final da colheita, o mercado europeu seja abastecido
como de costume. A Ucrânia, com seus amplos campos agricultáveis e tecnologia
dedicada a essa cultura, é o principal fornecedor de trigo do continente
europeu — um poderoso mercado que sairá em busca de outros produtores.
“Vai afetar o mundo inteiro, porque isso é vaso comunicante”,
prevê Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura e coordenador do Centro de
Agronegócios da Fundação Getulio Vargas. Não é possível quantificar
precisamente o impacto da ausência completa da produção agrícola ucraniana no
mercado internacional, mas agricultores ao redor do mundo se preparam para
ocupar o espaço e atender à demanda.
Se o movimento espontâneo do agronegócio mundial não for
eficiente para repor a produção, o cenário é de agravamento importante da
insegurança alimentar no mundo, por causa da pressão inédita sobre o preço dos
alimentos. “A fome é um problema social, mas também político. Diz respeito à
estabilidade política das nações”, lembra o ex-ministro. “Famintos derrubam
governos. Lembremo-nos da Primavera Árabe”, ressalta, numa referência ao
movimento que começou com a estagnação econômica da Tunísia, em 2010, e causou
uma onda de protestos generalizada por toda a região, com impacto sobre os
governos.
A reconfiguração do mercado parece também inevitável mesmo
diante de um cenário de acordo de paz e de retomada da atividade agrícola na
Ucrânia. O país deve emergir do conflito com a economia e a infraestrutura em
frangalhos, com sérias dificuldades de escoar sua produção também de milho,
grão que afeta a produção de carne, por ser componente importante da
alimentação dos rebanhos.
AGORA RN
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