A Secretaria de Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Sesap) anunciou nesta quinta-feira (17) que deverá abrir 35 leitos em até dois meses como uma das medidas necessárias para reduzir a superlotação do Hospital Walfredo Gurgel, em Natal.
Segundo a secretária de Saúde, Lyane Ramalho, a convocação dos concursados só poderá ocorrer com a homologação do acordo na Justiça, para não ferir o limite prudencial de gastos com pessoal previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal.
"A gente sai desta manhã com muita esperança inclusive de, nesses próximos dias, a gente estar numa outra situação aqui, de avançar para uma estabilidade, de termos corredores vazios, sabendo que esse é o maior hospital do estado e de vez em quando a gente vai ter ciclos de maior pressão aqui na porta do Walfredo Gurgel", disse a secretária.
Lyane Ramalho, ainda reforçou que municípios da região metropolitana precisam atender a demanda de pacientes ortopédicos de baixa complexidade, que têm sido atendidos pelo hospital, embora não façam parte do perfil de atendimento da unidade.
"A gente ainda precisa resolver o problema da barreira sanitária ortopédica, que é a instalação de serviços que possam atender pacientes que estão entrando aqui no Walfredo Gurgel e que não são perfil do Walfredo Gurgel", ressaltou.
De acordo com o diretor do hospital, Tadeu Alecar, as medidas anunciadas deverão contribuir para o esvaziamento dos corredores. O aumento de leitos significa também o aumento de cirurgias, segundo explica. Atualmente a unidade não teria condições de aumentar o número de cirurgias realizadas diariamente, porque não tem para onde mandar os pacientes operados.
"Ajuda muito, mas a gente sabe que a solução definitiva é com os municípios, principalmente Parnamirim, Macaíba e São Gonçalo do Amarante, que precisam ficar com os pacientes da baixa complexidade em ortopedia, que é o que está superlotando nossos corredores e não é nosso perfil. Nosso perfil é AVC, politraumatizados e grandes queimados. Fraturas de braço, de perna, fraturas simples, têm sido 70% dos nossos atendimentos", disse o diretor.
A promotora Iara Pinheiro, do Ministério Público, considerou que o prazo apresentado pelo estado é razoável e foi favorável ao acordo.
"O prazo de até 60 dias é muito satisfatório, que atendeu às expectativas do Ministério Público como sendo uma resposta viável e possível para o enfrentamento real desse problema", considerou.
G1/RN
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