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24 março 2023

Advogado que repassava “salves” de facção criminosa de presídios é condenado

RN

Foi condenado a mais de 4 anos de prisão mais um advogado suspeito de transmitir bilhetes e “salves” entre integrantes de facção criminosa nos presídios do Rio Grande do Norte. De acordo com o Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) a condenação faz parte da operação Carteiras, deflagrada em junho do ano passado. Jailson Bezerra de Andrade foi preso por transmitir os recados nas unidades prisionais do estado e foi condenado pelo crime de organização criminosa armada à pena de 4 anos, 9 meses e 5 dias de reclusão e multa.

Ainda segundo o MPRN, a pena deverá ser inicialmente cumprida em regime semiaberto, em prisão domiciliar, com o uso tornozeleira eletrônica. Jailson Bezerra de Andrade está proibido de manter contato com os demais acusados nas ações penais da ooperação Carteiras; não pode usar o WhatsApp ou qualquer outro aplicativo de mensagem instantânea; e também está proibido utilizar aparelhos eletrônicos (ex. celular, notebook, tablet), a fim de evitar que mantenha contato com os demais integrantes da organização criminosa Sindicato do Crime do RN.

A operação Carteiras foi deflagrada no dia 8 de junho de 2022. Durante o cumprimento do mandado de busca pessoal no advogado, foram encontrados bilhetes no paletó dele que comprovaram que Jailson não seria mensageiro de simples faccionados, mas sim de líderes da facção criminosa. Para o MPRN, Jailson , utilizando-se das suas prerrogativas profissionais, promoveu, integrou e constituiu a organização criminosa Sindicato do Crime do RN na função de “Gravata”, no período de, pelo menos, dezembro de 2021 até julho de 2022. Foi comprovado que ele um dos elos de comunicação da facção, repassando recados e diretrizes de lideranças presas para membros soltos, e também o inverso, auxiliando nas ações criminosas da suposta organização criminosa.

Na denúncia contra o advogado, o MPRN destacou que “a função de Jailson Bezerra é, sem dúvidas, um importante elo de conexão e promoção do Sindicato do Crime do RN. Sem ele, as ordens e os decretos não são repassados e o grupo perde força, especialmente diante do encarceramento de lideranças há anos”.

Além de repassar os recados e salves, para o MPRN, Jailson Bezerra também oferecia “consultoria” para assuntos ligados aos faccionados, para o funcionamento e a manutenção da organização criminosa. Um bilhete apreendido em poder dele também comprova a ligação entre a organização criminosa do RN e uma facção que tem por base o Rio de Janeiro. Nessa mensagem aos criminosos potiguares, os faccionados fluminenses cobravam mais rigor no cometimento de crimes e no controle dos integrantes.

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