Um encontro envolvendo carros de grande porte e 4×4 no litoral Norte do
RN, com direito a subida dos veículos no Morro da Antena, uma duna que margeia
a Lagoa de Jacumã, chamou a atenção de autoridades potiguares neste final de
semana, uma vez que a subida no local é proibida e configura-se crime
ambiental, segundo o Comando do Policiamento Rodoviário Estadual e o Idema. A
atividade flagrada no local, com vídeos circulando nas redes sociais, causa
erosão na lagoa da Jacumã em virtude do deslocamento da areia da duna.
A lagoa e a praia de Jacumã ficam em Ceará-Mirim, na Grande Natal. A denúncia
foi feita pelo Sindicato dos Profissionais Bugueiros do Rio Grande do Norte
(Sindbuggy). Segundo informações da entidade, havia um evento de veículos “off
road” marcado para o local, neste domingo (14). O evento teria sido suspenso
pelos organizadores ao descobrirem uma fiscalização no local. No entanto, ao
entardecer, os veículos voltaram ao local para fazer manobras e subir nas
dunas.
“Infelizmente, não sei se por maldade ou ignorância, pessoas de bom poder
aquisitivo fazem questão de destruir esse remanescente de mata ciliar com a
conivência dos órgãos públicos responsáveis”, disse o presidente do Sindbuggy,
Hertz Medeiros.
Ainda segundo o presidente do sindicato, a prática de subida na duna destrói a
vegetação do local e faz com que haja um alto deslocamento de areia e possível
desaparecimento da duna. Hertz Medeiros diz que a situação poderia impactar a
existência da lagoa de Jacumã, que gera emprego e renda para barraqueiros e
vendedores e atividades, como sky bunda, kamikaze, entre outros.
“Todas as dunas que não estão no litoral estão dentro de propriedades privadas.
Então é preciso solicitar ao proprietário, que irá solicitar um estudo de
impacto ambiental para aquela atividade naquela área. Na hora que um carro
desse sobe a duna, aquela duna precisa ter capacidade para aquele tipo de
atividade. Então precisa do estudo, do roteiro e a licença do Idema com regras
de uso. O que acontece no nosso Estado é que essas áreas privadas estão
completamente abertas e sendo usadas indiscriminadamente”, acrescenta.
Em contato com a TRIBUNA DO NORTE, o comandante do CPRE-RN, Coronel Eduardo
Franco, disse que equipes estão fazendo fiscalizações diariamente na região e
que haverá ainda intensificação de atividades durante à noite. Coronel Franco
disse que a população deve denunciar os casos por meio do telefone 190.
“É um crime ambiental, pois não se pode transitar lá naquele local. De manhã
foi feita fiscalização ali, e nisso eles foram na parte noturna. Vamos
continuar com fiscalizações naquela área, incluindo com Lei Seca”, disse.
Em nota, o Idema disse que “esta atividade é, sim, considerada crime ambiental
por se tratar de área de dunas”. O órgão ambiental disse ainda que “em caso de
flagrante, de acordo com a Lei Federal em seu Art. 50, é passível das seguintes
penalidades – detenção, de três meses a um ano, e multa”.
Tribuna do Norte
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