Com os vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao
Orçamento de 2024, ministérios comandados por nomes ligados ao Centrão tiveram
corte de R$ 5 bilhões em emendas de comissão. O valor representa 89,2%
dos R$ 5,6 bilhões em emendas vetados por Lula na
última semana.
A
ação desagradou parlamentares, que já falam em derrubada do veto durante sessão
do Congresso Nacional. Entre os grupos insatisfeitos, está o Centrão, que tem
11 ministérios comandados por nomes filiados a partidos como MDB, PP,
Republicanos, PSD e União Brasil.
O Ministério das Cidades lidera a
lista das pastas do Centrão que sofreram cortes: o órgão comandado por Jader
Filho (MDB) sofreu veto de R$ 1.783 bilhão destinado a emendas. Em seguida, aparece
o Ministério de Integração e Desenvolvimento Regional, que teve R$ 1.718 bilhão
em emendas cortadas. A pasta é chefiada por Waldez Góes (União Brasil).
Em terceiro lugar no ranking das
pastas lideradas pelo Centrão, o Ministério do Turismo, de Celso Sabino
(União), teve corte de R$ 950
milhões em emendas. Em seguida, está o Ministério do Esporte, com R$
509 milhões em emendas vetados. O órgão é comandado por André Fufuca (PP).
Veja a lista completa:
Verbas cortadas no Orçamento de partidos comandados pelo Centrão
Negociações
Aprovado no Congresso em
dezembro de 2023, sob relatoria do deputado Luiz Carlos Motta (PL-SP), o
Orçamento previa a destinação de R$ 16,6 bilhões dos cofres públicos para
emendas de comissão.
Após a publicação dos
vetos de Lula, o líder do governo no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues
(sem partido-AP), afirmou que o corte se deu pela “queda da inflação”. “Esse
veto foi, unicamente, em decorrência de uma circunstância, que tanto governo
quanto Congresso têm de celebrar: a queda da inflação”, destacou o parlamentar.
A justificativa, no
entanto, não agradou os congressistas. Nos bastidores, a expectativa é de que o
veto seja derrubado e, também, de que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), entre
em campo para articular o diálogo entre os líderes partidários e o governo
federal. O governo, no entanto, tenta negociar com os parlamentares.
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha,
defendeu o veto do presidente Lula à Lei Orçamentária Anual
(LOA) na última segunda-feira (29/1), depois de uma reunião com o ministro da
Fazenda, Fernando Haddad.
“Os R$ 5 bilhões do
Orçamento precisava tirar de algum lugar. O veto vem poupar áreas importantes
e, agora, vamos discutir com ministros, líderes”, afirmou Padilha a jornalistas
depois do encontro.
O ministro também falou
ser necessário ir “analisando a execução e reorganizando o orçamento” ao longo
do ano, junto à ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.
Tebet admitiu que o
governo poderá rever o veto às emendas depois do Carnaval. Segundo a ministra,
não é possível afirmar se a reposição, acordada com parlamentares, ocorrerá de
fato.
“Só após o Carnaval eu
acredito que vamos ter uma sinalização do que nós estamos falando em estimativa
de receita para o ano de 2024”, disse no fim da semana passada.
Metrópoles
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