O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva desistiu de emplacar o ex-ministro da Fazend Guido Mantega como CEO da
mineradora Vale. Lula vinha se movimentando para levar Mantega ao comando da
empresa ou no seu Conselho de Administração.
Mantega deve divulgar uma carta firmando que abre mão de ocupar um cargo na
empresa.
Integrantes do governo afirmam esperar que a desistência de Lula seja entendida
entre os acionista da empresa — que é privada —, que será preciso escolher
outro nome como CEO no lugar de Eduardo Bartolomeo, que ocupa o posto
atualmente. O governo não concorda com a manutenção de Bartolomeu.
Desde o início do atual mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, no ano passado,
conversas de bastidores apontam que o presidente gostaria de emplacar o
ex-ministro da Fazenda Guido Mantega na presidência da Vale. Nas duas últimas
semanas, o Planalto voltou à carga com a ideia, mas a influência do governo na
mineradora diminuiu em relação ao que era nos governos anteriores do PT.
Na quinta-feira (25), o presidente usou as redes sociais para criticar a
empresa, cujo Conselho de Administração tem que decidir até o fim deste mês se
reconduz o atual presidente da empresa, Eduardo Bartolomeo, ou abre um processo
para contratar um novo executivo como CEO.
Lula gostaria que o substituto fosse Mantega, mas o nome dele não é bem-visto
entre os sócios privados da empresa e investidores no mercado.
A principal mudança na correlação de forças na Vale se deu no fim de 2020. A
empresa, uma das maiores mineradoras do mundo, passou por uma reestruturação
societária e se tornou uma corporação (corporation, como preferem os analistas
de mercado), ou seja, uma companhia aberta de capital pulverizado, sem um
controlador definido. Nenhum dos sócios tem poder suficiente para, sozinho, dar
as cartas na mineradora, privatizada em 1997.
Essa reestruturação encerrou o acordo de acionistas que deu as cartas na companhia
por pouco mais de 20 anos, após sua privatização.
Esse acordo acomodava os interesses dos sócios privados, o banco Bradesco e o
conglomerado japonês Mitsui, com os do governo – que manteve participações
relevantes via BNDES e fundos de pensão de estatais, com destaque para a Previ,
dos funcionários do Banco do Brasil (BB), e mantém, até hoje, ações especiais
com direito de veto em decisões sensíveis, como a venda de minas.
Representado principalmente pelo BNDES e pela Previ no acordo de acionistas, o
governo conseguia influir mais diretamente na gestão de Vale, até mesmo na
escolha do presidente da empresa, como ocorreu em 2011, quando Roger Agnelli
deixou o cargo por pressão do governo Dilma.
Foi substituído por Murilo Ferreira, cujo nome voltou a correr nos bastidores
como uma alternativa a Mantega palatável para o governo.
Após o fim do acordo de acionistas e a operação de troca de ações que
pulverizou o capital, muita coisa mudou na correlação de forças na Vale. Nos
últimos anos, o BNDES zerou sua participação, e a Previ reduziu sua fatia. O
poder direto do governo sobre a Vale diminuiu.
A Previ segue como maior acionista da companhia, mas com uma participação
direta de 8,7%. A quantidade de votos está longe de ser suficiente para eleger
grande número de membros no Conselho de Administração ou de aprovar nomes de
presidentes executivos numa assembleia de acionistas.
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva desistiu de emplacar o ex-ministro da Fazend Guido Mantega como CEO da
mineradora Vale. Lula vinha se movimentando para levar Mantega ao comando da
empresa ou no seu Conselho de Administração.
Mantega deve divulgar uma carta firmando que abre mão de ocupar um cargo na
empresa.
Integrantes do governo afirmam esperar que a desistência de Lula seja entendida
entre os acionista da empresa — que é privada —, que será preciso escolher
outro nome como CEO no lugar de Eduardo Bartolomeo, que ocupa o posto
atualmente. O governo não concorda com a manutenção de Bartolomeu.
Desde o início do atual mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, no ano passado,
conversas de bastidores apontam que o presidente gostaria de emplacar o
ex-ministro da Fazenda Guido Mantega na presidência da Vale. Nas duas últimas
semanas, o Planalto voltou à carga com a ideia, mas a influência do governo na
mineradora diminuiu em relação ao que era nos governos anteriores do PT.
Na quinta-feira (25), o presidente usou as redes sociais para criticar a
empresa, cujo Conselho de Administração tem que decidir até o fim deste mês se
reconduz o atual presidente da empresa, Eduardo Bartolomeo, ou abre um processo
para contratar um novo executivo como CEO.
Lula gostaria que o substituto fosse Mantega, mas o nome dele não é bem-visto
entre os sócios privados da empresa e investidores no mercado.
A principal mudança na correlação de forças na Vale se deu no fim de 2020. A
empresa, uma das maiores mineradoras do mundo, passou por uma reestruturação
societária e se tornou uma corporação (corporation, como preferem os analistas
de mercado), ou seja, uma companhia aberta de capital pulverizado, sem um
controlador definido. Nenhum dos sócios tem poder suficiente para, sozinho, dar
as cartas na mineradora, privatizada em 1997.
Essa reestruturação encerrou o acordo de acionistas que deu as cartas na
companhia por pouco mais de 20 anos, após sua privatização.
Esse acordo acomodava os interesses dos sócios privados, o banco Bradesco e o
conglomerado japonês Mitsui, com os do governo – que manteve participações
relevantes via BNDES e fundos de pensão de estatais, com destaque para a Previ,
dos funcionários do Banco do Brasil (BB), e mantém, até hoje, ações especiais
com direito de veto em decisões sensíveis, como a venda de minas.
Representado principalmente pelo BNDES e pela Previ no acordo de acionistas, o
governo conseguia influir mais diretamente na gestão de Vale, até mesmo na
escolha do presidente da empresa, como ocorreu em 2011, quando Roger Agnelli
deixou o cargo por pressão do governo Dilma.
Foi substituído por Murilo Ferreira, cujo nome voltou a correr nos bastidores
como uma alternativa a Mantega palatável para o governo.
Após o fim do acordo de acionistas e a operação de troca de ações que
pulverizou o capital, muita coisa mudou na correlação de forças na Vale. Nos
últimos anos, o BNDES zerou sua participação, e a Previ reduziu sua fatia. O
poder direto do governo sobre a Vale diminuiu.
A Previ segue como maior acionista da companhia, mas com uma participação
direta de 8,7%. A quantidade de votos está longe de ser suficiente para eleger
grande número de membros no Conselho de Administração ou de aprovar nomes de
presidentes executivos numa assembleia de acionistas.
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