27 setembro 2023
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RN registra primeira queda na produção de camarão em 6 anos, aponta IBGE
Apesar da queda, o estado segue como o segundo maior produtor de camarão do Brasil, atrás apenas do Ceará, que é líder de mercado e registrou uma produção de 61,3 mil toneladas de camarão em 2022, de acordo com o IBGE.
Ao todo, o Ceará detém 54,1% do camarão que é produzido no país e o RN, 22,2%. A Paraíba está logo atrás com 6,4% (7,2 mil toneladas). O Nordeste concentra 99,6% das 113 mil toneladas produzidas.
O g1 RN procurou a Associação Potiguar de Criadores de Camarão (APCC) e a Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC) para analisar a redução, mas as associações desconheciam os dados. O Censo mais recente da ABCC foi publicado no ano passado em referência a 2021.
Cidade do RN é 3ª maior produtora
A pesquisa apontou ainda que Pendências foi o municípío do Rio Grande do Norte com maior produção de camarão em 2022, com 7,8 mil toneladas, sendo a terceira cidade maior produtora do país, atrás de Aracati (12,7 mil toneladas) e Jaguaruana (8,5 mil), ambas do Ceará.
Apesar da redução no RN, o Brasil registrou um aumento de 5,9% na produção de camarão em 2022 em comparação com 2021.
Perda no valor de produção
Produção de larvas e pós-larvas
Por outro lado, a produção de larvas e pós-larvas no estado aumentou 17,9%, chegando a 8,9 toneladas no total, quase 1,4 tonelada a mais que em 2021, segundo a pesquisa. Isso representou um aumento no valor de produção desses produtos de 16,7%, equivalente a R$ 21,4 milhões.
O resultado da produção de larvas e pós-larvas levou o RN à primeira posição no ranking nacional de estados com o maior valor de produção (R$ 149,4 milhões), a frente inclusive do Ceará que, apesar de ter produzido cerca de 556 toneladas a mais que o RN, alcançou um valor de produção de R$ 100,5 milhões.
Pesquisa de Produção Pecuária Municipal
A Pesquisa de Produção Pecuária Municipal investiga todos os anos informações sobre os efetivos das espécies animais criadas e os produtos da pecuária, tendo como unidade de coleta dos dados os municípios. A pesquisa inclui informações dos grandes produtores.
G1/RN
Morro do Careca tem risco 'muito alto' de deslizamentos, aponta relatório
A erosão acelerada do Morro do Careca, cartão postal de Natal, causa riscos a turistas e potiguares frequentadores da praia de Ponta Negra, na Zona Sul da cidade. Ao longo dos últimos anos, a duna tem dado espaço para uma falésia, o que aumenta a probabilidade de desmoronamentos.
A informação é do geógrafo José Petronilo da Silva Junior, da Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo de Natal (Semurb), que preparou um relatório sobre a situação do morro por determinação do Ministério Público Federal.
Segundo o relatório, blocos com volume que ultrapassam 2m³ se desprenderam da estrutura, em março, mas ninguém se feriu.
O documento ressalta que a área pertence à União e sugere a notificação da Defesa Civil Nacional para lidar com o problema.
"Diante do risco eminente, a celeridade erosiva sugere-se uma avaliação pormenorizada da estrutura geológica da área. Considerando que o cargo de geólogo inexiste na Semurb, bem como considerando a área se tratar de patrimônio da união, pois pertence ao Centro de Lançamento de Foguetes Barreira do Inferno (CLBI), entendemos, a princípio, como importante a provocação da Defesa Civil Nacional para que a mesma tome conhecimento da problemática ora em processo, bem como viabilize uma ampla avaliação sobre os possíveis riscos aos transeuntes da Praia de Ponta Negra, bem como atue com providências cabíveis para a salvaguarda dos cidadãos", diz o relatório.
Processo natural
Ao g1, o geógrafo explicou que a duna se formou em cima de uma falésia, em um processo que teria durado milhares de anos. Porém, ela também estaria se desfazendo por meio de um processo natural, potencializado pela ação humana de décadas atrás.
"A vegetação cresceu na parte de trás do morro, na praia de Alagamar, e, com isso, parou se chegar sedimentos para realimentar a duna, na parte da frente. Isso somado ao avanço do mar, que retira areia da praia, cavando as barreiras que tinha embaixo", explicou.
Até 1997, quando houve proibição, turistas e moradores da cidade subiam livremente o Morro do Careca, o que teria causado aumento da faixa de areia sem vegetação. "Se ainda houvesse essa cobertura vegetal, mesmo com a erosão atual na base do morro, as raízes iriam segurar os sedimentos", considerou o geógrafo.
Risco
O relatório ressalta que a exposição da estrutura de falésia causa riscos de desmoronamento.
"A litologia característica do grupo barreiras está sendo evidenciada por ocasião da perda de sedimentos (a areia) que antes recobria esta feição. Nesse sentido, blocos que constituem esta litologia estão gradativamente sendo expostos às intempéries do tempo, estando sujeitas a deslocamento e desmoronamento até o estirâncio da praia de Ponta Negra", aponta o documento.
O especialista explicou ao g1 que a barreira que passa a ficar à mostra é suscetível à chuva e à ação do vento, o que pode causar fissuras queda de blocos, como ocorreu em outras falésias do estado. Em 2020, uma família morreu ao ser atingida por um bloco que se desprendeu de uma falésia em Pipa.
"Ali embaixo, a rocha barreira não é consolidada como um granito, um basalto. É uma rocha sedimentar que é mais suscetível à chuva, ao vento. Ela se quebra com mais facilidade", ressaltou
Ele afirmou que a Guarda Municipal tem realizado um trabalho permanente de orientação na área, também auxiliada por banhistas locais e comerciantes, que avisam turistas acerca do perigo.
Petronilo ainda argumentou que as cercas que foram instaladas na área diversas vezes pelo poder público estadual não são viáveis por serem arrancadas frequentemente pela força da maré.
Solução
Para ele, a única solução possível para barrar o avanço rápido da erosão sobre o Morro do Careca é a engorda da praia de Ponta Negra - projeto já anunciado pelo município - que impediria a erosão no sopé do morro.
A prefeitura de Natal informou que aguarda emissão da licença ambiental do Idema - Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente - para iniciar a obra.
O objetivo, segundo o município, é o alargamento na faixa de areia, para até 50 metros na maré cheia e 100 metros na maré seca, no trecho entre o Morro do Careca e o Hotel SEHRS, na Via Costeira.
G1/RN