O primeiro projeto de lei
apresentado no Senado em 2024 é voltado ao benefício de estudantes e pequenos
agricultores. De autoria do senador Laércio Oliveira (PP-SE), o PL 1/2024 quer
garantir que o percentual mínimo de 30% da alimentação nas escolas seja
proveniente da agricultura familiar, conforme determina a Lei 11.947, de 2009,
para estimular a criação de mercados locais que passam a entregar seus produtos
para a própria comunidade.
Para isso, a ideia é criar um sistema de monitoramento, incentivos e apoio para
garantir o cumprimento dessa determinação em um prazo máximo de três anos.
Dessa forma, o projeto prevê que todos os municípios possam adquirir ao menos
30% da merenda escolar das mãos de produtores locais com recursos do Programa
Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
O projeto estabelece que os municípios que comprovarem o cumprimento da lei
receberão bônus do PNAE de até 5% no ano seguinte ao do cumprimento. Já os
municípios que não comprovarem o cumprimento da determinação devem ser
inscritos em programa de assistência técnica do governo federal para fazer a
adequação e também serão convidados a participar de capacitação específica.
No texto, o senador destaca o papel da agricultura familiar na segurança
alimentar dos brasileiros e cita dados do IBGE apontando que cerca de 87% da
produção da mandioca brasileira vem da agricultura familiar, 70% do feijão, 60%
do leite, 59% dos suínos, 46% da produção de aves e 51% da produção de milho.
“Além de ser importante para o abastecimento alimentar, a agricultura familiar
garante ocupação para mais de 10 milhões de brasileiros, mantendo a mulher e o
homem no campo, com dignidade”, ressalta Laércio.
O senador também destaca, no entanto, que nem todos os agricultores familiares
conseguem vender seus produtos no mercado de forma satisfatória, havendo
problema de falhas no mercado em algumas situações.
“Ao mesmo tempo, as crianças e adolescentes que frequentam as escolas precisam
de alimentação fresca e saudável para poderem se desenvolver e ter bom
desempenho nas aulas”, conclui o parlamentar.
Outros projetos
Também tramitam no Senado outros projetos que tratam desse tema. O
PL 212/2022 propõe o aumento de 30% para 50% do percentual mínimo na compra da
merenda escolar diretamente da agricultura familiar e do empreendedor familiar
rural com recursos financeiros repassados pelo Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE), no PNAE.
O texto, do senador Rogério Carvalho (PT-SE), ganhou parecer favorável do
Senador Marcelo Castro (MDB-PI) na Comissão de Educação e Cultura (CE). Agora a
matéria segue para a decisão final na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE)
Já o PLC 90/2018, da então deputada e atual senadora Professora Dorinha Seabra
(União-TO) e relatado pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF), foi
transformado na Lei 14.734, de 2023, com veto parcial, que determina que
estados, Distrito Federal e municípios forneçam verba e condições para o pleno
funcionamento do Conselho de Alimentação Escolar (CAE).
O texto prevê que todos os entes federados forneçam instalações físicas,
recursos humanos e recursos financeiros que possibilitem o pleno funcionamento
do CAE, facilitando o acesso da população.
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