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19 agosto 2024

Arrecadação de ICMS cai 9% em julho no Rio Grande do Norte

REDAÇÃO ITAJÁ TV

O recolhimento do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) caiu 9% em julho de 2024, no Rio Grande do Norte, na comparação com o mesmo mês do ano passado.

Foram recolhidos R$ 695,7 milhões com o principal tributo estadual, ao longo do sétimo mês do ano.

 

Com isso, o volume das receitas próprias do estado totalizaram R$ 761,4 milhões - valor que é 8,1% mais baixo do que o recolhido em julho de 2023, quando o volume chegou a cerca de R$ 828,8 milhões.

A Secretaria de Fazenda do Rio Grande do Norte atribuiu a queda das receitas à redução da alíquota do ICMS, de 20% para 18%.

"Em junho, a arrecadação já havia registrado redução", destacou a Secretaria de Fazenda do Rio Grande do Norte (Sefaz), que publicou, nesta sexta-feira (16) um demonstrativo mensal das finanças do estado.

O ICMS é o imposto recolhido quando se compra mercadorias, como roupas, eletrônicos ou até mesmo ao usar serviços de transporte e comunicação. Esse é o principal tributo que compõe as receitas próprias dos estados, representando mais 85%, em média, do total recolhido.

"A análise dos dados do informativo da Fazenda Estadual revela, não só que essa é a maior baixa nominal em 2024, mas também, que é a segunda maior queda no recolhimento de ICMS registrada desde o primeiro ano da pandemia, sendo inferior apenas a de novembro de 2022, quando a arrecadação do imposto caiu mais de 12 pontos percentuais", informou a Sefaz.

Em valores reais, o encolhimento do ICMS é ainda maior, chegando a uma diminuição de 13,5%, considerando os efeitos inflacionários.

“Esse resultado negativo é emblemático para as finanças do Rio Grande do Norte, ficando entre as maiores baixas que tivemos no recolhimento de ICMS desde a pandemia. Nitidamente, esse desempenho, como já tínhamos previsto, é reflexo da redução da alíquota modal para 18%”, avalia o secretário de Fazenda do Estado, Carlos Eduardo Xavier.

 

Para o secretário, a variação negativa que chega a ser o dobro da inflação acumulada demonstraria que alteração da alíquota básica do ICMS foi prejudicial para o RN.

Por outro lado, o estado registrou aumento da arrecadação em outros impostos como IPVA, que recolheu R$ 63,2, milhões em julho deste ano - um aumento nominal de 1,3% em relação aos R$ 62,4 milhões arrecadados em julho de 2023.

Já o ITCD, que incide sobre transmissões de bens por causa mortis e doações, segue em ascensão, sendo responsável por uma receita de R$ 2,4 milhões em julho. Isso equivale a um aumento nominal de 25% em relação a julho do ano passado

Governo não conseguiu aprovar lei em 2023

Em uma derrota política histórica, o governo do Rio Grande do Norte não conseguiu aprovar em dezembro de 2023 a proposta de aumento da alíquota do Imposto Sobre Mercadorias e Serviços (ICMS), para 20%, em 2024.

Uma lei apresentada pelo próprio governo e aprovada pela Assembleia em 2022 previa o aumento de 18% para 20% para 2023, mas em caráter temporário, com previsão retorno da alíquota para 18% em janeiro de 2024.

Em outubro do ano passado, o governo enviou para a Assembleia Legislativa o novo projeto de lei que manteria a alíquota básica do Imposto em 20% por tempo indeterminado, mas não conseguiu os votos mínimos.

 

O projeto de lei foi rejeitado na Comissão de Finanças na Assembleia, onde a oposição tem maioria, e teve o pedido de recurso negado no plenário da Casa Legislativa.

Na tentativa de conciliação, o governo reduziu a proposta e apresentou uma emenda com alíquota de 19%, mas não conseguiu mudar os votos da oposição.

Novo projeto de lei

Em um novo projeto de lei anunciado em agosto de 2024, o governo do Rio Grande do Norte anunciou a proposta de reajustar o salário de cerca de 63 mil servidores do estado - entre ativos, inativos e pensionistas -, mas condicionou a execução do projeto ao retorno da alíquota modal de 20% do ICMS.

De acordo com o secretário de Administração do RN, Pedro Lopes, os reajustes serão na casa dos 13% ou 14% para cerca de 20 categorias e estão previstos para serem implementados entre janeiro de 2025 e abril de 2026.


G1RN


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