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16 fevereiro 2023

PT cobra punição a Bolsonaro e a militares envolvidos em atos em Brasília


 O Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) divulgou nesta quinta-feira (16), resolução em que defende a responsabilização e punição de todos os envolvidos nos ataques do dia 8 de janeiro, inclusive os militares e especialmente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sob a palavra de ordem "sem anistia". O texto se refere ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff como "golpe" e chama de "quadrilha" os antigos procuradores da Operação Lava Jato e o ex-juiz e atual senador Sérgio Moro (União-PR), além de defender a revisão da autonomia do Banco Central, da taxa de juros e das metas de inflação.

O documento responsabiliza o governo Bolsonaro por provocar uma onda de "violência, ódio, intolerância e discriminação" na sociedade brasileira. "Os quatro anos de Bolsonaro permitiram que o 'ovo da serpente' fosse chocado", diz o texto. "Por isso, seguir na luta pela culpabilização e punição de todos os envolvidos, inclusive os militares - desde os terroristas de Brasília até os grandes financiadores - é fundamental para a luta intransigente em defesa da democracia."

"A palavra de ordem 'SEM ANISTIA' deve ser um imperativo do Partido para culpabilizar os responsáveis e exigir que Bolsonaro e seus cúmplices respondam pelos seus crimes." Ao fim de reuniões do Diretório Nacional, a sigla costuma divulgar resoluções como uma espécie de "guia" para seus filiados e manifesto à sociedade, apresentando sua versão de como avalia o cenário político, econômico e social. O documento divulgado nesta quinta é o primeiro depois da posse de Lula para o terceiro mandato.

Após os atos violentos do 8 de janeiro, Lula admitiu ao Estadão que "perdeu a confiança" em parte dos militares da ativa. Na época, o chefe do Executivo ainda afirmou que as Forças Armadas "não são o poder moderador que pensam ser". A crise na relação fez com que o governo aprovasse uma série de exonerações que atingiu, principalmente, militares de baixa patente, sem posição na cadeia de comando da segurança institucional, mas que atuavam no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e na estrutura do Planalto.

A tensão levou Lula a trocar o comandante do Exército ainda nas primeiras semanas de governo. O general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, que chefiava o Comando Militar do Sudeste, assumiu o posto no lugar de Júlio César Arruda, que resistia a retirar a indicação do antigo ajudante de ordens de Bolsonaro, coronel Mauro Cid, para a chefia do Batalhão de Ações e Comandos de Goiânia.

Embora tal fato não tenha sido citado na resolução, a desconfiança citada por Lula sobre os militares se reflete também numa ofensiva no Congresso para alterar o artigo 142 da Constituição, que trata do papel das Forças Armadas como instituição.

Operação Lava Jato

Como mostrou o Estadão, o texto passou pelo crivo da cúpula petista horas antes do ato pela comemoração dos 43 anos da sigla com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e recebeu emendas. A resolução afirma que os governos petistas, a sigla e suas lideranças foram alvos de "falsas denúncias" desde o início do governo Lula, em 2003. "Um projeto articulado de fora, numa guerra 'soft' envolvendo redes sociais, mídias empresariais variadas e a parte cooptada do judiciário brasileiro, cuja maior expressão foi o ex-juiz Sergio Moro e sua quadrilha de procuradores", afirma o texto.

Moro foi um dos juízes responsáveis pela Operação Lava Jato, conhecida como a maior investigação sobre corrupção já feita no Brasil, que tinha como objetivo apurar e desarticular um esquema de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro na Petrobras. Durante a investigação, Lula foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá (SP) e preso de abril de 2018 a novembro de 2019, sendo impedido de disputar as eleições de 2018.

Com informações do Estadão Conteúdo.


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