O Ministério da Saúde lançou, nesta quinta-feira (20), a
campanha nacional de combate ao mosquito Aedes aegypti, que transmite doenças
como dengue, zika e chikungunya. Com o tema “Todo dia é dia de combater o
mosquito”, a mobilização tem o objetivo de conscientizar a população brasileira
sobre os perigos do inseto e a importância de combate aos criadouros do
mosquito. A campanha será veiculada na televisão, rádio, internet e mídia
exterior.
"A epidemia da dengue existe há mais de 30 anos. Desde
então, nós não conseguimos erradicar esse probleme entre nós. Isso significa
que não é uma atividade simples. Não temos vacinas para arbovirose, nem
tratamentos específicos, então a principal arma que nós temos é combater o
mosquito.[...] Se não houver a colaboração da sociedade, todo ano vamos ter
casos e casos de todas essas arboviroses", reforçou o ministro da Saúde,
Marcelo Queiroga, durante o lançamento da campanha nesta quinta (20).
Em 2022, até meados de outubro, houve aumento de 184,6% no
número de casos prováveis de dengue em comparação com o mesmo período de 2021.
As ocorrências passaram de 478,5 mil casos, no ano passado, para 1,3 milhão
neste ano. Foram 909 óbitos confirmados em 2022.
"Alguns fatores podem ter contribuído para esse aumento
de casos de 2022. As condições ambientais favoráveis, o acúmulo de água, altas
temperaturas, moradias inadequadas, um grande número de pessoas suscetíveis à
doença e a mudança de circulação do sorotipo circulante obviamente também
interfere na transmissibilidade das arboviroses como um todo", afirmou o
secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros.
Já em relação à chikungunya, até meados de outubro, foram
notificados 168,9 mil casos da doença, com taxa de incidência de 79,2 casos por
100 mil habitantes no país. Quando comparado com o mesmo período de 2021,
ocorreu um aumento de 86,9% nos casos. Em 2022, foram 76 óbitos confirmados.
Em relação aos dados de zika, até meados de setembro de 2022,
foram notificados 10,5 mil casos da doença, com taxa de incidência 4,9 casos
por 100 mil habitantes no país. Houve um aumento de 92,6% quando comparado ao
mesmo período de 2021. Não houve óbito por zika em 2022.
Combate ao mosquito
O Ministério da Saúde tem investido em ações de combate ao
mosquito de forma permanente. Mesmo diante do cenário atual de aumento no
número de casos de arboviroses, a Pasta tem trabalhado em ações de resposta ao
período epidêmico 2021/2022 e também ações preparatórias para o período sazonal
2022/2023. Para isso, o Ministério realiza periodicamente reuniões com estados
para orientação de atividades, avaliação dos cenários locais e adequação das
estratégias de combate ao mosquito de acordo com a realidade de cada região.
Além disso, envia regularmente inseticidas e larvicidas para estados e
municípios para combate ao Aedes aegypti.
A Pasta tem investido, ainda, no fortalecimento da entomologia,
em pesquisas, novas tecnologias e inovações para vigilância e controle das
arboviroses. Recentemente foi lançado o Projeto de Fortalecimento da Vigilância
das Arboviroses no Brasil, com a contratação de 27 colaboradores para atuar nas
27 Unidades Federativas. Anualmente, também é realizada a campanha de
comunicação sobre a dengue, chikungunya e Zika, com objetivo de orientar a
população, gestores e profissionais da saúde para prevenção das doenças.
Sintomas e prevenção
Os sintomas de dengue, chikungunya ou zika são semelhantes.
Eles incluem febre de início abrupto acompanhada de dor de cabeça, dores no
corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e
coceira na pele, manchas vermelhas pelo corpo, além de náuseas, vômitos e dores
abdominais. A orientação do Ministério da Saúde é para que a população procure
a unidade ou serviço de saúde mais próximo de sua residência assim que surgirem
os primeiros sintomas.
A prevenção é a melhor forma de combater a doença. Evitar
água parada, esvaziar garrafas, não estocar pneus em áreas descobertas, não
acumular água em lajes ou calhas, colocar areia nos vasos de planta e cobrir
bem tonéis e caixas d’água são algumas iniciativas básicas para evitar a
proliferação do vetor. Todo local de água parada deve ser eliminado, pois é lá
que o mosquito transmissor coloca os seus ovos.
Ministério da Saúde