A Polícia Civil do Rio Grande do Norte acredita que conseguiu desarticular uma quadrilha suspeita de ter roubado um carro-forte e assaltado uma lanchonete em crimes que marcaram pela atuação dos bandidos nos últimos meses em Natal.
Segundo a polícia, durante as operações, surpreendeu o nível e a quantidade de armamentos e explosivos encontrados com a quadrilha - alguns capazes de derrubar até helicópteros.
O grupo foi desarticulado após duas operações, segundo a Civil:
na quarta-feira (11), três suspeitos de integrarem o grupo criminoso foram mortos em confronto com a polícia em Cabo de Santo Agostinho, na Grande Recife;
outros dois suspeitos haviam morrido em um confronto na cidade de Pureza, no interior do RN, na sexta-feira passada (6), sendo um deles, segundo a Polícia Civil, considerado o maior assaltante de bancos do Nordeste.
Segundo o delegado Yuri Cabral, da Divisão Especializada em Investigação e Combate ao Crime Organizado (Deicor), na operação do dia 6 de dezembro a polícia se deparou com o arsenal do grupo criminoso.
"Um vasto material explosivo, mais de 20 quilos de explosivo. E esse material também de outros calibres. Nós vimos ali munição de ponto 50, arma de guerra, utilizada para parar motores de carro-forte", disse.
"Nos preocupou, por isso que nós empreendemos esforços para conseguir prender todos os criminosos".
A quadrilha se autodenominava como "Cangaço" e era, segundo o diretor da Deicor, delegado Joacir Rocha, "extremamente violenta".
"O que causa preocupação a gente foi a apreensão de munições calibre ponto 50. Essas munições são utilizadas para derrubar helicóptero, para atirar contra carro-forte, então ultrapassa muitas blindagens", explicou.
Segundo a Deicor, o grupo era especializado em roubos a bancos e veículos, carros-fortes e explosão de caixas eletrônicos. Com o grupo, também havia dinheiro, uniformes e muita munição.
"A gente entende que conseguiu fazer esse grande trabalho com o apoio de todos e desarticulamos, sim, essa facção", frisou Joacir Rocha.
Cinco mortos, um foragido
Ao todo, cinco criminosos suspeitos de participarem dos crimes morreram nas operações, segundo a Polícia Civil. Foram eles:
Wesley Victor, conhecido como Rosinha ou Bart Simpson (operação em Pernambuco)
Rariel Douglas Celestino, conhecido como Branco (operação em Pernambuco)
Madson Roberto Alves Fonseca, conhecido como Pé de Chumbo (operação em Pernambuco)
José Ari Dantas da Silva (operação no RN)
José Carlos Renato Santos da Silva (operação no RN)
De acordo com a Polícia Civil, um outro integrante do grupo é considerado foragido - ele fugiu do cerco feito em Pernambuco. Um delegado e um policial civil do RN foram feridos na ação, mas não correm risco de morte, segundo a polícia.
De acordo com a Polícia Civil, além do cometimento dos crimes, a quadrilha também ostentava armas nas redes sociais e desafiava as autoridades.
"Eles estavam divulgando em todos os locais que eram o 'Novo Cangaço', que eles iam tomar o território do Rio Grande do Norte", alertou o secretário de Segurança e Defesa Social do RN, Coronel Francisco Araújo.
Crimes cometidos em Natal
De acordo com a investigação da Deicor, os dois crimes cometidos pela facção considerado de grande impacto em Natal nos últimos meses foram:
No dia 5 de agosto, a quadrilha roubou malotes de um carro-forte dentro de um supermercado no bairro Capim Macio, Zona Sul de Natal. Os criminosos chegaram a invadir o estabelecimento e atiraram contra um vigilante, que morreu no dia seguinte;
No dia 1º de dezembro, os criminosos, fortemente armados, invadiram e assaltaram uma lanchonete no bairro Lagoa Nova, na Avenida Prudente de Morais, também na Zona Sul de Natal. Ninguém ficou ferido.
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