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04 agosto 2024

Lei sancionada no RN obriga unidades de saúde a acionarem polícia em casos de gravidez de menores de 14 anos

REDAÇÃO ITAJÁ TV

 Uma lei sancionada no Rio Grande do Norte obriga unidades de saúde, públicas e privadas, a notificarem a polícia e o Conselho Tutelar sobre os casos de suspeita ou confirmação de gravidez em crianças e adolescentes com menos de 14 anos.

O texto foi publicado no Diário Oficial do Estado do sábado (3). A obrigação é válida para hospital, unidades básicas de saúde, maternidades, clínicas médicas e outros estabelecimentos do tipo.

A justificativa para a obrigação é que menores de 14 anos são consideradas, independentemente de consentimento, vítimas de estupro de vulnerável.

 

"A notificação será feita à delegacia local e ao Conselho Tutelar do município da residência da criança ou da adolescente menor de 14 anos", diz o texto.

A lei ainda dá o prazo de cinco dias para que a notificação seja encaminhada às autoridades, contados a partir do atendimento em que se constate a suspeita ou confirmação de gravidez.

As unidades de saúde deverão informar o nome completo da paciente menor de 14 anos, o nome dos pais, endereço e telefone para contato, bem como verificar se ela já passou por atendimento em outra unidade. O documento deverá ter a assinatura e matrícula funcional do responsável pela elaboração da notificação.

"Para efeitos desta Lei, a notificação deverá ser encaminhada aos órgãos (...) com o intuito de informar o cometimento do crime de estupro de vulnerável, bem como, de promover as medidas de proteção em favor da vítima, criança ou do adolescente menor de 14", diz a lei.

"A notificação será restrita ao corpo médico, de enfermagem, técnico e administrativo diretamente envolvidos no atendimento, sendo responsabilidade dos hospitais públicos e privados, unidades básicas de saúde, maternidades públicas e privadas, clínicas médicas e estabelecimentos congêneres, garantir a inviolabilidade das informações, preservação da identidade, imagem e dados pessoais da criança ou do adolescente menor de 14 quatorze anos, com o fim de proteger a sua privacidade e de sua família", também diz a lei

 

O não cumprimento da norma poderá gerar advertência por escrito e multa no valor de um salário mínimo em caso de descumprimento reiterado, a ser revertido ao Fundo Estadual da Infância.


G1RN


Produção de petróleo e gás no país cresce 2,8% em junho, aponta ANP

REDAÇÃO ITAJÁ TV

A produção de petróleo e gás no país no mês de junho foi de 4,353 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d). Esse volume representa crescimento de 2,8% em relação ao mês anterior. Além disso, é a maior quantidade alcançada desde fevereiro (4,383 milhões de boe/d).

Os dados fazem parte do Boletim Mensal da Produção, divulgado nesta sexta-feira (2) pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Barril equivalente é uma medida que permite somar barris de petróleo e metros cúbicos de gás.

Em junho, a produção de petróleo ficou em 3,409 milhões de barris por dia, crescimento de 2,7% ante maio e de 1,3% em relação ao mesmo mês de 2023.

Já a produção de gás natural, foi de 150,07 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d) em junho, o que marca expansão de 3,1% em comparação a maio e queda de 1,4% ante junho de 2023. O aproveitamento do gás natural chegou a 98% em junho, e 3,05 milhões de m³/d foram queimados. Isso representa queda de 14% na queima em relação ao mês anterior e de 33,4%, na comparação com junho de 2023.

A camada de pré-sal responde por mais de três quartos (78,7%) da produção total de petróleo e gás natural. Foram 3,424 milhões de boe/d. Essa quantidade significa crescimento de 3,3% em relação ao mês imediatamente anterior e 5,6% ante junho de 2023.

Em junho, foram produzidos 2,683 milhões de barris de petróleo por dia e 117,90 milhões de m³/d de gás natural por meio de 150 poços no pré-sal.

A ANP explica que variações na produção são esperadas e podem ocorrer por causa de fatores como manutenção em plataformas, entrada em operação de poços, parada de poços para manutenção ou limpeza e início de montagem de novas unidades de produção.

Origem da produção
A produção de óleo e gás no Brasil vem de 6.551 poços, sendo 521 marítimos e 6.030 terrestres. Apesar de mais numerosos, os terrestres respondem por uma pequena parcela do total extraído, cabendo aos campos marítimos 97,6% do petróleo e 86,8% do gás natural produzidos em junho.

A Petrobras, sozinha ou em consórcio com outras empresas, foi responsável por 89,5% do total produzido. Levando em conta somente os campos que são operados exclusivamente pela estatal, a produção ficou em 24,6% do total no país.

O campo de Tupi, no pré-sal da Bacia de Santos, foi o maior produtor de petróleo e gás, em junho, registrando 787,08 mil barris de petróleo por dia e 39,70 milhões de m³/d de gás natural.

A plataforma com maior extração foi a FPSO Guanabara, na jazida compartilhada de Mero, com 178.381 barris diários de petróleo e 11,64 milhões de m³/d de gás.

O Rio de Janeiro é o maior estado produtor do país, sendo origem de 87% do petróleo e 76% do gás natural.

Ranking global
De acordo com o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás, o Brasil é o oitavo maior produtor de petróleo do mundo e o primeiro da América Latina. Estados Unidos (12,9 milhões barris/dia), Rússia (10,6 milhões barris/dia) e Arábia Saudita (9,6 milhões barris/dia) são os três principais. Juntos, os três países respondem por 41% da produção global. Logo em seguida ao Brasil, figuram os Emirados Árabes Unidos, com produção de 3,3 milhões de barris por dia.


TRIBUNA DO NORTE 


Extremoz veste Rosa para a maior convenção da história, que homologou as candidaturas de Jussara e Izidoro para prefeitura

REDAÇÃO ITAJÁ TV

O município de Extremoz parou na noite deste sábado (03) para acompanhar a convenção partidária do PL que homologou a chapa Jussara Sales (PL) prefeita e vice Izidoro Filho, na eleição municipal deste ano.

A convenção rosa, que lotou o Colégio Expansivo, também homologou a coligação majoritária formada pelos partidos PL, PSDB, Podemos e União Brasil.

E foi no meio do povo, cantando, dançando e iluminada pelas lanternas do celulares dos convencionais que surgiu a prefeita Jussara para oficializar sua candidatura à reeleição. Uma festa com recorde de público para entrar para a história política da cidade. Jussara foi ovacionada pelos convencionais e retribuiu o carinho e apoio prometendo trabalhar ainda mais para fazer Extremoz uma cidade melhor para todos.

Também marcaram presença ma convenção do PL de Estremoz, o presidente estadual do partido do secretário nacional, senador Rogério Marinho; e o deputado federal General Girão.


TRIBUNA DO NORTE 


RN teve 117 mortes por AVC registradas até maio de 2024

REDAÇÃO ITAJÁ TV

Em 2014, aos 26 anos, Rayane Macedo identificou a presença de trombos nas pernas provocados, segundo ela, pelo uso de anticoncepcionais. Sem saber a causa dos coágulos, a dona de casa seguiu fazendo uso dos medicamentos, até que, no ano seguinte, ela teve um Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico, provocado pelos trombos. Há cerca de duas semanas, Rayane, que mora em Mossoró, passou por um segundo episódio da doença que a deixou com o lado direito do corpo sem movimentos. De acordo com a Sesap, o AVC foi responsável por 814 internações no Estado entre janeiro e maio deste ano e 117 mortes no período.

O número de pessoas internadas neste ano em decorrência de Acidente Vascular Cerebral corresponde a um terço do total de internações em 2023, quando 2.555 pacientes foram hospitalizadas. A quantidade equivale a uma redução de 15,3% no comparativo com 2022, quando a Secretaria de Saúde do Estado registrou 3.017 internações pela doença. O neurologista Marcelo Marinho explica que sinais como fraqueza, boca torta, fala enrolada, perda de coordenação, sensibilidade e visão, são indícios de que uma pessoa está em um episódio de AVC.


“A gente chama esses sintomas de déficit neurológico focal. Eles são provocados por danos no cérebro, os quais ocorrem de acordo com o subtipo de derrame. No isquêmico, que responde por 80% dos casos, uma artéria entope, o que ocasiona falta de sangue dali para frente. Já no hemorrágico (20% dos casos), a artéria se rompe e provoca um sangramento dentro do cérebro”, explica Marinho.


