Uma redução do orçamento previsto para o ano de 2022 levou o
Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL) a desativar salas de cirurgias e
suspender atendimentos em diversos setores.
As medidas de contingenciamento foram oficializadas na tarde
de segunda-feira (7) por meio de uma resolução assinada pelo superintendente do
hospital, Stenio Gomes da Silveira.
A unidade é referência para procedimentos em várias
especialidades, fica localizada em Natal e é ligada à Universidade Federal do
Rio Grande do Norte e à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
No documento, ao qual o g1 teve acesso, a direção da unidade
determina:
Suspensão de internação no 1º e 4º andares de Edifício
Central de Internação (ECI)
Redução do funcionamento do centro cirúrgico principal, com
quatro salas: duas salas de média complexidade, uma sala de alta complexidade e
uma sala de atividade mista.
Suspensão de atividades no Centro Cirúrgico ambulatorial.
Redução de 50% nas atividades desenvolvidas na Unidade de
Diagnóstico por Imagem e Métodos Gráficos (UDIMG).
Restrição de exames externos na Unidade de Laboratório de
Análises Clínicas às requisições da Unidade de Oncologia e da Unidade de
Transplantes do hospital.
Na resolução, a superintendência do hospital afirma que a
"adequação" da estrutura assistencial do hospital é provisória e que
as atividades suspensas ou reduzidas retornarão, à medida que as dificuldades
orçamentárias sejam solucionadas.
O g1 procurou a direção do hospital para questionar qual foi
a redução orçamentária e qual o impacto na quantidade de atendimentos à
população, mas não recebeu posicionamento sobre o assunto até a publicação
desta matéria.
No documento, a superintendência afirma que "permanece
em discussão com gestores SUS e com a Ebserh-administração central na busca de
suplementação orçamentária para normalizar as atividades assistenciais da
unidade hospitalar".
Procurada, a UFRN informou que é responsável pela gestão
acadêmica do hospital universitário, enquanto a Ebserh é responsável pela
gestão financeira.
Servidores disseram que foram pegos de surpresa, pelas
medidas, embora soubessem da realidade orçamentária da unidade. De acordo com
eles, os gestores já vinham recomendando maior economia de objetos básicos do
trabalho, como luvas.
"O 4º andar recebia pacientes com doenças
infectocontagiosas, como Covid. Uma sala de cirurgia tem três a quatro
cirurgias por dia. Imagina o impacto disso em um mês, ou no ano. Essa redução
do orçamento já vem de um bom tempo, vem faltando luvas, máscaras, temos
redução de produtos para o trabalho, coisas que se quebram e ficam sem
conserto. E agora temos essa decisão muito drástica", lamentou a técnica
de enfermagem Auricélia Lopes de Aquino, que é servidora da unidade.
Segundo a resolução da superintendência, as medidas foram
tomadas considerando-se a redução do orçamento do hospital em 2022 e que até o
momento "não está definida suplementação orçamentária para suportar as
despesas de custeio do hospital até o final ano".
O documento diz que a redução de serviços é necessária para
manter a unidade hospitalar em atividade e permitir que gastos gerais com
consumo de energia, água, telefonia, bem como com terceirização de higiene e
limpeza, possam ser convertidos em recursos para a manutenção das atividades
assistenciais e acadêmicas. Com Informações G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário