“Gato escaldado tem medo de água fria”. Foi esse o
termo usado por militares para justificar a iniciativa do Exército de preparar
um local para receber possíveis alvos de ordens de prisão, nesta quinta-feira
22. A preocupação é que os generais que serão ouvidos pela Polícia Federal na
investigação que apura uma tentativa de golpe de Estado junto a Jair Bolsonaro possam vir a ser presos, como houve
recentemente com outros militares.
Os militares que serão ouvidos são Augusto Heleno
(ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional), Paulo Sérgio Nogueira
(ex-ministro da Defesa), Walter Braga Netto (ex-ministro Chefe da Casa Civil e
ex-candidato a vice-presidente da República), Almir Garnier (ex-comandante da
Marinha), Cleverson Ney Magalhães, (ex-coronel do Exército e ex-oficial do
Comando de Operações Terrestres) e Mário Fernandes (ex-chefe-substituto da
Secretaria-Geral da Presidência).
Como a Força já teve que preparar, às pressas, celas para
receber fardados, como o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de
Bolsonaro, o Exército decidiu se antecipar e já ter um plano traçado, em caso
de eventuais prisões. O local pode, inclusive, ser usado pelo ex-presidente
Jair Bolsonaro, se ele desejar isso, em um cenário de detenção. Bolsonaro é
capitão reformado do Exército.
Como informou a
coluna “Radar”, da revista “Veja”, o local que abrigaria os generais presos
seria um alojamento localizado no Comando Militar do Planalto, dentro do
Quartel-General da Força, em Brasília. O jornal O Globo apurou que, antes de os
depoimentos do generais serem marcados, o Exército já havia previsto melhorias
para essa área.
Defesa de Bolsonaro pede acesso às
provas de investigação antes de depoimento à PF
A defesa de Jair
Bolsonaro (PL) entrou com um novo pedido para que o ministro Alexandre de
Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), dê acesso às provas da investigação
antes do depoimento do ex-presidente, marcado para esta quinta-feira 22. A
alegação é de que é necessário “garantir a paridade de armas no procedimento
investigativo”.
Os advogados
pediram duas vezes acesso aos autos depois que foi deflagrada a operação Tempus
Veritatis, em 8 de fevereiro. Moraes liberou o acesso aos mandados no segundo
pedido. Os advogados do ex-presidente pediram, então, acesso às mídias
digitais, como telefones, computadores e a delação do ex-ajudante ordens de
Bolsonaro, Mauro Cid, mas Moraes não autorizou. Foi quando defesa disse que o
ex-presidente então não iria falar e entrou com pedido para adiar o depoimento.
Agora, a defesa volta novamente com pedido de acesso.
Moraes já negou
dois pedidos de adiamento do depoimento de Bolsonaro à Polícia Federal (PF),
dizendo que a defesa teve acesso aos autos da investigação que apura tramas
golpistas envolvendo ex-membros do governo e militares. Outros investigados da
operação, incluindo dois ex-assessores do ex-presidente, também foram intimados
a prestar depoimento na quinta.
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