Rayane Macedo conta que, nos dois episódios, foi acometida por AVC isquêmico. Da última vez, há duas semanas, ela relatou que assistia televisão quando sentiu o lado direito do corpo dormente. “Falei para o meu esposo o que estava sentindo e, depois disso, não me lembro de quase nada, porque perdi um pouco a consciência”, narra. A dona de casa foi internada no Hospital Tarcísio Maia, onde permaneceu alguns dias na semi-UTI. “Comecei a ser medicada, mas fiquei sem movimento no lado do corpo afetado. A fisioterapia tem me ajudado bastante, já consigo andar lentamente, mas ainda não recuperei os movimentos totalmente”, conta Rayane.


Marcelo Marinho, que é presidente da Sociedade Norteriograndense de Neurologia, explica que a prevenção da doença se faz com o combate aos fatores de risco – pressão alta, diabetes, colesterol, sedentarismo, obesidade, álcool, fumo e apneia do sono, estão entre os principais. Os cuidados são ainda mais importantes porque, de acordo com o médico, é muito difícil prever um episódio.


“O subtipo isquêmico às vezes dá um aviso [de que vai ocorrer]. Nós chamamos de ataque isquêmico transitório. Acontece quando a artéria entope e desentope rapidamente e os sintomas são logo revertidos. Mas, em geral, não dá para prever se a pessoa vai ou não ter um Acidente Vascular Cerebral. Os sinais só aparecem quando a pessoa já está sendo afetada”, diz.

Urgência no tratamento é primordial

Tratar rapidamente o Acidente Vascular Cerebral é essencial para evitar a morte e o agravamento dos casos. Segundo a Sesap, os óbitos por AVC tiveram redução de 11,6% em 2023 se comparado ao ano anterior: foram 465 mortes em 2022 no Estado e 411 no ano passado. Em 2024, até maio, são contabilizados 117 óbitos.
“Para tratar o AVC é preciso desentupir a artéria. Isso é feito de duas maneiras. A primeira é feita com injeção, na veia, de um trombolítico (medicamento). Ele vai até o cérebro para dissolver o coágulo que se formou. O problema é que há um período de quatro horas e meia para administrar esse remédio. Então, identificar o episódio, procurar uma assistência, fazer os exames e iniciar o tratamento se torna uma verdadeira corrida contra o tempo”, esclarece o neurologista Marcelo Marinho.


Outro tratamento é feito com cateterismo para desentupir a artéria, procedimento que pode ser executado com um pouco mais de tempo – até oito horas, em média. “O grande gargalo é que isso requer um especialista muito específico. Na rede privada até se consegue, mesmo com dificuldades, mas no SUS do RN ainda não temos esse especialista disponível”, pontua o médico. Rayane Macedo foi submetida ao tratamento com trombolítico. Ela diz que, após o primeiro AVC, começou a fazer acompanhamento médico e procurou combater os fatores de risco, mas perdas familiares do ano passado para cá fizeram com que ela deixasse os cuidados de lado.


“Perdi minhas duas avós e meu avô em um período de ano. Fiquei muito abalada e fui deixando os cuidados que tinha com alimentação e exercícios físicos para lá. Acredito que isso contribuiu para esse novo AVC”, especula. O neurologista Marcelo Marinho explica que os casos de AVC são mais comuns a partir dos 50 anos, embora pessoas de qualquer idade possam ser acometidas. “Quanto mais fatores de risco, mais chances de ter uma Acidente Vascular Cerebral. E é por isso que adultos e idosos são mais suscetíveis, porque estão expostos a esses fatores há mais tempo”, diz.


Ele diz que durante a pandemia, a incidência de AVC aumentou em todo mundo e em todas as faixas etárias, em razão da infecção por covid-19. No entanto, segundo o médico, atualmente não há nada que indique para uma ampliação de casos entre a população mais jovem. “A maior incidência na pandemia se deu porque a covid-19 causou AVC, uma vez que a doença provoca maior coagulação sanguínea. Mas, fora isso, para um jovem ser afetado depende mais de alguma condição, como um problema cardíaco de nascença, por exemplo, do que pelos fatores de risco”, pontua.

Assistência no SUS é precária, denuncia Sinmed

O presidente do Sindicato dos Médicos do RN (Sinmed), Geraldo Ferreira, critica a estrutura para assistência aos pacientes acometidos por AVC na rede SUS do Estado. O Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, em Natal, é referência neste tipo de atendimento. Para Ferreira, no entanto, o ideal seria uma nova unidade especializada para a assistência aos pacientes.


