Um vendedor ambulante de 24 anos foi agredido com socos e baleado enquanto trabalhava no calçadão da praia de Ponta Negra, na Zona Sul de Natal. Parte do crime foi registrado em um vídeo. O caso aconteceu na noite de 7 de setembro.
A vítima está com a bala alojada no pé e sem condições de trabalhar. O ambulante, que mora na Vila de Ponta Negra, denunciou o segurança de um hotel como autor do crime. Segundo a Polícia Civil, o agressor deverá responder por tentativa de homicídio, porém os investigadores ainda buscam identificá-lo.
Segundo o relato da vítima, que pediu para não ser identificada, os desentendimentos com os seguranças do hotel começaram ainda na sexta-feira (6).
O homem é cadastrado pelo município como ambulante e vende toalhas e copos. Ele afirmou que colocou os copos na mureta do hotel, para expor ao público, mas os seguranças chamaram a polícia para obrigá-lo a tirar o material.
"Por causa dos copos, chamaram a polícia, pedi desculpas e foi tudo resolvido. No sábado, aconteceu que o segurança já foi violento comigo, chegou dizendo: 'eu sei quem é você, eu sei onde você mora'. Ai apertei a mão dele, pedi desculpa, disse que não ia acontecer mais. Ele falou 'está certo', mas começou os tapas e os tiros. Deu um tiro na minha perna e começou a dar vários tapas", relatou o vendedor.
Ainda de acordo com o ambulante, o segurança se afastou e voltou ao local com uma barra de ferro, para agredi-lo novamente. O homem disse que correu em direção à portaria do hotel, mas não o deixaram entrar e o segurança bateu nele novamente.
Parte das agressões foram registradas por um vídeo gravado por outros ambulantes. Nas imagens, é possível ver o vendedor sendo agredido com tapas, sem reagir. De acordo a vítima, o tiro foi disparado depois que o vídeo tinha sido encerrado.
De acordo com ambulante, o agressor deixou o local e desde o dia da ocorrência, não voltou a ser visto no calçadão. O jovem, que trabalha no calçadão desde a infância, afirmou que está sem condições de trabalhar.
"Meu psicológico está abalado, não consigo dormir direito, só na força do remédio. Se não fosse minha família, meus familiares, minha mãe e minhas tias, até mesmo o pessoal da Vila, que está me acolhendo, não sei o que seria de mim", disse.
O hotel envolvido informou que não tem vínculo com o ocorrido, nem é a favor de qualquer forma de violência. O hotel comunicou que desconhece a pessoa que disse ser segurança do estabelecimento e que os seguranças do hotel trabalham fardados de uniforme azul, não usam armas, e ficam na portaria.
G1RN
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