O governo
do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lançou o plano da Nova Indústria
Brasil, com metas e objetivos para desenvolver o setor até 2026. A medida terá
R$ 300 bilhões em financiamentos administrados Banco Nacional do
Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), Financiadora de Estudos e Projetos
(Finep) e Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).
O anúncio foi realizado nesta segunda-feira (22) pelo
vice-presidente Geraldo Alckmin durante a reunião do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Industrial (CNDI), no Palácio do Planalto.
“É muito importante para o Brasil que a gente volte a ter uma
política industrial inovadora, digitalizada como o mundo exige hoje e que a
gente possa superar, de uma vez por todas, esse problema do Brasil nunca ser um
país definitivamente grande e desenvolvido”, disse o presidente.
“Nós tínhamos chegado a 6° economia, voltamos para a 12°, chegamos
a 9° agora, mas não porque crescemos muito, mas porque os outros caíram e isso
não é motivo de orgulho”, afirmou.
Durante a cerimônia, o presidente do
BNDS, Aloizio Mercadante, disse que o montante será disponibilizado em linhas
de crédito. Serão R$ 271 bilhões na modalidade reembolsável e R$ 21 bilhões
não-reembolsável. Também estão previstos R$ 8 bilhões de recursos do mercado de
capitais.
O que diz o plano
A proposta foi elaborada ao longo de
2023 por integrantes do CNDI para incentivar o desenvolvimento produtivo e
tecnológico, ampliar a competitividade da indústria brasileira, nortear o
investimento. Além de ampliar a geração de emprego e posicionar o Brasil no
mercado internacional.
O plano de ação dos próximos 3 anos de
governo Lula estabeleceu metas para seis eixos ou “missões” de desenvolvimento
da indústria até 2033. Os objetivos serão avaliados pelo conselho nos próximos
90 dias e exigirão empenho de todos os ministérios membros do CNDI e do setor
produtivo nacional.
A nova política reúne diversas ações do
Estado, como linhas de crédito especiais, recursos não-reembolsáveis, ações
regulatórias e de propriedade intelectual, obras e compras públicas, entre
outros.
Quais são as metas
·
agroindustriais: ampliar a mecanização dos estabelcimentos de
agricultura familiar para 70%. Nesse eixo, o governo quer priorizar a
fabricação de equipamentos para agricultura de precisão e máquinas agrícolas
para ampliar capacidade produtiva do segmento na produção de alimentos
saudáveis;
·
saúde: aumentar a produção no país em 70% das necessidades nacionais em
medicamentos, vacinas, equipamentos e dispositivos médicos, entre outros, para
fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS).;
·
infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis: reduzir
em 20% o tempo de deslocamento das pessoas de casa para o trabalho. Segundo o
IBGE, os brasileiros gastam, em média, 4,8 horas semanais no país.;
·
transformação digital: alcançar a meta de transforma digitalmente 90%
das empresas industriais brasileiras triplicar a participação das companhias na
produção nacional em novas tecnologias;
·
bieconomia, descarbonização e transição e segurança energéticas:
aumentar em 50% a participação dos biocombustíveis, ou seja o combustível
verde, na matriz energética de transportes. Além de ampliar, o uso da
biodiversidade pela indústria e reduzir em 30% a emissão de carbono da
indústria nacional.;
·
defesa: ter autonomia de 50% na produção das tecnologias críticas para
fortalecer a soberania nacional. O governo pretendo priorizar o desenvolvimento
de energia nuclear, sistemas de comunicação e sensoriamento, sistemas de
propulsão e veículos autônomos e remotamente controlados.