Kelps: “Todos os governadores cometeram irregularidades, inclusive Fátima”. Foto: ALRN |
“Essa operação só comprova duas coisas: houve roubalheira no
Consórcio Nordeste e o Rio Grande do Norte já deveria ter saído dele há muito
tempo, pois o Consórcio só causou prejuízo ao estado”, afirmou o deputado
estadual Kelps Lima (SDD), sobre a Operação Cianose, deflagrada pela Polícia
Federal nesta terça-feira 26, com mandados de busca e apreensão de documentos e
objetos que comprovem supostos desvios na aquisição de respiradores pelo
Consórcio Nordeste em 2020, causando um prejuízo de R$ 48 milhões aos estados
nordestinos, sendo R$ 5 milhões somente ao Rio Grande do Norte.
Segundo Kelps Lima, que presidiu a CPI da Covid no RN no ano
passado, novos desdobramentos devem surgir e podem atingir o Estado. “O
sentimento de impunidade faz com que o bandido relaxe, então, é possível achar
muita coisa. Para um juiz permitir uma medida dessas, é porque há fatos fortes.
A governadora e o secretário de Saúde (Cipriano Maia) incorreram em improbidade
administrativa”.
E afirmou: “Todos os governadores cometeram irregularidades
ao repassar o dinheiro sem checar a empresa, inclusive Fátima Bezerra. O
secretário confessou que não leu o contrato, pagou antecipado e não tinha
dotação orçamentária. Tanto que a governadora foi indiciada pela CPI e
provavelmente, responderá por improbidade”.
Kelps destacou ainda que o fato de Fátima Bezerra não ter se
manifestado pela saída do RN do Consórcio Nordeste e pela demissão de Gabbas da
direção deste, após todos os escândalos surgidos nos últimos dois anos. Para
ele, o governo do Estado se mantém conivente com tudo o que aconteceu e sofrerá
consequências eleitorais, uma vez que a população está olhando quem roubou e
quem deve ser punido.
Segundo o deputado, para participar do Consórcio, o RN paga
quase R$ 1 milhão por ano à entidade. Outra circunstância torna mais perigosa a
situação do Consórcio Nordeste. “Todas as pessoas que de alguma forma atuaram
na época do escândalo dos respiradores continuam em suas posições estratégicas
de manuseio de verbas oriundas dos estados para o Consórcio. A começar pelo
secretário-geral Carlos Gabas, elo de captação do dinheiro entre a entidade e
os estados”, disse.
Operação
A ação da Polícia Federal foi deflagrada nesta terça, com
mandados de busca e apreensão contra empresários, laranjas e lobistas nos
estados da Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e no Distrito Federal. Um dos alvos
foi o ex-secretário da Casa Civil da Bahia, Bruno Dauster. Uma primeira
operação foi feita em 2020 pelo Ministério Público da Bahia, com o caso sendo
enviado ao STJ depois que surgiram indícios da participação do governador da
Bahia, Rui Costa (PT), nos fatos.
Respostas
Bruno Dauster informou que prestou dois depoimentos e se
colocou à disposição para esclarecer os fatos. “Espero que os fatos sejam
esclarecidos o mais rapidamente possível e que sejam caladas as vozes que tentam
deturpar minha atuação”, afirmou. Em nota, o Consórcio afirmou que foi “vítima
de uma fraude por parte de empresários que receberam o pagamento e não
entregaram os aparelhos, fato que foi imediatamente denunciado pelo próprio
Consórcio Nordeste às autoridades policiais e ao Judiciário”. AGORA RN
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