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02 fevereiro 2024

ESTUDANTES ENTRAM NA JUSTIÇA POR CONTA DA FALHA DO SISU

REDAÇÃO ITAJÁ TV

Da comemoração eufórica, fotos nas redes sociais com amigos e familiares, a uma frustração sem precedentes. A sonhada vaga na universidade federal para graduação em um curso superior se tornou um trauma na vida de estudantes do Rio Grande do Norte, que chegaram a ver seus nomes como aprovados no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), mas acabaram sendo excluídos após correção do sistema. Este foi o caso de duas jovens potiguares, uma de Parnamirim e outra de Jardim do Seridó, situação que se repetiu em outros estados. Após o constrangimento, ambas vão recorrer à Justiça em busca das vagas.


A estudante de 18 anos, Jainy Azevedo de Araújo, de Jardim do Seridó, chegou a comemorar com família e amigos e até posts nas redes sociais a vaga no curso de Medicina, na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Na quarta-feira (31), 24h depois, a frustração: o resultado oficial divulgado mostrava que ela não estava selecionada para o curso. A família entrou com um mandado de segurança na Justiça Federal do RN com o intuito de garantir a vaga.


“Pedimos a aprovação na instituição, no caso, seguir o que havia sido divulgado em virtude da nota que ela teve. A jovem não pode ser responsabilizada pelos erros no sistema. Em virtude do constrangimento de ter reunido familiares e amigos para comemorar e em caso não o seja acolhido o pedido de matrícula devidamente na instituição, pedimos uma indenização por danos morais”, aponta o advogado Allyson Moisés Medeiros, que representa a estudante.


Ainda segundo o advogado, foi pedida uma indenização por danos morais no valor de R$ 30 mil para a estudante, quantia considerada pequena para o defensor da estudante. “Pedimos esse valor para mostrar ao juiz que a estudante está interessada na aprovação e não na indenização”, acrescenta.


Outro caso aconteceu em Natal, com a estudante Clara Letícia Pereira Leite, de 18 anos. Ela publicou post nas redes sociais mostrando que havia sido selecionada no curso de Direito na UFRN na chamada regular na terça-feira. O cenário foi o mesmo: ela chegou a ver a aprovação na terça, mas na quarta-feira o resultado foi diferente.


“Pretendo acionar a Justiça após esse episódio. Já fiz consultas com alguns advogados. A questão é a frustração. Quando vi o resultado novo me senti iludida, impotente, traída. A sensação foi muito ruim. Já tínhamos marcado churrasco, comemoração. Minha família adiou viagem para podermos celebrar. No fim das contas perdi minha vaga”, acrescenta.

As falhas repercutiram nacionalmente. O jornal O Globo também mostrou a situação de um estudante de Santa Catarina, de 18 anos. O jovem Ricchard Kassay disse que conseguiu acessar a página do Sisu às 9h de terça-feira e apareceu que havia sido aprovado no curso de Cinema da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O Sisu corrigiu o resultado.


“Todo mundo sonha com esse momento e eu já estava me preparando para contar para a minha família, mas decidi verificar pelo celular para confirmar. Neste momento, minha nota não aparecia mais. Depois abri no notebook da minha mãe e seguiu sem aparecer minha nota”, explica Ricchard. “Na quarta, quando divulgaram os resultados, eu vi que na verdade não fui aprovado em nenhuma das opções de curso. Criaram uma expectativa sobre uma realidade que nunca existiu”, acrescenta.

problemas técnicos
Segundo o MEC, a divulgação dos resultados do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) 2024 foi adiada por problemas técnicos. A previsão era que a publicação ocorresse na tarde da terça-feira (30). Em nota, o MEC informou que “a Subsecretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação do MEC, área responsável pela operacionalização do Sistema de Seleção Unificada, identificou problemas técnicos no sistema e reiniciou os protocolos de homologação”.

Tribuna do Norte 

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