Parlamentares do Rio Grande do
Norte que fazem oposição ao governo federal no Congresso Nacional criticaram a
fala do presidente Lula comparando as mortes na Faixa de Gaza ao holocausto. Os
deputados federais General Girão e Sargento Gonçalves (PL) estão entre os 91
deputados que assinaram pedido de impeachment por crime de responsabilidade,
com base no artigo 5º, da Lei 1.079/50, por “cometer crime de hostilidade
contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo de guerra, ou
comprometendo-lhe a neutralidade”.
Com relação ao episódio que levou Isarel “convocar o embaixador brasileiro ára
uma dura conversa de repreensão”, o líder da oposição no Senado Federal,
senador Rogério Marinho (PL) disse que a fala do presidente foram “rasgos de
senilidade, maldade deliberada, ignorancia histórica e equivoco do ponto de
vista da etica, moral e perspectiva geopolitica”.
Rogério Marinho ironizou a postura do chefe da nação do Brasil, nas redes
sociais: “Agora o prêmio Nobel ficou mais próximo”.
Já o deputado federal Sargento Gonçalves avaliou que “declarações como essa não
podem ser toleradas”.
O deputado federal General Girão disse que “envergonhar o Brasil em suas falas
no exterior já virou um costume do Lula. Mas, dessa vez, ele conseguiu
ultrapassar todos os limites e causar muito mais do que vergonha.
Girão declarou que “não podemos
minimizar suas desastrosas declarações achando que o atual presidente do Brasil
está “apenas” insano. É muito pior que isso”.
O General Girão defende o impeachmente o presidente Lula, e também ironizou o
fato das viagens presidenciais ao exterior não gerar proveito para o país:
“Lula, pare de viajar em lua de mel e olhe para o país, que você deveria
governar. Porque para ir para o exterior com o dinheiro dos nossos impostos e falar
do que você não entende, já passou muito do razoável”.
“Não dá para saber se ele fez esta afirmação apenas para tentar, mais uma vez,
demonstrar a sua pequenez diplomática ou para distrair a atenção do governo
irresponsável e fraco que está fazendo”, afirmou Girão, para quem “criar uma
crise diplomática com Israel apoiando atos terroristas do Hamas e desconhecendo
o que foi o nazismo na história mundial é algo inaceitável para alguém que
ocupa uma função importante como a de presidente do Brasil”.
Girão disse que morou na Polônia como adido e “conhece de perto o que foi o
holocausto, sei que nenhum discriminação nos fará crescer como seres humanos”.
Por isso, disse Girão, “repudiamos veemente as declarações de alguém que não
conhece a história e desonra a memória de seis millhões de judeus mortos, de
forma covarde e violenta pelos nazistas”.
O General Girão afima ter “convicção que o crime de responsabilidade cometido
por Lula ao dar declarações vergonhosas e hostis contra Israel, são suficientes
para pedir o seu impeachment.
O deputado estadual Coronel Azevedo (PL) também repudiou a fala do presidente
Lula, que “comparou o Holocausto com as ações de Israel que luta contra o grupo
terrorista Hamas, que invadiu, assassinou 1.200 judeus inocentes, sequestrou
outros 200, além de violentar mulheres, crianças e adolescentes”.
“Este lamentável e irresponsável comentário não representa a opinião do povo
brasileiro de bem! Nossa solidariedade às famílias dos 6 milhões de judeus
assassinados”, disse Azevedo.
Evangélicos repudiam fala de Lula
A
Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional emitiu uma nota de repúdio
nesta segunda-feira à fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre
Israel. Neste domingo, em coletiva de imprensa na Etiópia, o petista comparou a
situação em Gaza, que classificou como ‘genocídio’, com o extermínio de judeus
pelo governo nazista de Adolf Hitler na Alemanha.
A frente parlamentar afirma em nota que comparar os ataques de Israel ao Hamas
com o nazismo é provocar um “conflito ideológico desnecessário”.
O grupo diz que respeita a presidência da República, mas entende que
“verbalizações desequilibradas, além de não representarem o pensamento da
maioria dos brasileiros, comprometem a política internacional de forma
desnecessária”.
A declaração de Lula se tornou alvo de repúdio e, inclusive, motivou um pedido
de impeachment protocolado por deputados federais da oposição. Nesta
segunda-feira, Israel declarou o petista ‘persona non grata’, ou seja, não
seria mais bem-vindo no território até que faça uma retratação.