“O Walfredo é um hospital de emergência que se tornou unidade de internamento”, avalia. Ele também afirma que não há médicos suficientes nas escalas da unidade para atender à demanda que chega diariamente. “Muitos pediram demissão, outros se aposentaram, alguns foram deslocados para outro setor, de forma que a escala está absolutamente desfalcada”, descreve. Segundo Geraldo Ferreira, atualmente são cerca de três neurologistas na escala, quando o ideal seriam pelo menos 10.


Ele alerta que a alta demanda e o número insuficiente de médicos podem causar graves prejuízos aos pacientes. “Por dia, 12 pessoas dão entrada no Walfredo com suspeita de AVC. Destes, metade é diagnosticada e fica internada na unidade. Ou seja, é uma demanda alta. O ideal é que os primeiros procedimentos sejam realizados logo nas primeiras horas, mas há notícias de que, nesta semana, uma senhora levou quatro horas para ser atendida no hospital”, aponta. O presidente do Sinmed disse que pretende intermediar, junto à Sesap, a instalação de uma enfermaria no Hospital Universitário Onofre Lopes com assistência de primeira linha para esses pacientes.


“O Onofre tem residência médica de neurologista, com escalas completas, então seria o hospital ideal para montar uma assistência. A urgência poderia continuar a ser feita no Walfredo, mas não o tratamento sequenciado”, defende. Em nota, a Sesap afirmou que a rede estadual conta hoje com dois hospitais destacados para o tratamento de casos de AVC, com escala de neurologista 24 horas – o Walfredo Gurgel, em Natal, e o Tarcísio Maia, em Mossoró. “Recentemente, alguns neurologistas do quadro efetivo pediram afastamento ou diminuição de carga horária, o que vem sendo suprido por um contrato junto a uma cooperativa médica”, disse a pasta sem mencionar a quantidade de profissionais atuantes.


“Nesse momento, a Sesap trabalha para estruturar uma linha de cuidado do AVC ampliada, com a construção de uma unidade no Walfredo, com 10 leitos, e a incorporação dos hospitais regionais de Caicó e Pau dos Ferros, por possuírem tomógrafo, com atendimento por meio de telemedicina”. Sobre o Onofre Lopes, a pasta afirmou que “o hospital já funciona como retaguarda para casos neurológicos, não podendo ser incorporado neste momento por não dispor de escala 24h de neurologia”.


TRIBUNA DO NORTE


Crescem as infecções sexualmente transmissíveis em idosos no RN

REDAÇÃO ITAJÁ TV

A população brasileira com mais de 60 anos está crescendo e chegou a mais de 32 milhões no Censo do IBGE de 2022. Contudo, também tem sido crescente o índice de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) nessa faixa etária. De acordo com boletins epidemiológicos divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), na última década, de 2013 a 2023, houve aumento nos casos de sífilis (1.494,44%), hepatite C (180%) e HIV (103,57%) no Rio Grande do Norte. A hepatite B foi a única das ISTs monitoradas que teve uma baixa, de 30,76%.

Especialistas ouvidos pela TRIBUNA DO NORTE apontam que esses números acendem um alerta nos serviços de saúde, os quais não costumam reconhecer essa população como sexualmente ativa. Nos levantamentos, a Sesap/RN, com base em notificações de sistemas federais, indicou que o total de idosos infectados com HIV era de 28, em 2013, chegando a 57, em 2023, número que ultrapassa o dobro. A incidência de sífilis aumentou quase 15 vezes nesse período, passando de 18 para 287 casos. Dados referentes à hepatite B apresentaram redução de 13 para nove. Quase dobrou o número de casos de hepatite C: de 20 para 56.

Conforme o Ministério da Saúde, as ISTs “são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos. Elas são transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual (oral, vaginal, anal) sem o uso de camisinha masculina ou feminina, com uma pessoa que esteja infectada”. São exemplos de ISTs: herpes genital, sífilis, gonorreia, clamídia, tricomoníase, infecção pelo HIV, infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV), além das hepatites virais B e C.

À medida que essa população cresceu, novas dinâmicas surgiram e as preocupações com a saúde e o bem-estar dessa faixa etária acompanharam esse crescimento. O médico infectologista André Prudente, diretor do Hospital Giselda Trigueiro, em Natal, conta que essa população, agora mais longeva e com mais qualidade de vida, mantém suas atividades sexuais.

Conforme Prudente, as pessoas idosas têm sido cada vez mais infectadas, o que se deve a uma série de razões. A atividade sexual aumentou, no entendimento dele, com a introdução de medicamentos para a impotência sexual em homens e mulheres. Com a volta dessas práticas, surge a preocupação com a saúde sexual dessas pessoas.

