Já se passaram 15 anos da última vez que o açude Itans, em Caicó, sangrou. Considerado um reservatório seco, ele está com somente 1,3% da capacidade e não tem perspectivas para aumentar seu nível de maneira significativa neste ano. Porém, ao contrário do que já chegou a circular como informação, o açude não está “condenado” e as barragens no entorno do local não são o motivo da situação. O coordenador de Regulação do Instituto de Gestão das Águas do Estado do Rio Grande do Norte (Igarn), Nelson Césio, disse que a situação pode mudar.
Segundo o coordenador, é mito que a bacia onde está o Itans tem barragens (clandestinas ou não) que inviabilizam a chegada da água ao Itans. De acordo com ele, um levantamento realizado em 2019 pela Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado (Emparn) apontou que há a mesma relação de açudes por área nas bacias do Apodi/Mossoró e Piranhas/Açu, onde está o Itans.
“Se esse fosse de fato o motivo, também não teríamos outros grandes reservatórios tomando água nessa região”, explicou Nelson Césio.
As causas para redução nos nívels do Itans são, de acordo com ele, duas principais: a distribuição de chuvas no Semiárido e a geografia do Itans. “Nossas chuvas têm uma distribuição espacial irregular. Tem chovido menos nas áreas onde teriam mais influência no Itans. Além disso, é uma bacia muito alongada. As chuvas como são concentradas em pequenas áreas e grandes intensidades, se não forem lá, fica mais difícil que a água chegue”, explicou.
Segundo Nelson Césio, são grandes percursos que a água precisa percorrer para chegar ao Itans a a partir das nascentes e do rio Barra Nova, que está seco. Somado a isso, o terreno plano também dificulta o acúmulo. Com isso, a água tende a infiltrar e evaporar, sem ser possível o acúmulo. “A chuva que vem de Ouro Branco, Santa Luzia (PB) e dos açudes da bacia que carregariam o Itans, mas os açudes da região e na paraíba estão com pouca recarga”, disse o coordenador do Igarn.
Para que o Itans volte a ter grandes níveis novamente, segundo Nelson Césio, é preciso que ocorram chuvas intensas e mais regulares na região. “Pode, sim, encher novamente”, acredita.
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