O futuro ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou que seguirá o critério de antiguidade para escolher os comandantes das Forças Armadas. “É o critério tradicional das Forças Armadas, o mais antigo de cada Força. Foi esse o critério”, afirmou Múcio nesta sexta-feira (9).
Com base nesse critério, Múcio citou os nomes:
Exército: General Júlio César de Arruda.
Aeronáutica: Tenente-brigadeiro do ar Marcelo Damasceno.
Marinha: Almirante de Esquadra Marcos Sampaio.
Estado-Maior das Forças Armadas (EMCFA): Almirante de Esquadra Renato Rodrigues de Aguiar Freire
O futuro ministro disse ter conversado com esses comandantes na semana passada e que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), fará o anúncio oficial dos nomes posteriormente, sem determinar uma data.
Múcio disse também que “há a mais absoluta vontade de conversar” com o atual ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira. Ele falou ainda sobre sua relação com o presidente Jair Bolsonaro. “Ele [Bolsonaro] foi meu colega há 20 anos. Converso sempre com ele. Quando ele perdeu as eleições, eu fui lá cumprimentá-lo. Não há o menor problema”, disse Múcio.
Mais cedo, Lula divulgou cinco nomes que vão compor sua equipe ministerial no governo federal a partir de janeiro de 2023.
Fazenda: Fernando Haddad (PT)
Defesa: José Múcio Monteiro
Casa Civil: Rui Costa (PT)
Justiça: Flávio Dino (PSB)
Relações Exteriores: Mauro Vieira
O petista afirmou que deve uma reunião no próximo domingo (11) para determinar a quantidade de ministérios e secretarias que o próximo governo terá.
“Tomei a decisão [de anunciar os primeiros nomes] porque preciso que algumas pessoas já comecem a trabalhar”, afirmou Lula. Ele também brincou que anunciou mais nomes para ter outras pessoas para conversar com a imprensa sobre os trabalhos do futuro governo.
Segundo o presidente eleito, na semana que vem, ele pode anunciar “mais do que o dobro” de ministros do que a quantidade anunciada nesta sexta (9).
O único ausente na cerimônia de anúncio era o embaixador Mauro Vieira, que está na Croácia. “O Brasil precisa voltar a ter uma política externa ativa”, declarou o presidente eleito.
Ao anunciar o nome do ex-governador do Maranhão Flávio Dino ele disse apenas “da Justiça”, sem mencionar “Segurança Pública”.
Lula disse que há interesse de criar um ministério da Segurança Pública, “mas não pode fazer as coisas de forma atabalhoada”. “Dino tem a função de primeiro consertar o funcionamento do ministério da Justiça”, afirmou.
Durante sua fala, Flávio Dino anunciou sua primeira indicação, que recebeu o aval de Lula, que é para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal (PF). O nome acordado foi o do delegado Andrei Passos Rodrigues, que é delegado da PF e responsável por chefiar a segurança de Lula desde a campanha eleitoral.
O presidente eleito comentou a ausência de mulheres e negros entre as primeiras indicações: “Vai chegar uma hora que vocês vão ver mais mulheres do que homens aqui e a participação de companheiros afrodescendentes aqui.”
O presidente eleito também afirmou que a transição de governo deve finalizar os trabalhos na próxima terça-feira (13). O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) também se pronunciou sobre os trabalhos dos 32 grupos técnicos.
Alckmin afirmou que os relatórios da transição que os relatórios trarão exigências orçamentárias, sugestões de revogações, proposta de estrutura para cada área e ações prioritárias.
PEC do Estouro
Durante a conversa com a imprensa, Lula também comentou a PEC do Estouro, que foi aprovada no Senado nesta quarta-feira (7).
Ele disse que não acredita que o projeto “terá problemas” na tramitação na Câmara dos Deputados. “Espero que as pessoas compreendam que essa PEC não é para o governo Lula, mas para garantir um mínimo para os mais necessitados”, declarou.
“Se tiver qualquer problema [na tramitação], nós vamos conversar”, completou.
Ao final do evento, enquanto saía do palco, Lula foi questionado se o anúncio de Haddad ajuda na tramitação da PEC no Congresso. “Se fosse para atrapalhar, ele não seria indicado”, respondeu.