Sem influência, Lula se limita a
chocar
A
equiparação que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez no domingo (18)
entre a ação militar de Israel em Gaza e o extermínio de judeus por Adolf
Hitler na 2ª Guerra Mundial é mais um item na lista de suas declarações
controversas.
A política internacional é o tema em que as palavras do presidente têm chocado
mais. Houve 17 afirmações assim em 2023. Sobre economia foram 5.
Frases controversas podem sair por descuido ou estratégia. Quando Lula está
fora do país, a 2ª opção parece prevalecer.
O presidente quer recuperar a influência internacional dos 2 mandatos
anteriores. É muito difícil. Ele não é mais uma novidade e o mundo é outro.
Tenta se firmar ao menos como um líder do Sul Global, os países menos
desenvolvidos (antes chamados de Terceiro Mundo). Mesmo isso, porém, não tem
funcionado.
A agenda na viagem à Etiópia é uma demonstração da falta de receptividade.
Cancelaram encontro com o brasileiro na sexta- feira (16) os presidentes Bola
Tinubu, da Nigéria, e William Ruto, do Quênia, além do presidente do Banco
Africano de Desenvolvimento, Akiwumi Adesina.
A presença de Lula em um evento da FAO (Organização das Nações Unidas para
Alimentação e Agricultura) no mesmo dia foi cancelada por causa do risco de
falta de público.
EGITO
Na etapa anterior da viagem, no Egito, o presidente teve
programação mais amena. Visitou pirâmides com a primeira-dama Rosângela da
Silva, a Janja, que compartilhou postagens em seu perfil no Instagram.
Mas Lula também aproveitou a presença no Egito para criticar Israel pelos
bombardeios em Gaza, que chamou de “punição coletiva”. A repercussão na mídia
global foi muito pequena.
MEDIAÇÃO DA PAZ
Um dos objetivos da viagem à África foi mostrar que Lula e a
diplomacia brasileira podem ajudar a mediar um acordo de paz entre Israel e o
Hamas. Os sinais de que o Brasil possa ter relevância nisso seguem nulos.
Lula subiu o tom no domingo. Emplacou talvez sua frase mais controversa até
agora. Finalmente conseguiu maior repercussão na mídia. O Hamas elogiou a
afirmação, que no governo israelense foi considerada uma ofensa do mais alto
grau.
É impossível imaginar o Brasil ser aceito por Israel para uma conversa sobre a
paz em Gaza. É difícil pensar também que o Hamas venha a propor a isso. O grupo
tem itens bem mais importantes para reivindicar em uma negociação. A presença
brasileira se transformaria em um problema adicional.
O Brasil será chamado para outras discussões sobre o tema, como a da União
Africana, de que Lula participou na Etiópia no sábado (17). Mas é só algo
retórico.
Até o momento, 91 parlamentares
assinaram pleito
Pedido
de impeachment chega a 91 assinaturas e é recorde na atual legislatura após
Lula comparar ação de Israel na Palestina ao Holocausto. O discurso de Lula
comparando a contraofensiva de Israel na Faixa de Gaza ao Holocoausto fez com
que a Câmara dos Deputados reunisse a maior quantidade de assinaturas para um
pedido de impeachment, na atual legislatura.
Até o momento, 91 parlamentares assinaram o pedido de afastamento, que deverá
ser protocolado nesta segunda-feira (19/2) por Carla Zambelli (PL-SP) [veja,
abaixo, os signatários]. A justificativa é que o presidente expôs o Brasil ao
perigo de guerra, o que seria passível de crime de responsabilidade. O grupo
extremista Hamas agradeceu a Lula pela declaração.
Na lista, estão 18 congressistas de partidos que apoiam o governo. Ao todo, a
lista conta com deputados de nove partidos. Destes, quatro têm relação com o
Executivo, devido à filiação de ministros que encabeçam pastas do governo. São
eles: União Brasil, PP, Republicanos e PSD.
Questões diplomáticas já haviam motivado, em junho de 2023, um outro pedido de
impeachment de Lula. Na ocasião, deputados solicitaram o afastamento após o
presidente convidar Nicolás Maduro para agenda no Brasil e dizer que a
Venezuela é alvo de “narrativas” construídas por opositores.
Veja, abaixo, a lista de signatários do pedido de impeachment de Lula com base
na recente declaração sobre Israel.
Tribuna do Norte