O resultado das urnas para o
Legislativo animou bolsonaristas a ampliar espaço no comando dos Poderes. Com
14 dos 21 senadores eleitos, o objetivo agora é mirar o comando do Senado e já
está em curso, nos bastidores, uma reedição entre bolsonaristas sobre o melhor
nome para o posto: se Tereza Cristina (PP) ou Damares Alves (Republicanos).
As ex-ministras de Bolsonaro
(pastas de Agricultura e Mulher, Família e Direitos Humanos) foram eleitas por
Mato Grosso do Sul e Distrito Federal, respectivamente.
Antes de serem escaladas por
Bolsonaro para disputar o Senado, Tereza e Damares foram cotadas para o posto
de vice-presidente na chapa à reeleição. O Centrão raiz conseguiu convencer
Bolsonaro de que Damares não somaria – e, por isso, defendeu Tereza Cristina.
Mas, apesar de desbancar Damares, o
Centrão não conseguiu emplacar Tereza – pois Bolsonaro queria um seguro
impeachment e optou mais uma vez por um militar: o general Braga Netto.
Agora, a disputa entre alas
bolsonaristas se repete nos bastidores: Damares é o nome preferido de segmentos
evangélicos, tem como aliada a primeira-dama Michelle Bolsonaro e o núcleo duro
dos ideológicos do governo. Tereza Cristina, por sua vez, é o nome preferido de
Ciro Nogueira (PP) e político do Centrão pragmático.
O QG da campanha bolsonarista vê a
investida pela presidência do Senado como a possibilidade de tirar um opositor
(leia mais abaixo) do comando de uma das casas legislativas. Assim, seria mais
fácil aprovar ou vetar pautas que interessem ao Centrão.
Ao longo dos últimos quatro anos,
Bolsonaro teve maior facilidade de levar seus projetos adiante na Câmara dos
Deputados, presidida por Arthur Lira (PP-AL) – e após a liberação do chamado
orçamento secreto.
Se Bolsonaro se reeleger, terá
maior facilidade para patrocinar um candidato na disputa do comando do Senado e
da Câmara. Se perder, o nome mais falado nos bastidores é exatamente o do atual
presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
PT vê Pacheco como contenção de
Bolsonaro em MG
Parlamentares procuraram o atual
presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o questionaram se não era
hora de falar sobre reeleição ao comando do Senado, diante do avanço de
bolsonaristas como Damares.
Segundo fontes ouvidas pelo blog, o
presidente da Casa prefere "garantir lisura do processo", dar posse a
quem for eleito e pensar na sua reeleição depois da eleição.
A interlocutores, Pacheco diz que não vai apoiar radicalismos, pautas antidemocráticas e reacionarismos para se reeleger presidente do Senado.
Aliados lembram medidas que ele adotou, como não ter levado ao plenário projeto do homeschooling, rejeitou pedido de impeachment contra o ministro do STF Alexandre de Moraes e revogou a Lei de Segurança Nacional (LSN) – esta vista como o último dos chamados "entulhos autoritários" da ditadura militar.
Pacheco é visto também como um
trunfo de Lula em Minas Gerais. No segundo maior colégio eleitoral do país, a
avaliação é de que o governador reeleito, Romeu Zema, declarou apoio a
Bolsonaro, mas não necessariamente transfere votos a Bolsonaro.
A campanha petista defende a tese
pelo desempenho de Zema em cidades vencidas por Alexandre Kalil, seu adversário
e aliado de Lula, e a derrota de seu candidato ao senado, Alexandre Silveira,
que não foi reeleito.
G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário