O Ministério Público Federal
(MPF) denunciou um potiguar pelo homicídio do seu então companheiro, em Lisboa,
Portugal, em 2019. De acordo com a denúncia, o homem fugiu para Natal, após
ocultar o cadáver do francês, de 56 anos, na dispensa do imóvel onde a vítima
morava.
Ainda segundo a denúncia, o
crime aconteceu entre os dias 8 e 12 de junho de 2019. O potiguar é acusado de
matar Serge Albert Pierre Yves Claude, por estrangulamento, no apartamento onde
ambos estavam morando.
Nos dias seguintes ao crime ele também furtou e vendeu itens de valor, como um relógio Rolex e
eletrônicos da vítima, segundo a denúncia.
As investigações apontam que, após
chegar ao Brasil, o homem ainda atualizou as redes sociais da vítima com
publicações, mensagens e telefonemas.
O Corpo de Bombeiros em Lisboa
encontrou o cadáver na despensa da cozinha do apartamento, após chamado do
locador do francês, que não conseguiu contato para cobrar o aluguel.
Com a constatação do crime e da fuga,
o Ministério Público português solicitou cooperação jurídica
internacional às autoridades brasileiras, com realização de busca e
apreensão em Natal.
Venda de bens
Segundo o MPF, o potiguar vendeu um
relógio Rolex por quase três mil euros (cerca de R$ 18 mil). Ele também
repassou itens como malas, cintos e sapatos que pertenciam ao estoque de uma loja
do francês, fechada há pouco tempo, por 1,5 mil euros (mais de R$ 9 mil) e
trouxe outros bens do ex-companheiro ao Brasil.
O homem deve responder por
homicídio qualificado (por asfixia), ocultação de cadáver e furto qualificado
(com abuso de confiança). Ao receber a denúncia, a Justiça Federal
proibiu o denunciado de deixar o país.
Julgamento no
Brasil
Segundo decisão da juíza federal que
recebeu a denúncia, Lianne Pereira da Motta Pires Oliveira, como o Brasil não
extradita seus cidadãos, "há que se reconhecer a competência da Justiça
brasileira e, em particular, da Justiça Federal, para processar e julgar os
fatos criminosos".
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