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15 agosto 2024

Além de pedido de impeachment, oposição defende CPI contra Moraes

REDAÇÃO ITAJÁ TV

Deputados e senadores de oposição anunciaram, na quarta-feira, 14, o início de uma campanha pelo impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Durante coletiva a jornalistas, o senador Eduardo Girão (Novo-CE) elencou mais de dez motivos para a deposição do magistrado, que devem estar na peça que vai tramitar no Senado. Eles irão coletar assinaturas até 7 de setembro — de parlamentares e de cidadãos — para protocolar o pedido em 9 de setembro.

A intenção é reunir apoio e aguardar fatos novos do material obtido pela Folha para um pedido mais robusto. Segundo o jornal, o ministro usou ilegalmente o TSE para a produção de relatórios contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Moraes alega que o TSE tem “poder de polícia” e que tais relatórios foram “oficiais e regulares”.

Foi apresentada uma lista de mais de dez alegações, como: violação de direitos constitucionais e humanos; violação do devido processo legal; abuso de poder; desrespeito ao código de processo penal com utilização de prisão preventiva como meio de constranger pessoas; entre outros.

O senador mencionou que o pedido “transcende ser de esquerda ou direita”, mas é uma questão de “defender a democracia no Brasil”. “O Senado precisa cumprir seu dever constitucional”, ressaltou Girão.

CPI
A oposição ao governo no Congresso analisa apresentar um pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a atuação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A iniciativa se soma ao movimento de congressistas que organizam um pedido de impeachment contra o ministro.

O vice-líder da Oposição no Senado, senador Eduardo Girão (Novo-CE), está envolvido nas articulações, que ganharam força após uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo indicar que Moraes teria usado o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para investigar bolsonaristas.

“Temos também outros colegas, que vocês podem ter notícias em pouco tempo, da Câmara e do Senado que estão vendo uma possibilidade de CPI com as revelações da Folha de São Paulo também. E eu acredito que isso faz parte do processo democrático, sem pré-julgamentos”, disse Girão em entrevista a jornalistas no Senado.

O senador também mencionou que já foram apresentados na Câmara pedidos de outras CPIs que miram o STF, mas ainda não avançaram.

Moraes se pronuncia em sessão do STF

Ministro do Supremo Tribunal Federal se pronunciou nta quarta-feira, 14, no plenário do Supremo Tribunal Federal, sobre produção de relatórios usados nos inquérito das fake news e das milícias digitais: ‘Não há nada a esconder’. Reportagens publicadas pela Folha de S. Paulo afirmam que o ministro ordenou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), enquanto presidiu a corte, a produção de relatórios para embasar as investigações em curso no STF. A reportagem aponta que isso ocorreu “fora do rito”.

Antes da sessão plenária do STF, Alexandre de Moraes afirmou que todos os documentos produzidos foram juntados aos processos e compartilhados com a Procuradoria-Geral da República e com a Polícia Federal. “Não há nada a esconder”, afirmou. “Seria esquizofrênico eu, como presidente do TSE, me auto-oficiar. Até porque, como presidente do TSE, no exercício do poder de polícia, eu tinha o poder, pela lei, de determinar a feitura dos relatórios.”

Moraes também justificou que os documentos foram requisitados para verificar condutas reincidentes, ou seja, segundo o ministro, os alvos já vinham sendo investigados por incitar atos golpistas e antidemocráticos.

Outro argumento do ministro é que os relatórios seriam a forma mais rápida de registrar publicações criminosas antes que elas fossem apagadas pelos usuários. O caminho alternativo, afirmou Moraes, seria encaminhar o pedido ao TSE por meio da Polícia Federal, mas segundo ele a corporação ficou sem estrutura no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O ministro afirmou ainda que o caso está sendo usado para “novamente tentar desacreditar o Supremo Tribunal Federal, as eleições de 2022 e a própria democracia no Brasil”.

OAB pede acesso a inquéritos de Moraes

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) vai pedir acesso aos inquéritos que tramitam sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF).

A decisão foi costurada pelos conselheiros federais, presidentes das seccionais e pelo presidente nacional, Beto Simonetti, na manhã desta quarta-feira, 14, e é tratada como urgente.

Esse é um primeiro passo para a entidade analisar se há outras medidas cabíveis. O objetivo é verificar se servidores do gabinete do ministro cometeram irregularidades.

Em nota, a OAB afirma que é preciso “esclarecer, com urgência, se houve ou não a atuação de servidores ou de gabinetes do STF para produzir provas ilegais para sustentar decisões judiciais desfavoráveis a pessoas específicas ou se a atuação se restringiu aos limites do exercício do poder de polícia da Justiça Eleitoral”.

“A Justiça deve ser imparcial e respeitar os direitos e garantias estabelecidos pela Constituição. Fora do devido processo legal não há atuação legítima do Judiciário”, diz o comunicado da OAB.

A movimentação acontece após a Folha de S. Paulo publicar mensagens trocadas pelo ministro e por seus auxiliares sobre a produção de relatórios que, posteriormente, foram usados em decisões contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

As reportagens apontam que, enquanto foi presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro usou o setor de combate à desinformação da corte para produzir os documentos usados nos inquéritos das fake news e das milícias digitais, que tramitam no STF e não no TSE.

Em nota, Moraes afirmou que todas as investigações conduzidas por ele seguiram as normais previstas em lei. “Todos os procedimentos foram oficiais, regulares e estão devidamente documentados nos inquéritos e investigações em curso no STF, com integral participação da Procuradoria Geral da República.”


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