A RN-118, estrada do município de Macau e importante rodovia devido ao escoamento da produção de sal do Estado, segue sem previsão de início das obras de tapa-buraco e restauração por conta de um problema na licitação, segundo Departamento de Estradas e Rodagens (DER-RN). De acordo com a pasta, houve um erro na ata de preços apresentada pela empresa vencedora e por isso a questão foi levada à Procuradoria Geral do Estado (PGE) - que sugeriu continuar com a licitação - mas espera-se que a segunda colocada no processo recorra da decisão, o que deve estender o processo.
A RN-118 liga o Estado de norte a sul, começando em Macau e indo até Ipueira, no limite com a Paraíba. Em sua extensão, compreende o Seridó, Vale do Açu e o Oeste à BR-226, em Jucurutu, por onde passam carregamentos de petróleo, cerâmica, ferro, fruticultura, sal e confecções. A via cruza ainda os municípios de Pendências, Alto do Rodrigues – com atuação da Petrobrás - Ipanguaçu, São Rafael, Jucurutu, Caicó e São João do Sabugi totalizando 223 km.
Turismo e comércio são prejudicados
Além do transporte do sal produzido no município, o abandono da rodovia afeta também o comércio e turismo local, de acordo com o prefeito, José Antônio. Restaurantes, bares, comerciantes autônomos e donos de barracas são os mais prejudicados, pois turistas deixam de visitar a Praia de Camapum devido à dificuldade no acesso. “Afeta o comércio local, afeta o turismo. Os barraqueiros, pessoal que tem restaurante, são sempre prejudicados. O povo até mesmo para ir à praia no final de semana, ter seu lazer, é prejudicado pelo estado da estrada”, pontua.
Os dois pilares econômicos do município são o turismo e a produção de sal. Ambos são diretamente influenciados pelo estrago na rodovia. “A 118 é por onde sai o transporte do sal, da Salinor, que é a maior empresa salineira de Macau. Tem que sair por ela, mas a estrada está intransitável e também a parte turística de Macau, para quem vai à praia de Camapum. A dificuldade é grande”, complementa.
Ainda de acordo com ele, a situação é triste, e pede que o Estado tenha mais atenção com o município. “É triste, realmente a situação não é boa, nós compreendemos isso. O pessoal se chateia, mas é a realidade. Esperar que o Governo do Estado abra os olhos para Macau e ajeite essa estrada que é de competência do governo”, finaliza.
Os contratos relativos à operação tapa-buracos, primeira fase das obras, foram assinados pela SIN e o Departamento de Estradas e Rodagens (DER/RN) no último dia 5. O serviço começou no início deste mês e as cidades atendidas compreendem os dois primeiros trechos anunciados no planejamento da obra. Segundo o secretario de infraestrutura do Estado, Gustavo Coelho, ainda não se sabe quando os demais trechos serão iniciados.
Esta etapa deve acontecer em paralelo com o início da fase de recuperação, ao longo deste ano. A operação foi inciada em trechos que compreendem os municípios de Lagoa Nova, Currais Novos, São Miguel, Encanto, Pau dos Ferros e Mossoró, Caicó, São João do Sabuji, Brejinho e Santo Antônio. A etapa de restauração das deve começar em julho deste ano, de acordo com a SIN. A publicação da licitação será feita em maio e contempla a restauração de trechos críticos, bem como ações mais profundas para recuperação das vias, esta etapa deve durar até 2024. O investimento inicial é de R$ 63 milhões.
Tribuna do Norte
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