“Os idosos, principalmente os que têm mais de 70 anos, foram criados, foram adolescentes, adultos e jovens, em uma época que coincidiu, por exemplo, com Woodstock, da liberação sexual”, diz André. Segundo ele, “essas pessoas têm incutido na sua cultura o não uso do preservativo. E agora elas, voltando à atividade sexual, um idoso de 70 anos, que não tem mais a sua parceira ou seu parceiro fixo, [transa] com outras pessoas, profissionais do sexo, por exemplo. E, como eles têm dificuldade de usar preservativo, acabam ficando bastante sujeitos a infecções sexualmente transmissíveis”.

Já o urologista Maryo Kempes destaca que falar de sexualidade com a população idosa ainda é um tabu, até mesmo dentro das unidades de saúde. “A gente acha que essas pessoas não namoram, que essas pessoas não têm relação sexual, que essas pessoas não têm doença, e têm. Então, a gente tem que abordar o paciente da terceira idade da mesma maneira que abordaria um adulto. A gente tem que falar sobre isso, a gente tem que falar no consultório – o geriatra, o clínico, o urologista, a ginecologista”, pontua.

Esse pensamento é acompanhado pela médica infectologista Monica Bay: “Os profissionais de saúde precisam ver essa população como sexualmente ativa, perguntar ativamente sobre práticas sexuais, orientar sobre o uso de preservativo e outros métodos de prevenção, como a PrEP [Profilaxia Pré-Exposição] e a PEP [Profilaxia Pós-Exposição de Risco à Infecção pelo HIV e pelas Hepatites Virais]”, avalia Monica, que também é professora do Departamento de Infectologia da UFRN.

Maryo Kempes vê o aumento de ISTs em idosos como preocupante e acredita que ainda pode existir subnotificação de casos. A notificação dessas infecções é compulsória, ou seja, o profissional de saúde que diagnosticar é obrigado a comunicar o caso, que entra nas estimativas oficiais. “O médico é obrigado a diagnosticar uma sífilis para qualquer paciente, notificar. Muita gente não notifica. Então, acredita-se que haja subnotificações”, afirma.

Imunidade é um fator de alerta

O médico André Prudente orienta que os profissionais de saúde ofereçam os testes de ISTs, também, à população idosa. Com esses exames, explica, é possível diagnosticar uma infecção que ainda não tenha manifestações clínicas antes que ela se agrave. O diagnóstico tardio complica o tratamento das pessoas idosas, que já têm baixa imunidade.


“Os idosos têm uma característica que a gente chama de imunossenescência, a queda da imunidade com o passar dos anos, que, somado com qualquer doença infecciosa, se torna mais grave do que nas pessoas com menos idade. Principalmente o HIV, que pode trazer diversas consequências, como infecções oportunistas a que os idosos estão muito mais sujeitos. Então, o risco de ter complicações, inclusive óbito, é muito maior”, alerta. “Não é só adoecer, e sim adoecer gravemente”, adiciona.


Para Maryo Kempes, esse tema ainda “não é muito abordado no consultório médico de uma maneira geral, por preconceito, tabu”, e “isso faz com que acabe passando despercebido, o que vem complicando a vida de idosos. Porque o que acontece? O paciente idoso já tem uma imunidade mais baixa do que um paciente jovem; ele está mais propício a pegar as DSTs do que um paciente jovem”.


Sobre os termos DST e IST, Kempes explica que nos últimos dez anos houve uma mudança e foi adotada a forma IST, que dá ênfase à infecção. “Porque, quando a gente fala DST, a gente fala doença”. A pessoa pode ter infecção pelo vírus (HIV) e não desenvolver a doença (Aids).


“A diferença é que o HIV é a fase inicial da doença, onde a pessoa não tem essas manifestações oportunistas, e também tem a imunidade ainda boa, porque a doença vai destruindo a imunidade ao longo do tempo, em uma média de oito a dez anos se a pessoa não for tratada”, acrescenta André.


Segundo os profissionais ouvidos pela reportagem, outras ISTs são comuns nessa faixa etária, como a gonorreia e a herpes genital. “A preocupação não é uma preocupação brasileira, mas essa preocupação é mundial sobre o aumento das ISTs na população dessa idade”, diz Maryo Kempes.


