O ex-presidente da República Jair
Bolsonaro ficou em silêncio na Polícia Federal sobre a suposta participação em
uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Ele esteve na sede
da corporação na tarde desta quinta-feira (22), onde ficou por volta de 30
minutos. O advogado Fábio Wajngarten afirmou que a decisão de Bolsonaro se deu
em razão do ex-chefe do Executivo não ter acesso à íntegra dos autos da
investigação e à delação premiada do ex-ajudante de ordens da Presidência,
tenente-coronel Mauro Cid.
“O presidente já saiu, fez o uso do
silêncio, conforme a defesa antecipou. Esse silêncio, quero deixar claro, não é
simplesmente o uso do exercício constitucional do silêncio, mas, uma estratégia
baseada no fato de que a defesa não teve acesso a todos os elementos por quais
estão sendo imputados ao presidente a prática de certos delitos”, disse
Wajngarten.
Essa foi a oitava vez que Bolsonaro
prestou depoimento na PF desde que deixou a Presidência da República.
No último dia 8, Bolsonaro foi alvo da
Operação Tempus Veritatis junto a seus ex-ministros, ex-assessores e militares
de alta patente. Por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Alexandre de Moraes, o ex-presidente teve o seu passaporte apreendido e está
proibido de deixar o País.
Em uma decisão de 135 páginas, Moraes
mostrou que os alvos da operação estavam planejando a execução de um golpe de
Estado em uma organização formada por, pelo menos, seis diferentes tipos de
atuação. Segundo a Polícia Federal, as tarefas das frentes tinham três
objetivos: desacreditar o processo eleitoral, planejar e executar o golpe de
Estado e abolir o Estado Democrático de Direito.
Na última segunda-feira (19), a defesa
de Bolsonaro pediu o adiamento do depoimento, afirmando que o ex-presidente não
iria prestar esclarecimentos sobre o caso até ter acesso às conversas
recuperadas nos celulares apreendidos na investigação. Moraes rejeitou o pedido
e disse que não cabe ao ex-presidente escolher o dia do interrogatório.
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