10 janeiro 2025

PACIENTE PASSA POR TRANSPLANTE DE CORAÇÃO EM NATAL APÓS RECEBER ORGÃO DE DOADORA DE MOSSORÓ

REDAÇÃO ITAJÁ TV

Um homem de 67 anos de idade recebeu um transplante de coração na tarde desta quinta-feira (9) em Natal. A doadora foi uma mulher de 38 anos que morreu em decorrência de uma cirurgia em Mossoró, na Região Oeste do estado.

Esse foi o primeiro transplante de coração realizado neste ano de 2025.

O transplante movimentou equipes médicas das duas cidades. Isso porque, segundo os médicos envolvidos na doação, é necessário que - entre a retirada do coração do doador e o transplante no paciente que vai recebê-lo - haja um intervalo de no máximo 4 horas.

"Esse é o tempo ideal", explicou o médico-cirurgião cardiovascular Marcelo Cascudo, que realizou a operação em Natal. Neste caso, todo esse processo durou 3h16, considerado "um prazo necessário e bom pra se fazer essa cirurgia", reforçou.

Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) foi utilizado para levar o órgão de Mossoró para Natal para a cirurgia, que foi realizado em um hospital privado de Natal que é referência em procedimentos cardíacos. Três médicos e uma enfermeira estavam no avião.

Prognóstico não era bom
O paciente de 67 anos de idade que recebeu o órgão em Natal havia entrado em dezembro na fila única da Central de Transplantes da Secretaria de Saúde do RN - que é controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes.

Segundo o médico Marcelo Cascudo, o paciente não tinha um bom prognóstico - sem responder a outros procedimentos -, e o transplante pode mudar a vida dele.

"Um receptor que vinha sofrendo dor, um paciente com várias internações hospitalares aqui no Rio Grande. Colocou um desfibrilador, colocou um aparelho tipo marca-passo pra melhorar o batimento cardíaco dele pra facilitar essa função do músculo dele. Mesmo assim, ficou um tempo piorando, não respondeu bem a esse tratamento", explicou.

"Estava realmente caminhando para o fim da vida dele. Então tinha a indicação do transplante, e ele teve a sorte de aparecer uma doadora, de Mossoró".
O médico ainda reforçou que a doadora tinha muita compatibilidade com o paciente que recebeu o coração, com alturas e pesos parecidos, além do tipo sanguíneo igual.

"Foi pra ele uma sorte, uma benção de Deus ele ter essa doação", disse.

Doação de mais órgãos
A família da mulher de 38 anos que morreu em Mossoró doou também, além do coração, os rins (levados para o Rio Grande do Sul e Minas Gerais) e o fígado dela (doado para Pernambuco).

"A gente incentiva muito a doação porque, de certa forma, é um renascimento daquela pessoa que estava em casa, ou então aquela pessoa que estava no hospital em uma condição limítrofe demais, e com a doação você tem uma nova oportunidade para seguir em frente na sua luta diária", explicou o médico cardiologista Ângelo Chaves, que participou da operação em Mossoró.

Em casos de doadores que morreram - como o caso da mulher da doadora de Mossoró - geralmente são pacientes com diagnóstico de morte encefálica, geralmente vítimas de catástrofes cerebrais, como traumatismo craniano ou AVC (derrame cerebral), segundo o Ministério da Saúde.

A doação é autorizada pela família, e o doador pode indicar essa vontade em vida.

RN: aumento de transplantes
O Rio Grande do Norte teve, em 2024, um aumento de cerca de 40% no número de doações de órgãos - de todos os possíveis, não apenas coração - em comparação com o ano anterior. Veja abaixo os dados da Central Estadual de Transplante de Órgãos:

2024: 450 procedimentos
2023: 320 procedimentos
Apesar do aumento, o estado permanecia com cerca de 1 mil pacientes no aguardo por um transplante de órgão neste mês de janeiro, segundo a Central. A maioria no aguardo por córneas e rins.

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