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domingo, 23 de fevereiro de 2025

INADIMPLÊNCIA NO FIES SOBE 28% EM 5 ANOS NO ESTADO

 

Considerado por muita gente como uma oportunidade importante de ingresso ao Ensino Superior, o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) registrou redução de 92,5% no número de celebrações de contratos nos últimos nove anos no Rio Grande do Norte. De acordo com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), no segundo semestre de 2015 foram realizados 2.603 financiamentos, enquanto que no mesmo período do ano passado, foram apenas 195. Já a inadimplência cresceu 28,36% em cinco anos. Os dados do FNDE atualizados em janeiro deste ano apontam 20.418 financiamentos em atraso no RN, ante 15.906 em 2020.

Conforme a autarquia federal, a inadimplência registrada em janeiro deste ano supera a adimplência no Estado – segundo o FNDE, 11.589 contratos estavam com os pagamentos em dia até o mês passado. Ainda de acordo com o fundo nacional, em função “da inadimplência concentrada nos contratos celebrados até 2017, foi oportunizado recentemente aos devedores em atraso o refinanciamento dos contratos, ação que transcorreu de novembro de 2023 a dezembro de 2024”.

Para 2025, são ofertadas 1.015 vagas para financiamento no Rio Grande do Norte e 112 mil em todo o País, sendo 67,3 mil neste primeiro semestre. O período de inscrições foi encerrado no último dia 7. À reportagem, estudantes que aderiram ao financiamento relataram apreensão por conta das incertezas que rodeiam as perspectivas em torno de uma provável situação de inadimplência. Esdras Arcanjo, de 20 anos, está no terceiro período de Medicina. Ele afirma que, além das preocupações futuras, um desafio acompanha os estudantes já durante o curso.

“Eu e vários colegas temos apreensão nesse sentido. Estou me preparando e buscando formas de descontos, que hoje são possibilitadas pelo Governo”, diz. “No entanto, um problema que já nos afeta é o teto do Fies Social, que está em torno de R$ 60 mil por semestre, ou seja, R$ 10 mil por mês. Mas hoje as mensalidades ultrapassam facilmente esse valor”, acrescenta Esdras. Um dos colegas dele, que preferiu não se identificar, também conta que está se preparando para conseguir quitar o financiamento em dia depois que se formar.

“Pretendo entrar no programa Mais Médicos para conseguir um abatimento mensal da dívida, que é algo em torno de 1% a 2% para quem atua em áreas com maior déficit de profissionais ou em regiões mais conturbadas. Também penso em servir ao Exército no período temporário (de 1 a 8 anos), porque o salário é muito bom. Enquanto essas soluções não acontecem, quero intensificar plantões para fazer um pé de meia”, detalha.

O estudante frisa, do mesmo modo que Esdras, que os desafios começam durante a graduação. “A limitação do teto é um complicador, dado o custo elevado de um curso como Medicina. Então, consequentemente, a gente arca com valores de coparticipação, o que torna o processo mais oneroso. Existe um movimento (o Fies Sem Teto) que busca recorrer da decisão do Governo Federal sobre o limite de financiamento, porque muitos estudantes tiveram que trancar a faculdade por causa disso”, aponta o universitário.


Regras

Para concorrer às vagas do Fies, é preciso ter prestado o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em qualquer uma de suas edições a partir de 2010 até a mais recente. Além disso, o candidato deve ter alcançado, no mínimo, 450 pontos na média aritmética das notas das cinco provas do exame. A nota na prova de redação precisa ser superior a zero. Os participantes do Enem na condição de treineiro não podem se inscrever no Fies. O resultado da pré-seleção – em chamada única – foi divulgado na última terça-feira (18).

Entre 19 e 21 de fevereiro, os estudantes pré-selecionados deverão acessar o Fies Seleção para complementar a inscrição e obter o financiamento público das mensalidades em faculdades privadas. O período de convocação por meio da lista de espera será de 25 de fevereiro a 9 de abril.


Fies Social

O Fies Social foi instituído em 2024 para priorizar o atendimento às necessidades dos estudantes de renda mais baixa. O programa assegura alguns benefícios a quem é inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) e tem renda familiar per capita de até meio salário mínimo. Dentre os benefícios, segundo o FNDE, estão a concessão de até 100% de financiamento dos encargos educacionais e a reserva de 50% das vagas a esse público em cada edição dos processos seletivos.

“Além disso, o Fies Social cria a reserva de vagas aos estudantes autodeclarados pretos, pardos, indígenas e quilombolas e de pessoas com deficiência, de acordo com a mesma proporção na população da unidade da Federação onde está instalada a instituição de ensino, segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística”, explicou a autarquia.

Apesar das dificuldades e incertezas, os estudantes ouvidos pela reportagem reconhecem a importância do Fies para o acesso ao ensino superior. “Sem o financiamento eu não teria nenhuma possibilidade de estudar em uma universidade particular”, comenta Esdras Arcanjo. “O maior benefício, sem dúvida, é a garantia de acesso à faculdade”, reforça o colega dele, em depoimento à TRIBUNA DO NORTE.


Veja os dados sobre o Fies no Estado


Contratos celebrados*

2015: 2.603

2024: 195

Redução de 92,5%

*Dados do 2º semestre de cada ano


Inadimplência

2020: 15.906

2025*: 20.418

Aumento de 28,36%


*Dado atualizado em janeiro de 2025

11.589 é o número de contratos adimplentes no RN até janeiro de 2025

1.015 é o número de vagas para o Fies 2025 no RN

112 mil é o número de vagas para o Fies 2025 no Brasil

Regras para inscrição no Fies

-Ter prestado o Enem em qualquer uma de suas edições, a partir da edição de 2010 até a mais recente;

-Ter obtido, no mínimo, 450 pontos na média aritmética das notas das cinco provas do exame;

-Ter obtido nota superior a zero na prova de redação;

-É vedada a inscrição de quem declarou ter participado do Enem como “treineiro”.


Fies Social

O Fies Social reserva 50% das vagas para estudantes com renda familiar por pessoa de até meio salário mínimo e inscritos no CadÚnico. A classificação obedece à seguinte priorização:

-candidatos que não tenham concluído o ensino superior e não tenham sido beneficiados pelo financiamento estudantil;

-candidatos que não tenham concluído o ensino superior, tenham sido beneficiados pelo financiamento estudantil e o tenham quitado;

-candidatos que já tenham concluído o ensino superior e não tenham sido beneficiados pelo financiamento estudantil;

-candidatos que já tenham concluído o ensino superior, tenham sido beneficiados pelo financiamento estudantil e o tenham quitado.


Fonte: FNDE e MEC


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