São Paulo (AE) - A produção de grãos no Brasil na safra
2021/2022 poderá atingir 269,13 milhões de toneladas, o que representa 5,4%, ou
13,8 milhões de toneladas, a mais em comparação com a safra anterior 2020/21
(255,51 milhões de t). Os números fazem parte do sétimo levantamento da
Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nessa quinta-feira (7).
No entanto, em comparação com o primeiro levantamento da
estatal para a atual safra 2021/22, quando a previsão era de 288,6 milhões de
toneladas, o volume representa uma redução de 6,7%, ou 19,3 milhões de
toneladas. A queda pode ser atribuída em grande parte às "condições
climáticas adversas observadas nos Estados da Região Sul e no centro-sul de
Mato Grosso do Sul, com perdas maiores na soja e no milho".
De acordo com o levantamento, a área plantada total no País
está estimada em 72,9 milhões de hectares, ou seja, crescimento de 4,4% ante a
safra 2020/21. Os maiores incrementos de área são observados na soja, com 4,1%,
ou 1,6 milhão de hectares e, no milho, com 6,5% ou 1,3 milhão de hectares.
Em comunicado, o presidente da Conab, Guilherme Ribeiro,
disse que "o resultado até o fim desta safra vai depender muito do
comportamento climático, fator preponderante para o desenvolvimento das
culturas". "Entre os meses de março e abril, aproxima-se a conclusão
da semeadura da segunda safra brasileira, na qual se destaca a cultura do
milho. As chuvas foram mais regulares em toda a região produtora, inclusive no
Sul do País, o que permitiu o plantio em boas condições de umidade. O produtor
fez sua parte. Agora vamos esperar pelo clima", acrescentou.
Projeção do IBGE
Pelo Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de
março, divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), a estimativa é de
que a safra agrícola de 2022 totalize um recorde de 258,9 milhões de toneladas,
5,7 milhões de toneladas a mais que em 2021, um aumento de 2,3%.
O resultado, porém, é 2,7 milhões de toneladas menor que o
previsto no levantamento anterior, de fevereiro, um recuo de 1 0%. Também
segundo o IBGE, os produtores brasileiros devem colher 71,8 milhões de hectares
na safra agrícola de 2022, uma elevação de 4,7% em relação à área colhida em
2021. Em relação à estimativa de fevereiro, a área a ser colhida cresceu 0,8%,
ou 555,6 mil hectares a mais.
O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos da
safra que, somados, representam 92,2% da estimativa da produção e 87,7% da área
a ser colhida. Em comparação com 2021, houve acréscimos de 8,3% na área a ser
colhida de milho (alta de 6,9% na primeira safra do grão e de 8 8% na segunda
safra), de 11,1% na área do algodão herbáceo e de 3,8% na da soja. Na direção
oposta, houve recuo na expectativa de área colhida de arroz (-1,2%) e de trigo
(-2,9%).
Exportação e estoque
No levantamento de abril, a Conab manteve a estimativa para
2022 das exportações de algodão em 2,05 milhões de toneladas, de arroz em 1,3
milhão de toneladas e de feijão em 200 mil toneladas. Para o trigo,
considerando que a previsão de volume exportado entre agosto de 2021 e março de
2022 já supera 2,8 milhões de toneladas, é esperado um aumento no período
correspondente ao ano comercial que vai até julho. Diante disso, a estimativa é
que sejam exportadas 3 milhões de toneladas. Confirmado esse número, será o recorde
da série histórica para o trigo.
Em compensação, para a soja houve redução no volume estimado
de exportações, passando de 80,16 milhões de toneladas para 77 milhões de
toneladas, motivada por um maior direcionamento para a produção e exportação de
óleo, em detrimento do grão. Já em relação ao milho, a venda externa deve
passar de 35 milhões de toneladas para 37 milhões de toneladas neste
levantamento. "Acreditamos que o aumento da produção brasileira, alinhada
à demanda internacional aquecida, deverá promover essa elevação de 77,8% das
exportações do grão na safra 2022, compreendida entre fevereiro de 2022 e
janeiro de 2023", avalia o superintendente de Estudos de Mercado e Gestão
da Oferta da Conab, Allan Silveira.
Tribuna do Norte
Nenhum comentário:
Postar um comentário