Diante de cálculos conflitantes
apresentados pela própria equipe econômica, o ministro da Fazenda, Fernando
Haddad, pediu que a Receita Federal refizesse as estimativas de perda com a
prorrogação da desoneração da folha de pagamento. Ele levará o novo número ao
presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), com quem se reúne na noite
desta segunda-feira (15).
Até
agora, o Ministério da Fazenda informou três impactos diferentes com a
derrubada do veto. Inicialmente, a pasta tinha informado R$ 25 bilhões para o
Orçamento de 2024. Posteriormente, informou R$ 20 bilhões e, por fim, R$ 16
bilhões.
“Eu
pedi para a Receita reestimar [a perda de arrecadação]. A primeira providência
que vou fazer é levar ao conhecimento do presidente Rodrigo Pacheco o que que
não está previsto no Orçamento que foi aprovado. Porque, como não foi feito o
cálculo pela Fazenda, o projeto foi aprovado sem que houvesse participação do
Executivo. Então, nós usamos esse tempo para fazer uma estimativa de renúncia
não prevista no Orçamento que compromete os objetivos pretendidos”, disse
Haddad ao retornar de reunião com o presidente do Paraguai no Itamaraty.
Segundo
Haddad, o novo cálculo considerará tanto a perda com a prorrogação da
desoneração da folha de pagamento de 17 setores como com a redução da alíquota
da Previdência Social para os municípios de pequeno porte.
“O
orçamento é público: quando você faz uma renúncia fiscal você tem que
compensar. É natural que haja lobbies, que haja grupos de interesses defendendo
as suas propostas. Mas o papel do Ministério da Fazenda é buscar harmonizar o
orçamento com aquilo que foi aprovado”, declarou. Segundo o ministro, a reunião
desta segunda com Pacheco marcará o início de uma “discussão de alto nível”
sobre o tema.
Antes
do encontro com Pacheco, Haddad reuniu-se com o ministro das Relações
Institucionais, Alexandre Padilha, e com o líder do Governo no Senado, Jacques
Wagner (PT-BA). Ao deixar o ministério, Wagner repetiu que não acredita que o
Congresso devolverá a medida provisória, mas não entrou em detalhes sobre a
possibilidade de o Legislativo converter a proposta em projeto de lei.
Agência Brasil
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