Para o urologista, os remédios para impotência, como viagra e tadalafila, trazem de volta a vida sexual de pessoas 60+. Eles são “extremamente seguros”, além de estarem entre os medicamentos mais procurados. “Hoje em dia, você não tem mais ninguém impotente, todo mundo está namorando. Só que eles namoram ainda com aquele conceito que eles tinham na época de solteiro, 40 anos atrás, quando não usavam camisinha”, completa.

Dados no RN
Casos de HIV em 2013: 28
Casos de HIV em 2023: 57
Aumentou em 103,57%

Casos de sífilis em 2013: 18
Casos de sífilis em 2023: 287
Aumentou em 1.494,44%

Casos de hepatite B em 2013: 13
Casos de hepatite B em 2023: 9
Diminuiu em 30,76%

Casos de hepatite C em 2013: 20
Casos de hepatite C em 2023: 56
Aumentou em 180%

Fonte: boletins da Sesap/RN

Com Informações Tribuna do Norte


Saúde confirma óbito fetal por transmissão vertical de Oropouche

REDAÇÃO ITAJÁ TV

O Ministério da Saúde (MS) confirmou um caso de óbito fetal causado por transmissão vertical de febre do Oropouche, que acontece quando o vírus é passado da mãe para o bebê, durante a gestação ou no parto. A confirmação foi feita na sexta-feira (2) no estado de Pernambuco. A pasta informou que a grávida tem 28 anos de idade e estava na 30ª semana de gestação.

Segundo o ministério, continuam em investigação oito casos de transmissão vertical de Oropouche: quatro em Pernambuco, um na Bahia e três no Acre.

“Quatro casos evoluíram para óbito fetal e quatro casos apresentaram anomalias congênitas, como a microcefalia. As análises estão sendo feitas pelas secretarias estaduais de saúde e especialistas, com o acompanhamento do Ministério da Saúde, para concluir se há relação entre Oropouche e casos de malformação ou abortamento”, disse a pasta.

Até o dia 28 de julho foram registrados 7.286 casos de Oropouche, em 21 estados brasileiros. A maioria dos casos foi registrada no Amazonas e em Rondônia. Até o momento, um óbito em Santa Catarina está em investigação.

Os dois primeiros óbitos pela doença no país foram confirmados na semana passada. Os casos são de mulheres do interior do estado da Bahia, com menos de 30 anos, sem comorbidades, mas que tiveram sinais e sintomas semelhantes a um quadro de dengue grave.

Transmissão
A transmissão acontece principalmente por meio do vetor Culicoides paraensis, conhecido popularmente como maruim ou mosquito-pólvora. No ciclo silvestre, bichos-preguiça e primatas não humanos (e possivelmente aves silvestres e roedores) atuam como hospedeiros. Há registros de isolamento do vírus em outras espécies de insetos, como Coquillettidia venezuelensis e Aedes serratus.

Já no ciclo urbano, os humanos são os principais hospedeiros. Nesse cenário, o mosquito Culex quinquefasciatus, popularmente conhecido como pernilongo e comumente encontrado em ambientes urbanos, também pode transmitir o vírus.

Arboviroses
O MS disse que vem monitorando a situação do Oropouche no Brasil em tempo real, por meio da Sala Nacional de Arboviroses, e que publicará, nos próximos dias, o Plano Nacional de Enfrentamento às Arboviroses, incluindo dengue, zika, chikungunya e Oropouche. As orientações incluem a metodologia de análise laboratorial, vigilância e a assistência em saúde sobre condutas recomendadas para gestantes e recém-nascidos com sintomas compatíveis com Oropouche.

“Na nota técnica do Ministério da Saúde haverá recomendação de medidas de proteção para evitar ou reduzir a exposição às picadas dos insetos, seja por meio de recursos de proteção individual com uso de roupas compridas, de sapatos fechados e de repelentes nas partes do corpo expostas, sobretudo nas primeiras horas da manhã e ao final da tarde. Também haverá o reforço de medidas de proteção coletiva, tais como limpeza de terrenos e de locais de criação de animais, recolhimento de folhas e frutos que caem no solo, uso de telas de malha fina em portas e janelas”, continuou o MS.

A orientação é para que as pessoas procurem atendimento nas unidades de saúde, informando inclusive os profissionais responsáveis pelo acompanhamento do pré-natal, nos casos de sinais e sintomas compatíveis com arboviroses, como febre de início súbito, dor de cabeça, dor muscular, dor articular, tontura, dor retro-ocular, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos.

Agência Brasil