O pré-candidato ao governo do Rio Grande do Norte e opositor
ferrenho da gestão do PT no Estado, Fábio Dantas (SDD), afirmou que a aliança
política entre Fátima Bezerra (PT) e Walter Alves (MDB), anunciada nesta
quarta-feira 27, após encontro da dupla com o pré-candidato à Presidência Lula,
em Brasília, além de contraditória, é cruel com a militância do partido.
“Especialmente com aqueles que esbravejavam nas ruas e redes
sociais: ‘Fora Temer!’ e ‘Foi Gópi! (SIC). É natural a governadora Fátima, do
PT, se aliar à oligarquia Alves, do MDB. Isso foi o que ela sempre fez nas
eleições passadas. Sempre se aliou aos adversários para chegar ao poder para
depois abandoná-los”, avaliou.
Fábio Dantas disse ainda que, “inclusive, deve ser perguntado
o porquê de o vice de Lula ser Geraldo Alckmin, tradicional adversário do PT.
Importante lembrar ainda que essa chapa tem a pré-candidata a presidente Simone
Tebet do MDB e Ciro Gomes do PDT de Carlos Eduardo”, disse.
Contraditório
O deputado estadual Kelps Lima (SDD) classificou a chapa
Fátima/Walter de “escandalosamente contraditório, pois a governadora chegou ao
poder ao lado dos militantes de seu partido e de partidos aliados de esquerda.
E, agora, para se manter no poder a qualquer custo, descarta o vice-governador
do PCdoB e o senador do PT e, no lugar deles, atrai conservadores que ela
chamava de golpistas há algum tempo”, afirmou.
Para ele, Fátima Bezerra e o PT só querem o poder e por isso
estão se aliando ao MDB, que sempre taxou de golpistas. “A mensagem que essa
aliança passa é que não há um projeto econômico, nem desenvolvimento para o RN.
O foco é manter Fátima no poder a todo custo, inclusive fazendo alianças com
grupos que sempre a combateram a vida toda”, finalizou.
Incoerência
“Para o PT, vale-tudo pelo poder, vale saquear os cofres
públicos, deixar pessoas morrerem para desviar dinheiro de respiradores pelo Consórcio
Nordeste, pegar a maior arrecadação da história do Estado e torrar em
empreguismo, ao invés de resolver os principais problemas do RN, tudo em nome
do poder pelo poder. O maior erro do Brasil foi ter tirado Dilma. Era
fundamental tê-la deixado até o fim, para que o brasileiro sentisse, na
prática, o que é um governo populista”, disparou Brenno Queiroga (SDD).
Para ele, não há nada mais “incoerente que colocar para ser
seu vice alguém que, teoricamente, ela dizia combater há anos e que até pouco
tempo atrás, chamava de golpista. Mas coerência é algo que não podemos esperar
de Fátima, veja por exemplo a implantação do piso dos professores. Ela
construiu sua carreira política humilhando prefeitos para implantar os pisos
nos municípios, e agora como governadora, não implementou”, disse Brenno.
Clorisa: Aliança ‘não passa de politicagem’
Pré-candidata ao governo do RN, Clorisa Linhares (Brasil 35),
acredita que a união entre Fátima e Walter não passa de “politicagem” e o
Estado está cansado desse tipo de “entretenimento” desfocado que faz com que o
RN fique menor e mais atrasado.
“As escolhas são importantes e eu escolho cuidar das
estratégias para avançar com o RN. Estou muito preparada e focada na eleição
que estamos construindo, minha posição é fazer um governo diferente,
comprometido e atento às questões sociais, desenvolver estratégias para
investir mais na educação e no social para mudar esse caos que estamos vivendo
aqui no RN”, pontuou.
MISTURA DE ÁGUA COM AZEITE. “Você pega um grupo que, há quatro anos, condenava o
outro por corrupção, ilegalidade na cassação de Dilma e agora estão juntos. Eu
não entendo e não sei se o povo vai entender”, criticou o deputado estadual
José Dias (PSDB). “Eu acho que Fátima Bezerra e Walter Alves devem se explicar:
Foram traidores, os emedebistas? As acusações de que houve golpe, eram
mentirosas? Acho absolutamente incongruente e pela 1ª vez, estamos vendo a
mistura da água com o azeite”, questionou.
Para ele, a união entre PT e MDB está passando a mensagem de
que a governadora só pensa em se manter no poder. “Não existe coerência em
nada, no discurso e nos propósitos, é absolutamente nítido o interesse
político-eleitoral, agora se isso vai funcionar eu não sei. Acredito que faltou
combinar com os eleitores. Na minha visão, o povo não vai aceitar, porque tem
memória. As pessoas que quiserem saber o que foi dito quatro anos atrás basta
resgatar na internet”, afirmou.
AGORA RN