O suspeito baleado e preso na manhã desta quarta-feira (5) em uma operação da Polícia Civil em Nova Parnamirim, na Região Metropolitana de Natal, era um dos chefes locais de uma facção criminosa que foi responsável pela morte de três policiais militares em menos de 45 dias em Felipe Camarão, na Zona Oeste de Natal.
"Nós sabemos que todas as três mortes, todos os três crimes dos agentes de segurança, foram determinadas, organizadas e executadas pela facção criminosa", garantiu o delegado Cláudio Henrique, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (HDPP).
A Polícia Civil havia informado inicialmente que o homem baleado nesta quarta era suspeito de ser o mandante e mentor intelectual do assassinato do policial militar João Victor Serafim Ramos, de 37 anos, na sexta-feira passada (30).
Em coletiva na tarde desta quarta, a DHPP, responsável pela investigação, confirmou que ele também é suspeito de envolvimento nos outros dois assassinatos de policiais ocorridos nos últimos dias na localidade. Baleado na operação, o suspeito foi internado no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel.
Segundo o delegado Márcio Lemos, o o homem baleado e preso é o principal chefe da célula da facção em Felipe Camarão.
Suspeito foi baleado em confronto com a polícia durante operação — Foto: Divulgação
Suspeito foi baleado em confronto com a polícia durante operação — Foto: Divulgação
"Desde o primeiro [assassinato] estamos atuando com inteligência, de forma integrada. Já tínhamos a identificação do suspeito como sendo a principal liderança ali. Na verdade, ele é o cabeça da organização naquela localidade. Ele tem a função de frente. Nenhuma ordem de execução pode ser dada sem anuência dele", garantiu.
No caso da morte do policial João Victor Serafim, o suspeito não só ordenou o crime, como estava no local no momento da execução.
Segundo o delegado Márcio Lemos, anunciar a operação de busca pelo suspeito publicamente no início da semana foi uma estratégia para "tirar ele da localidade onde ele se sente bem".
Um casal está preso suspeito de participação em um dos crimes e um adolescente também foi apreendido. A DHPP informou que o próximo passo é mapear a organização no bairro.
"Nosso objetivo agora é identificar, localizar e responsabilizar toda aquela liderança da localidade. A nossa investigação não está focada unicamente nos crimes pontuais", disse o delegado Márcio Lemos.
"A única forma, de fato, da gente responsabilizar as pessoas é conhececendo toda a estrutura criminosa da localidade e punindo todas as lideranças".
Operação
O suspeito de ser o mandante e mentor intelectual do assassinato do policial militar João Victor Serafim Ramos, de 37 anos, foi baleado em um confronto com policiais civis durante uma operação na manhã desta quarta-feira (5) em Nova Parnamirim, na Região Metropolitana de Natal. Segundo a Polícia Civil, ele reagiu a abordagem.
O sargento João Victor Ramos foi morto na sexta-feira passada (30) no bairro Felipe Camarão, na Zona Oeste da cidade. Ele foi chamado por uma família de uma residência e foi surpreendido na frente do local por criminosos que dispararam tiros. Ele estava em uma moto e morreu na hora.
O caso passou a ser investigado pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que deflagrou uma operação nesta quarta (5) para a prisão do principal suspeito de ordenar o crime.
A DHHP considera o suspeito baleado nesta quarta - que é membro de uma facção criminosa - como mentor intelectual da morte do policial militar na sexta-feira passada.
Além de João Victor, outros dois policiais militares foram mortos em menos de 45 dias em Felipe Camarão (veja mais abaixo). Desde segunda-feira (3), as forças de segurança do Rio Grande do Norte iniciaram uma operação para encontrar os suspeitos pelos crimes.
Morte de João Victor
O 3º sargento da PM João Victor Serafim Ramos foi morto a tiros no início da tarde desta sexta na Rua Santa Isabel, em Felipe Camarão. Segundo a polícia, João Victor estava em uma motocicleta, quando foi atingido pelos disparos e caiu na frente de uma casa.
Segundo o delegado Rysklyft Factore, da DHPP, a possibilidade investigada é de que o crime foi premeditado e que o policial tenha sido chamado até o local para ser executado.
O sargento iria encontrar uma família - para quem ele alugava um imóvel - e foi alvejado. A participação da família no crime, no entanto, ainda não é confirmada. É investigada a possibilidade de que a família foi forçada a chamar o policial até o local.
Três policiais mortos em Felipe Camarão
Três policiais militares foram mortos no bairro Felipe Camarão, na Zona Oeste de Natal, num período de menos de 45 dias. O terceiro foi exatamente o assassinato do policial militar João Victor no dia 30 do mês passado.
O primeiro desses crimes aconteceu no dia 19 de maio, quando o o sargento da reserva Ionaldo Soares da Silva, de 57 anos, foi cercado por cerca de 10 criminosos, que dispararam pelo menos 15 vezes na Rua São João.
Já no dia 11 deste mês de junho, o sargento Silva Filho foi morto a tiros quando chegava em casa, de carro, na noite de domingo na Rua Todos os Santos. Ele era lotado no 4º Batalhão da PM, na Zona Norte da capital.
Para o delegado Rysklyft Factore, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), os três crimes podem ter relação.
"Bem provável que haja uma certa conexão, não entre as vítimas, mas entre o grupo que está praticando esse tipo de crime", afirmou o delegado, que vai investigar o assassinato de João Victor.
"[O crime] é executar policiais que estejam em serviço e possivelmente atrapalhando o 'trabalho' desses criminosos", concluiu.
Fonte: G1/RN
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