A morte de Bárbara Kelly Araújo Nascimento, de 34 anos, durante uma operação da Polícia Militar no último sábado (12), provocou indignação e protestos na comunidade Passo da Pátria, zona Leste de Natal. A vítima foi atingida por um tiro quando estava em frente à sua casa, ao lado da filha de apenas 4 anos. Ela chegou a ser socorrida, mas não resistiu.
Na manhã desta segunda-feira (14), moradores bloquearam a Avenida do Contorno e atearam fogo em objetos em sinal de protesto. A principal reivindicação é justiça e a responsabilização dos envolvidos. Eles afirmam que não houve troca de tiros na comunidade e que o disparo que matou Bárbara teria partido de policiais.
“Minha filha era uma mulher trabalhadora, mãe, esposa. Estava com a filha pequena no momento do tiro. Que não aconteça mais essa maldade com outras famílias”, desabafou a mãe de Bárbara, visivelmente abalada.
Afastamento e investigação
Quatro policiais militares da Força Tática do 1º Batalhão foram afastados das funções operacionais e permanecem em funções administrativas durante a investigação. A Polícia Militar instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) e a Polícia Civil também conduz uma investigação criminal paralela.
As armas usadas na operação foram recolhidas para perícia balística, e a Secretaria de Segurança Pública acompanha o caso. Segundo o comando da PM, durante a ação um homem foi preso com drogas e uma balança de precisão, o que caracterizaria a ocorrência como policial. No entanto, a origem do disparo fatal ainda não foi confirmada.
Clamor por justiça
Amigos e familiares descrevem Bárbara como uma mulher tranquila, dedicada à família e à vida profissional. Ela era administradora de empresas, casada há 14 anos e mãe da menina que presenciou o momento do disparo.
A comunidade segue mobilizada cobrando respostas. “Ela não tinha nada a ver com aquilo. Só queremos justiça e paz para a nossa comunidade”, disse uma moradora durante o protesto.
As investigações seguem em andamento e, caso fique comprovada a responsabilidade dos agentes, medidas disciplinares e judiciais devem ser adotadas.