O
secretário nacional de Políticas Penais, André Garcia, concedeu entrevista
coletiva na manhã desta quinta-feira (15) para falar sobre a primeira fuga de
um presídio federal do Brasil, que ocorreu na madrugada da quarta-feira (14),
na penitenciária de Mossoró. De acordo com o secretário, “é muito provável que
os procedimentos de segurança não foram empregados como deveriam ser”. O
auxiliar do ministro Ricardo Lewandowski, porém, não deu detalhes sobre a fuga
e ações de recaptura.
Durante a entrevista coletiva,
André Garcia disse que o foco do Ministério da Justiça é a recaptura dos presos
e garantir que uma nova fuga não volte a ocorrer. “Esse fato não vai se
repetir. Podemos garantir isso à população brasileira”.
O
secretário foi evasivo nas respostas sobre possível facilitação da fuga ou
falha nos procedimentos. André Garcia enfatizou que todas as ações estão sendo
empregadas para recapturar os presos, mas não respondeu se já há pistas sobre o
paradeiro dos foragidos. Ele afirmou que, apesar de serem considerados
perigosos, “não são lideranças que possam impactar na criminalidade local do
estado” porque “eles não são daqui e a preocupação deles ainda é se evadir”.
Questionado
sobre a possibilidade de afastamento de agentes penais, o secretário não
respondeu diretamente, mas informou que o presídio continuava necessitando do
trabalho dos profissionais e não poderia “agir assodadamente e, de certa forma,
atentar ou comprometer a segurança da unidade”. Temos um sistema funcionando, a
unidade funcionando, a primeira medida feita foi trazer um profissional
experimentado para ele tomar todas as medidas necessárias”, explicou.
Por outro lado, o secretário
disse que a falha que ocorreu, seja intencional ou por “relaxamento”, será
apurada e punida. “Nenhuma das possibilidades estão descartadas. Relaxamento,
facilitação, seja lá o que a investigação aponte. Não posso citar nada porque
seria leviano de nossa parte. Se forem individualizadas condutas, ninguém vai
deixar de agir. Por enquanto, estamos trabalhando para manter a segurança da
unidade”, disse o secretário.
A
expectativa é que a perícia sobre a fuga seja finalizada na sexta-feira e,
somente após a finalização, o Ministério da Justiça poderá entender e confirmar
como ocorreu a fuga. “A dinâmica do fato em si será precisa após a conclusão da
perícia. Temos uma noção do que aconteceu, mas tem que ser confirmado de
maneira técnica para ser segura. Mais detalhes sobre isso não poderemos
repassar nesse momento”, explicou, afirmando ainda que espera a recaptura dos
presos “nos próximos dias ou nas próximas horas”.