O júri popular dos três acusados pela morte do advogado Eliel
Ferreira Cavalcante Júnior, de 25 anos, assassinado no dia 9 de
abril do ano passado em Mossoró, no Oeste potiguar, foi concluído na noite desta
quarta-feira (13) com a condenação dos réus.
Segundo a Justiça, o júri acatou integralmente a acusação, condenando os réus por
um crime de homicídio consumado e duplamente qualificado pelo motivo torpe e
pelo emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima.
Além disso, eles também foram
condenados pelo crime de homicídio tentado por motivo torpe e recurso que
dificultou defesa da vítima. A tentativa de homicídio foi contra o namorado de
Eliel.
Após a decisão, o juiz Valter Antonio
Silva Flor Júnior definiu a pena para cada um dos acusados, levando em
considerando atenuantes previstos em lei, como antecedentes criminais, por
exemplo.
A penas foram definidas em:
- Ialamy Gonzaga - 23 anos,
nove meses e 15 dias de reclusão
- Josemberg Alexandre da Silva
- 22 anos, um mês e 12 dias de reclusão
- Francisco de Assis Ferreira da Silva - 25 anos
e 12 dias de reclusão.
Os réus deverão cumprir a pena
inicialmente em regime fechado.
Segundo o Ministério Público, os
tiros foram todos efetuados por Ialamy Gonzaga. Porém, como ele não tinha
antecedentes criminais e confessou o crime, teve a pena reduzida.
Apesar de o crime ter acontecido na
região Oeste do estado, o júri ocorreu em Natal, capital do Rio Grande do Norte. O julgamento começou
por volta das 9h15 da última terça-feira (2) com o sorteio dos 7 jurados, entre
os 21 convocados. A expectativa era de que o julgamento durasse até quatro
dias.
Dois réus participaram do julgamento
em Natal. No entanto, o terceiro, Francisco de Assis Ferreira da Silva,
participou por videoconferência, por estar internado com tuberculose, segundo a
defesa.
O crime
Na noite de 9 de abril de 2022, Eliel Cavalcante Júnior morreu após ser vítima de pelo menos nove
disparos de arma de fogo. Ele estava conversando com seu namorado, Lucas
Emanoel Pereira, na calçada do condomínio em que Lucas morava no bairro Boa
Vista, em Mossoró.
Após a conclusão do inquérito
policial, o Ministério Público do RN apresentou denúncia contra Ialamy
Gonzaga, Francisco de Assis Ferreira da Silva e Josemberg Alexandre da Silva pelo
homicídio qualificado contra Eliel Júnior e a tentativa de homicídio
qualificado contra Lucas Emanoel.
Em julho deste ano, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte
decidiu, por unanimidade, transferir o júri popular dos três acusados pela morte de Eliel Júnior e
pela tentativa contra Lucas Emanoel, da comarca de Mossoró, cidade onde
aconteceu o crime, para a comarca de Natal.
O pedido foi feito pela defesa dos réus, que alegou a
grande repercussão da mídia local e o envolvimento da sociedade mossoroense
como fatores para uma possível decisão influenciada no
julgamento. Após parecer favorável por parte do juiz Vagnos Kelly, o mesmo que
determinou que o caso fosse levado a júri popular, foi decidido que o caso
seria decidido no Fórum Municipal de Natal.
O crime
Na investigação, a Polícia Civil aponta que
Eliel e Lucas podem ter sido confundidos com ladrões.
Por volta
das 21h40 do dia 9 de abril de 2022, Eliel Ferreira Cavalcante Júnior, de 25
anos, estava com seu namorado, Lucas Emanoel Pereira, na calçada do condomínio
em que ele morava, na rua Francisco Bernardo, no bairro Boa Vista, em Mossoró.
Neste
momento, dois homens identificados como Francisco de Assis Ferreira da Silva e
Josemberg Alexandre da Silva, abordaram os dois. De acordo com a investigação
da Polícia Civil, por acreditar ser um assalto, Eliel e Lucas jogaram pertences
para dentro do condomínio e tentam se esquivar.
Do outro
lado da rua, após ser acionado por Francisco e Josemberg, Ialamy Gonzaga,
conhecido como Júnior Preto, que estava armado com uma pistola 9 milímetros,
efetuou dois tiros, um contra Eliel e outro contra Lucas.
O casal correu para fugir do local para escapar dos tiros. Enquanto
Lucas foi para um lado da rua, Eliel foi pelo lado contrário onde foi
perseguido pelo trio. Aos gritos de “pega ladrão” por parte dos réus, um
popular segurou Eliel e mais tiros foram disparados.
Eliel teria sido atingido por nove tiros. Um tiro atingiu a perna do
popular que o rendeu no momento da corrida e os outros dois foram efetuados
contra os dois após a abordagem, totalizando 12 tiros, capacidade total de
munições da pistola que estava com Ialamy.