O mercado automotivo do Rio Grande do Norte tem demonstrado um
desempenho acentuado em 2024, com um crescimento considerável nas vendas de
veículos. No acumulado de janeiro a julho deste ano, foram comercializadas
30.536 unidades no estado, um aumento de 25% em relação ao mesmo período de
2023, quando foram vendidos 24.415 veículos. Este crescimento supera de forma
significativa as médias registradas tanto no Nordeste quanto no Brasil. As
informações são do monitoramento permanente do Sindicato dos Concessionários e
Distribuidores de Veículos do Rio Grande do Norte (Sincodiv-RN).
Os
números incluem carros de passeio, caminhões, ônibus e motos a combustão,
elétricos e híbridos. No levantamento do acumulado do ano, destaque para os
crescimentos das vendas de carros tipo comercial leve (58,2%); implementos
rodoviários, como carretas, semirreboques e graneleiros (30,1%); e motos
(27,3%). Somente no mês de julho, foram comercializados 4.508 veículos no Rio
Grande do Norte, o que representa um crescimento em relação ao mês anterior de
4,1%, quando foram vendidos 4.328 veículos. O bom desempenho é reflexo de um
mercado aquecido, dizem especialistas.
O diretor de operações do Grupo PG
Prime, André Pinto, avalia que a alta é puxada por diversos fatores, entre
eles, a chegada de multinacionais no mercado brasileiro. “Temos essa percepção,
que é muito influenciada pelas marcas chinesas e pelo crescimento nas vendas de
carros elétricos, mas o mercado como um todo teve crescimento. Quando a gente
fala de autos e veículos comerciais leves, nós estamos falando de um aumento de
cerca de 13% no acumulado geral do ano no País. É um crescimento muito forte
que temos observado”, comenta.
No Rio Grande do Norte, dentro dos
segmentos auto e comercial leve, que incluem automóveis de passeios e veículos
utilizados para transporte de cargas e serviços, como picapes, vans, furgões e
modelos similares, têm ganhado cada vez mais espaço e importância no mercado
automotivo. Somadas, as duas categorias tiveram um aumento de 38,4%, passando
de 9.419 unidades vendidas no acumulado do ano passado (janeiro a julho) para
11.744 no mesmo recorte de tempo em 2024, também de acordo com o estudo do
Sincodiv-RN.
O setor automotivo é um importante
gerador de empregos e renda, o que reforça o impacto econômico positivo deste
crescimento, dizem representantes da área. As projeções para o restante do ano
são otimistas, com expectativa de que o ritmo de vendas continue elevado, uma
vez que, tradicionalmente, a segunda metade do ano é positiva para o comércio
como um todo.
“Historicamente o segundo semestre é
sempre melhor que o primeiro. Por isso mesmo, a expectativa é muito boa por
causa dessa curva histórica que a gente observa ano a ano”, pontua André Pinto.
“Temos a perspectiva de manter esse
nível. A gente tem os lançamentos, as montadoras incrementam as produções e
isso traz um crescimento para todo mundo. Isso acontece também porque a gente
sempre espera um maior movimento econômico, com décimo terceiro salário, por
exemplo, as pessoas aproveitam para mudar de carro, colocar um planejamento em
prática, então esse cenário alinhado com o aquecimento do mercado, com a
chegada de novos modelos, a gente espera sim que seja um período positivo,
desde que as condições econômicas também estejam favoráveis”, complementa o
diretor de operações do Grupo PG Prime.
Os analistas também alertam para a
necessidade de monitorar possíveis mudanças no cenário econômico nacional que
possam influenciar o comportamento do mercado, como a variação da taxa de juros
do País, diz o empresário Ronaldo Azevedo, administrador da Duducar. “O momento
é sim de um mercado bem aquecido. As pessoas têm procurado mais, pesquisado,
mas ainda estão um pouco cautelosos, eu diria. Isso tem a ver com o sistema
financeiro, que também está receoso com a liberação de crédito”, detalha.
Azevedo ressalta ainda que o setor automotivo
acompanha com ansiedade a baixa na taxa de juros para crescer ainda mais.
“Hoje, muitas vendas são ‘perdidas’ porque a pessoa pesquisa tudo direitinho,
decide, planeja o financiamento, mas encontra dificuldade para liberação do
crédito nos bancos para o financiamento. Isso adia a compra. A gente espera
que, obviamente os indicadores de juros possam baixar”, comenta o empresário.
Natal
Na capital potiguar, o Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de
Veículos do Rio Grande do Norte (Sincodiv-RN) também registrou alta. No
acumulado de janeiro a julho, foram vendidas 10.293 unidades em Natal,
representando um aumento de 29,8% em comparação com o mesmo período de 2023,
quando foram comercializados 7.928 veículos. Destaque também para o ritmo de aumento
observado em julho no comparativo com junho, quando as vendas subiram de 1.388
para 1.542 – um aumento de 11,1%.
Mercado automotivo
Desempenho registrado de janeiro a julho deste ano em Natal, no RN e Brasil
·
Vendas de veículos no RN
Acumulado (jan-jul/24): 30.536
Acumulado (jan-jul/23): 24.415
Variação: +25,07%
Julho/24: 4.508
Julho/23: 3.819
Variação: 18,04%
·
Vendas de veículos em Natal
Acumulado (jan-jul/24): 10.293
Acumulado (jan-jul/23): 7.928
Variação: 29,83%
Julho/24: 1.542
Julho/23: 1.361
Variação: 13,3%
·
Vendas de veículos no Brasil
Acumulado (jan-jul/24): 2.607.658
Acumulado (jan-jul/23): 2.248.422
Variação: 15,98%
Julho/24: 419.832
Julho/23: 367.159
Variação: 14,35%
Nordeste também registra crescimento
No contexto regional, o Nordeste também registrou um crescimento positivo nas
vendas de veículos, com um total de 536.632 unidades vendidas de janeiro a
julho de 2024. Esse número representa um aumento de 16,3% em comparação com as
461.326 unidades vendidas no mesmo período do ano anterior. Em nível nacional,
o mercado automotivo brasileiro acumulou a venda de 2.607.658 veículos nos
primeiros sete meses de 2024, um crescimento de 15,9% em relação ao mesmo
período de 2023, quando foram comercializadas 2.248.422 unidades.
Dados da Federação Nacional da
Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), da qual o Sincodiv-RN é
vinculado, mostram que julho último foi o melhor mês do ano para o emplacamento
de veículos. Com crescimento de 4,9% sobre junho, o mês registrou 419.829
unidades. Todos os segmentos, à exceção de motocicletas, que sofreram um
pequeno ajuste, tiveram alta em relação ao mês anterior e a julho de 2023,
impulsionados pelo maior número de dias úteis do mês (23 em julho ante 20 em
junho).
“Apesar da sazonalidade de meio de ano,
o resultado foi excelente, tanto que este foi o melhor mês de julho desde 2014.
O acumulado dos sete meses revela crescimento em linha com nossas projeções
para 2024. E a oferta de crédito continua a ter influência positiva nas
vendas”, afirma Andreta Jr., presidente da Fenabrave.
TRIBUNA DO NORTE
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