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quinta-feira, 6 de março de 2025

Waguinho, marido de ex-ministra de Lula, é investigado por desvios em livros didáticos, afirma jornal

 

O ex-prefeito de Belford Roxo (RJ) Wagner dos Santos, o Waguinho, passou a ser investigado pela Polícia Federal (PF) na Operação Errata por suspeitas de envolvimento em um esquema de desvios em contratos de mais de R$ 100 milhões para compra de livros didáticos.

A operação Errata é resultado de uma parceria entre a PF, o Ministério Público Federal e a Controladoria-Geral da República. Waguinho entrou na mira da apuração após a PF realizar busca e apreensão em vários endereços no dia 11 de fevereiro deste ano. Durante as buscas foram encontrados indícios de que ele também teria participação no esquema e, por isso, ele passou a ser investigado.

Como mostrou a coluna, a maioria dos R$ 100 milhões em contratos para compra de livros didáticos foram assinados durante a gestão de Waguinho como prefeito de Belford Roxo.

Waguinho é casado com Daniela do Waguinho, ex-ministra do Turismo durante o governo Lula (PT), e foi prefeito de Belford Roxo por dois mandatos, de 2017 a 2024.

A esposa do político virou ministra após ele apoiar Lula na campanha eleitoral de 2022, mas foi demitida sete meses depois da posse em um movimento do governo para ampliar sua base no Congresso Nacional.

O esquema investigado na Errata, segundo a apuração, envolve as editoras Soler e IPDH, que fecharam uma série de contratos milionários com o município na gestão Waguinho. Os livros, no entanto, poderiam ter sido adquiridos gratuitamente pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) do Ministério da Educação (MEC).

Dados da investigação mostram que ao menos duas empresas citadas na apuração mantiveram relações com a campanha da deputada Daniela Carneiro, mulher de Waguinho.

A campanha de Daniela, em 2022, contratou a Lastro Indústrias Gráficas. A empresa recebeu cerca de R$ 5,7 milhões da Editora Soler, que foi alvo de busca e apreensão e é uma das principais investigadas na operação Errata.


Segundo a PF, a Soler não tinha funcionários desde 2016. Mesmo assim, assinou, entre 2019 e 2023, R$ 53 milhões em contratos com a gestão de Waguinho.

Também é citada na investigação da PF, segundo apurou a coluna, a empresa Rubra Editora e Gráfica.

Assim como a Lastro, ela tinha como sócio João Morani Veiga, que foi alvo de busca na operação Errata.

A Rubra foi a empresa que mais recebeu da campanha da deputada federal em 2022. Foram R$ 561 mil recebidos no período eleitoral.


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