A operação de busca pelos dois fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró atinge um marco nesta quinta-feira, 14, completando um mês desde a fuga. Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça tornaram-se os primeiros detentos a escaparem de uma instalação prisional federal. Apesar dos esforços de cerca de 500 agentes envolvidos na operação, ligados a diversas forças de segurança, até o momento não obtiveram êxito na recaptura dos fugitivos. Ambos os detentos têm ligações com o Comando Vermelho. As dificuldades encontradas pelos agentes se devem às táticas habilidosas empregadas pelos fugitivos e às complexidades geográficas da região onde se escondem, segundo publicou o jornal Estadão.
O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, esteve em Mossoró nesta quarta-feira, 13, e declarou que há fortes indícios de que a dupla de fugitivos permanece na região. Ele expressou otimismo em relação à mobilização das forças de segurança, observando que os criminosos aparentemente não deixaram a área delimitada entre Mossoró e a divisa com o Ceará.
Segundo o Estadão, internamente, há uma percepção de que o principal dano à imagem do governo foi a própria fuga, porém, a demora na recaptura está gerando incômodo. Nos bastidores do Ministério da Justiça, argumenta-se que a busca por Lázaro Barbosa, o “serial killer” do Distrito Federal, em 2021, foi mais rápida devido ao rastro de violência deixado pelo criminoso.
Os detentos de Mossoró são considerados mais “furtivos”, apresentando maior potencial de execução de fuga devido à adoção de estratégias discretas.A força-tarefa composta por diversas agências, incluindo a Polícia Federal, a PRF e a Força Nacional, concentrou suas buscas na zona rural de Baraúna, próxima a Mossoró. Esta área abriga o Parque Nacional da Furna Feia, que possui mais de 200 cavernas de diferentes tamanhos e profundidades. Localizado a cerca de sete quilômetros do presídio, o Parque Nacional da Furna Feia tem sido uma peça-chave nas estratégias de busca, mas também um obstáculo. Os agentes enfrentam dificuldades de locomoção e orientação em uma área de 8,5 mil hectares.
“É como procurar uma agulha no palheiro”, compara o coronel da reserva da PM de São Paulo, José Vicente da Silva Filho, ex-secretário nacional de Segurança Pública. O coronel José Vicente da Silva Filho também acredita ser mais difícil a recaptura após um mês. “É previsível que, se não apanhar o preso dentro de uma semana, é improvável que consiga em tempo maior.”
Tribuna do Norte
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