O Rio Grande do Norte foi o estado
que liderou a expansão da matriz energética brasileira, segundo informações do
Ministério de Minas e Energia (MME). De acordo com os dados publicados, o RN
expandiu sua capacidade instalada em 2,035 GW de um total de 8,4 GW no Brasil,
aumento puxado principalmente por novas usinas das fontes eólica e solar. O
adicional é suficiente para abastecer mais de 4 milhões de residências.
Atualmente, o RN é líder de produção em energia eólica, uma das principais
fontes limpas em expansão no Brasil.
O RN ficou à frente de Minas Gerais, que aumentou a potência de geração em
2,025 GW, e da Bahia, que registrou um acréscimo de 1,922 GW. No caso das
usinas fotovoltaicas e eólicas, a soma das duas foi de 7,6 GW de expansão no
Brasil. Em capacidade instalada total, o País alcançou 196,6 GW, sendo que as
fontes renováveis, incluem hidráulicas, eólicas, fotovoltaicas e de biomassa –
representam 83,6% desse total.
Para Max Pereira, membro do Conselho Deliberativo da Associação Potiguar de Energias
Renováveis (Aper-RN), o Estado também passou a ter grandes volumes de energia
solar, somando-se a já liderança consolidada na energia eólica. “O RN, ano após
ano, vem liderando a corrida na implantação de projetos de geração eólica,
principalmente sendo líder nacional, nos últimos dois anos passamos a ter
também um grande volume de projetos de energia solar, que aponta para que em um
futuro próximo tenhamos a possibilidade de também liderarmos nessa modalidade
de geração”, aponta.
“Acreditamos que o principal motivo do forte crescimento da fonte solar se deva
a redução dos custos de aquisição dos painéis solares, que sofreram acentuada
queda no mercado internacional no ano de 2023, com perspectiva de manutenção de
preços em queda para o primeiro trimestre de 2024, tornando assim a fonte solar
ainda mais competitiva”, acrescenta.
Ainda segundo Max Pereira, a energia solar tem apresentado potenciais
competitivos no Estado. “Temos também grandes diferenciais competitivos na
geração de energia solar, terras com valor acessível aos projetos, irradiação
solar das melhores do país, mão de obra e empresas com expertise na implantação
dos parques, dentre outros”, acrescenta.
Para a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeolica), Elbia
Gannoum, o protagonismo do Brasil nas energias renováveis será cada vez mais
ampliado com a chegada dos novos projetos offshore.
“No Brasil já estamos com mais de 78 projetos em análise pelo Ibama, o que
representa mais de 182 GW de capacidade. O potencial brasileiro para eólica
offshore é de 700 GW, isso significa não só um avanço rumo ao NetZero em 2030
como também o impulsionamento de novas tecnológicas que demandam por energia
renovável, como o hidrogênio verde. Essa adesão, pleiteada pela ABEEólica junto
ao MME, garantirá ainda a eficaz implementação da Política Industrial Verde no
país”, afirmou Gannoum em entrevista recente.
O Rio Grande do Norte segue na liderança como maior gerador de energia eólica
do Brasil. Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o RN
possui 8,9 GW de potência fiscalizada, a frente da Bahia, que possui 8,6 GW. A
energia gerada no RN representa 31,19% da produção nacional. No tocante à
potência outorgada, o Estado possui 4,1 GW, que corresponde a parques eólicos
em fase de construção. A Bahia lidera neste quesito, com 11,0 GW.
Offshore
Com liderança consolidada na energia eólica onshore, o Rio Grande
do Norte e o Brasil tem intensificado as discussões e atenções para a energia
eólica off shore (no mar), que é considerado um importante passo na transição
energética mundial.
Em dezembro, o secretário Nacional de Transição Energética e Planejamento,
Thiago Barral, assinou a adesão do Brasil à Global Offshore Wind Alliance
(GOWA), em cerimônia realizada durante a COP28.
País teve expansão de 10,3 GW em
2023
O
mês de dezembro foi considerado “surpreendente” para a Agência Nacional de
Energia Elétrica (ANEEL), que registrou a entrada em operação comercial de 51
unidades geradoras, que acrescentaram 1,9 gigawatt (GW) à capacidade instalada
no País. Com esse resultado final, o ano terminou com crescimento de 10,3242 GW
na matriz elétrica, ultrapassando o recorde anterior de 9,5278 GW alcançado em
2016. O resultado também superou a meta de 10,302,4 GW estabelecida no início
do ano pela fiscalização da ANEEL.
Esses dados levam em consideração tanto os empreendimentos em operação e em
construção, de acordo com dados do Sistema de Informações de Geração da ANEEL,
o SIGA. No caso do Rio Grande do Norte, a expansão em 2023 atingiu 2,2785 GW.
Os parques eólicos contribuíram em grande medida para o recorde em 2023: as 140
unidades que passaram a operar ao longo do ano somaram 4,9 GW, respondendo por
47,65% da expansão da matriz no ano. Dentre as 291 usinas que entraram em
operação no ano, estão ainda 104 centrais solares fotovoltaicas (4,0709 GW), 33
termelétricas (1,2149 GW), 11 pequenas centrais hidrelétricas (0,158 GW) e três
centrais geradoras hidrelétricas (0,0114 GW). Essas novas usinas foram
concluídas em 19 estados localizados nas cinco regiões brasileiras. Registraram
expansão acima de 2 GW, além do RN, os estados da Bahia (2,614 GW) e Minas
Gerais (2,0257 GW).
O Brasil somou 199.324,5 MW de potência fiscalizada, de acordo com dados do
SIGA. Desse total em operação, ainda de acordo com o SIGA, 83,67% das usinas
são consideradas renováveis.
Números
51
unidades geradoras entraram em operação em dezembro de 2023
1,9
gigawatts foi o volume acrescentado à capacidade instalada no País.
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