A 3R Petroleum, empresa que
administra a refinaria Clara Camarão, na Costa Branca potiguar, anunciou na
última quarta-feira (24) um aumento de R$ 0,15 no litro da gasolina. O reajuste
deve ser repassado aos postos e chegar às bombas ainda esta semana.
De acordo com uma pesquisa divulgada
na última semana pelo Procon Natal, o litro da gasolina estava sendo vendido na
capital potiguar a, em média, R$ 5,85. Com o aumento de R$ 0,15 previsto, o valor pode chegar a R$ 6 em alguns postos da cidade.
O preço do combustível sofre ação
direta do aumento ou da redução do preço do petróleo em dólar, que é comprado
na Europa ou nos Estados Unidos. Deixar de repassar os preços ao consumidor,
segundo os especialistas, é praticamente impossível.
"O Brasil tem várias refinarias
privadas, como a 3R, e tem também a Petrobras, que tem várias refinarias no
país. Essas refinarias privadas, apesar de as vezes comprarem na Petrobras ou
importarem seu próprio petróleo, elas pagam em dólar e a preço de
mercado/dia", explicou o analista do mercado de combustíveis Nélio
Wanderley.
"Na semana passada, o petróleo
da Europa subiu U$ 5. Ele saiu de U$ 75 para U$ 80. E o dólar saiu de U$ 4,85
para U$ 5. Essa junção de fatores impactou em um preço alto essa semana, e as
refinarias privadas reajustam toda quarta-feira com o impacto a partir de
quinta. Isso é justo, é legal e tem que ser feito, se não elas não têm o
resultado financeiro do seu negócio", continuou.
Quando os preços dos combustíveis
aumentam, não tem jeito. Quem abastece todos os dias sente no bolso a diferença
que cada centavo faz.
"Eu fui tentar ser motociclista
por aplicativo, mas as viagens muito baratas e a moto não compensa. O cara
passa o dia todinho e não consegue fazer R$ 70. E no carro, pra você fazer R$
100, você gasta R$ 200 de combustível. É difícil. Eu rodo 12 horas todo dia. As
pernas não aguentam, e o bolso, pior", contou um motorista por aplicativo.
Em nota, a 3R informou que
"necessita importar gasolina, de forma a não desabastecer os postos do
estado, uma vez que a Refinaria Clara Camarão não detém capacidade para
produzi-lo".
A companhia disse que adquire o
combustível no mercado, com preço de referência internacional, que é sensível a
flutuações do dólar, "a variações do Brent" e a custos logísticos
incidentes até a chegada do produto aos postos.
"Portanto, o preço encontrado
pelo consumidor nas bombas reflete toda uma cadeia de produção inescapavelmente
conectada às cadeias globais de valor em que a Companhia está inserida",
afirmou a nota.
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