Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, nesta sexta-feira (17), ela afirmou que “há necessidade inicialmente de estruturar as polícias. A gente têm reduzido o efetivo em todo o Estado do Rio Grande do Norte e em todo Brasil é um sucateamento dos órgãos de segurança. É preciso que o Governo Federal, por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça, faça uma coordenação maior nesse sentido. A gente tem uma luta desigual contra as organizações criminosas, o que não é diferente de todo o Brasil”, lamentou.
Segundo a secretária, o envio de homens da Força Nacional foi um número reduzido. "Até porque o Ministério da Justiça tem conhecimento do número reduzido de agentes de segurança que temos no nosso Estado. É preciso um ataque maior por parte do governo. Quando eu falo governo, eu falo todos os entes federados. Todo o sistema nacional de segurança pública precisa intervir e agir em Natal”, explicou.
Sheila Freitas detalhou as ações feitas nos últimos dias para tentar retomar a normalidade em Natal. “Estamos vivendo um clima muito difícil em nossa cidade, tivemos paralisação de transporte público. Hoje, conseguimos com muitos esforços da secretaria municipal de segurança, do prefeito Álvaro Dias e do governo do Estado, colocar uma frota reduzida nas ruas, onde as pessoas já tiveram o acesso ao transporte para ir trabalhar. Estamos também colocando policiais 24 horas na rua, a guarda municipal e policiais militares. Estamos trabalhando, toda a segurança pública em conjunto, para debelar essas ações criminosas”.
Segundo afirmou o secretário de Segurança Pública e Defesa Social do RN, coronel Francisco Canindé, a onda de violência foi motivada por insatisfações de presidiários com o sistema carcerário, tendo sido comandada de dentro das prisões.
Para Sheila Freitas, as exigências dos presidiários são injustificadas: “Não existe esse quadro que as facções estão montando. Na realidade, foi denunciado pelo sindicato da polícia penal um afrouxamento na convivência desses presos. Foram dadas regalias que não podiam ser dadas. Desde 2017, quando aqui houve um desmantelo no sistema prisional e um endurecimento e reforma dos presídios, houve a necessidade de colocar ordem".
E continuou: "Esta ordem foi quebrada e hoje os presos estão reivindicando, por exemplo, ventiladores em suas celas, onde no local que eles estão presos já existe uma ventilação natural. Quem trabalha com segurança pública sabe que alguns equipamentos, como um ventilador, dentro de uma cela são armas. Uma arma contra o agente de segurança e uma arma contra o faccionado rival”, ressaltou.
A secretária também deu orientações à população e destacou que civis não têm sido alvos.
“Não estão tendo ataques direcionados às pessoas. Os ataques são direcionados aos agentes públicos de segurança e aos órgãos que eles compõem. As pessoas não estão sendo atacadas. Tanto é que, quanto ao funcionamento de ônibus a gente só teve duas interrupções, mas a gente conseguiu colocar os ônibus na rua. A Guarda Municipal de Natal está dando todo o apoio, desde a saída dos ônibus, à guarda desses ônibus. A gente está com garagens em áreas periféricas, onde há o domínio de facções. Mas nós estamos dentro dessas áreas para permitir que a população saia de suas casas e vá trabalhar, que haja uma normalidade. Repito, os ataques não são direcionados à população. A intenção não é matar civis e fechar comércios, a intenção é agredir a segurança pública do Estado”, finalizou.
TRIBUNA DO NORTE
Nenhum comentário:
Postar um comentário