REDAÇÃO ITAJÁ TV
O Rio Grande do Norte está na “iminência” de perder o
controle do sistema prisional e convive com um déficit de mais de 1 mil agentes
dentro das penitenciárias. A denúncia é de Vilma Batista, presidente do
Sindicato dos Policiais Penais do Estado
(Sindppen-RN).
Segundo a policial penal, organizações criminosas estão cada vez mais
infiltradas nas unidades prisionais e em instituições que buscam interferir no
trabalho dos agentes. Ela critica o comando da Secretaria Estadual de
Administração Penitenciária (Seap) – que, segundo ela, tem sucumbido a
pressões do crime organizado.
Vilma Batista afirma que o principal problema do sistema
prisional potiguar, atualmente, é falta de efetivo. Ela diz que o RN tem apenas
1.444 policiais penais, divididos em escalas, para dar conta de um contingente
superior a 12 mil presos (de todos os regimes).
O quadro é especialmente delicado no Complexo de Alcaçuz, o maior do
Estado, onde, de acordo com Vilma Batista, houve plantões com apenas 6
policiais penais escalados no fim do ano passado.
“Segurança se faz com vigilância aproximada. Para isso,
precisamos ter efetivo, em número condizente com a realidade da unidade
prisional. Não houve um incremento (nos últimos anos) e, a cada dia que passa,
temos várias outras atribuições”, enfatiza a sindicalista.
Por causa da falta de profissionais suficientes, Vilma
Batista diz que todas as guaritas de Alcaçuz
estão desativadas e que outras unidades – como a Cadeia Pública de Natal e a
Penitenciária Estadual de Parnamirim (PEP) – estão transferindo presos. A
sindicalista diz, também, que o trabalho está comprometido dentro das unidades
e que, por falta de agentes em número suficiente, a segurança que está sendo
feita é a “básica”.
Ainda de acordo com a presidente do Sindppen-RN, por causa da
interferência de órgãos externos ligados ao crime organizado, presos estão
sendo encorajados a se insurgir contra os policiais penais. Os policiais que
“batem de frente”, segundo Vilma Batista, são penalizados.
“Estamos falando de um sistema que estava totalmente
controlado e está na iminência de nós perdermos o controle. Precisa saber de
onde os presos conseguiram ter o empoderamento para se insurgir contra os
operadores de segurança que estão no controle. Após as interferências, a
população carcerária, escravizada pelas organizações criminosas, viu a
oportunidade de furar o bloqueio do Estado. Não querem mais (atender às
regras), começam a fazer denúncias infundadas. Não é dada ampla defesa e
contraditório. Os policiais que continuam batendo de frente são transferidos.
Várias transferências foram feitas de policiais a mando de organizações
criminosas dentro das unidades prisionais. A gestão não tem coragem de fazer o
enfrentamento”, enfatizou Vilma Batista.
Esse encorajamento dos criminosos ocorre, também, quando
a Seap – segundo ela – não aplica sanções a presos insubordinados.
A Seap foi procurada para comentar as denúncias da
sindicalista. O espaço segue aberto para pronunciamento da pasta.
Com informações AGORA RN