O presidente Lula e seus principais assessores na crise
com Israel cogitam expulsar o embaixador Daniel Zonshine, que representa o governo
de Benjamin Netanyahu no Brasil.
A medida, embora considerada “drástica e indesejável”
pelo Itamaraty, foi discutida na segunda-feira 19 pelo presidente Lula com o
assessor especial Celso Amorim em uma reunião no Palácio da Alvorada.
“Essa é uma das opções à mesa”, disseram ao jornal O Globo um auxiliar
palaciano e um integrante da cúpula do Ministério das Relações Exteriores.
Seria, ainda, a próxima reação possível no protocolo diplomático em caso de
recrudescimento das agressões.
De acordo com as fontes do Itamaraty, a possibilidade da
expulsão foi sugerida em linguagem diplomática ao próprio Zonshine na reunião
entre ele e o chanceler Mauro Vieira, na segunda-feira.
No encontro, ocorrido a portas fechadas, Vieira afirmou
que não interessa ao Brasil uma escalada da crise, mas que os movimentos do
governo israelense — de declarar o presidente Lula persona non grata em Israel
e de submeter a constrangimento o embaixador brasileiro, Frederico Meyer, eram
“inaceitáveis”.
De acordo com essas fontes do Itamaraty, no protocolo diplomático tal expressão
deveria significar um limite, como se tivesse sido traçado uma linha que não
deve ser cruzada.
Depois disso, porém, o ministro de Relações Exteriores
Israel Katz fez uma postagem nas redes sociais em que cobrou de Lula um pedido
de desculpas a “milhões de judeus em todo o mundo”. “Como ousa comparar Israel
a Hitler?”, escreveu Katz, que classificou as declarações de Lula no último
domingo um “cuspe no rosto dos judeus brasileiros”. A seguir, o perfil oficial
do governo israelense chamou Lula de “negador do Holocausto”.
Agora RN
Nenhum comentário:
Postar um comentário