Parte da história do Rio Grande do Norte, a Casa-grande do engenho Guaporé, em Ceará-Mirim, região metropolitana de Natal, está abandonada. O local foi fundado na metade do século XIX e, apesar de ser tombado desde 1988 por sua importância cultural, está em condições que afastam visitantes.
Quem ainda arrisca ir até o local, encontra paredes desmoronando, telhado destruído e falta de manutenção nos arredores. Do lado externo, o mato está presente em todo o espaço, além de enxames de marimbondos, abelhas e vespas.
"Eu pensava em encontrar coisas do passado, mas encontrei paredes quebradas, vários insetos. Faz pena", disse a técnica de enfermagem Maria dos Milagres, que visitou o local nesta semana.
Após seu tombamento, o local passou a ser administrado pelo Governo do Estado através da Fundação José Augusto. O município passou a ser administrador entre os anos de 1994 e 2010, abrigando o Museu Nilo Pereira - hoje abandonado. Contudo, a partir de 2011, a administração voltou a ser da FJA.
"A casa grande abrigava, além do museu, uma sala do artista. Lá tinham obras doadas por artistas do município. Toda essa importância está prestes a desaparecer, caso não haja uma ação conjunta de diferentes setores", disse Gerivaldo Moura, historiador e sócio do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte (IHGRN).
O museu foi desativado e que restou do acervo foi transferido para a pinacoteca do estado. Os funcionários foram relocados. Em nota, a Fundação José Augusto afirmou que um projeto de reforma foi encomendado e destacou que aguarda dotação orçamentária do Estado para encaminhar a restauração do imóvel.
História
O engenho Guaporé foi fundado na segunda metade do século XIX em um local que era conhecido anteriormente como Sítio Bonito.
O espaço foi dado como dote a Vicente Inácio Pereira no momento em que se casou com Dona Isabel Augusta Duarte Varela, filha do Barão de Ceará-Mirim naquela época.
"Doutor Vicente era médico, político e jornalista. Ele chegou a ser eleito deputado provincial e vice-presidente da província do RN", apontou o historiador Gerivaldo Moura.
O local traz um aspecto único na região no ponto de vista arquitetônico, com características marcantes da arquitetura francesa. Do ponto de vista histórico e econômico, foi neste local que saíram decisões importantes no incremento da economia açucareira.
G1RN
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