A rede estadual de educação do Rio
Grande do Norte teve o pior desempenho do Brasil no ensino médio em 2023,
segundo o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que foi
divulgado nesta quarta-feira (14) pelo Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Essa foi a segunda vez seguida que o
estado ficou com o pior desempenho do ensino médio na rede pública. O Ideb
apontou que o ensino médio do RN teve nota de 3,2, a pior entre
todas as federações do país. A maior nota foi de Goiás, com 4,8, e a média do Brasil foi de 4,1.
A nota no ensino médio do RN
representou uma melhora de 0,4 em relação ao Ideb de 2021, o último que
havia sido divulgado.
Segundo a Secretaria Estadual de
Educação e Lazer do RN, os índices voltaram ao nível de crescimento do período
de antes de 2020, já que na pandemia houve uma dificuldade de investimentos na
área (veja detalhes mais abaixo).
O Ideb é o índice que mede a
qualidade da educação no Brasil e tem resultados a cada dois anos. As piores notas do Ideb na rede estadual no ensino médio foram:
1.
RN - 3,2
2.
RJ - 3,3
3.
RR, PB e AP - 3,6
4.
AM, BA, DF, MA e SE - 3,7
5.
SC, MS - 3,8
Quando se considera o ensino médio
completo, incluindo a rede privada e o ensino federal, o RN teve o segundo pior
desempenho ao lado do Rio de Janeiro, com nota 3,7,
e na frente apenas de Roraima.
O ensino médio do RN é composto
por 75,9% da rede estadual, 13,9% da rede privada e 10,2% da rede federal.
Pior desempenho: 6º ao 9º ano
O RN também teve o pior
desempenho no Ideb 2023 nos últimos anos do ensino fundamental, do 6º ao 9º
ano, com nota 4,1. As piores notas foram:
1.
RN -
4,1
2.
BA -
4,2
3.
RR e AP - 4,3
4.
PA e SE - 4,4
5.
PB -
4,5
Segundo o Ministério da Educação,
tanto no ensino médio quanto nos anos finais do ensino fundamental o estado
ficou abaixo da meta do Ideb projetada para o estado. Quando o MEC definiu as
metas no Ideb, considerou apenas o período de 2007 a 2021.
De acordo com o indicador, Rio Grande do Norte alcançou 5,3
pontos nos anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º), um avanço de 0,3
pontos a mais do que a meta estabelecida para o estado no primeiro ciclo do
Ideb (2007-2021).
O que diz o Estado
Segundo a Secretaria Estadual de
Educação, o Rio Grande do Norte, os índices baixos são devido a um histórico de
falta de investimentos na educação no estado aliado ao período da pandemia da
Covid. Segundo a pasta, o estado retomou o índice de crescimento que tinha
antes de 2020.
"Depois de um ciclo total de ausência total de investimento
em governos passados, que culminou com a pandemia, já no nosso governo, o que
trouxe para o estado diversas dificuldades de investimento", disse a
secretaria de educação do RN, Socorro Batista.
Segundo a secretária, o governo investiu em políticas
pedagógicas, infraestrutura, inserção de tecnologias e formação continuada dos
professores.
A secretária citou ainda necessidade de mudar estratégias para
evitar abandono escolar e reprovações.
"Já tem o programa Pé de Meia, do governo [federal], mas
nós precisamos criar outras estratégias, porque o abandono escolar também pesa
na avaliação. Assim como as taxas de reprovação, que ainda temos, nós
precisamos mudar a estratégia de avaliação, atualizar os processos e
compreender que precisamos extrair do aluno o que eles têm de melhor",
disse.
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