O deputado Coronel Azevedo (PL) elogiou a postura do Congresso Nacional em derrubar o veto do Executivo à proibição das chamadas “saidinhas” de presos decorrente da pressão popular. “A taxa de reincidências dos egressos do sistema prisional é altíssima no Brasil. É quase uma anomalia no modelo mundial”, disse.
Coronel Azevedo criticou os deputados federais Natália Bonavides e Fernando Mineiro por votarem a favor do veto do presidente Lula, afirmando, categoricamente, que “mais de 80% dos presos provisórios votaram no PT, em defesa da base votaram para tentar dar continuidade as ‘saidinhas”.
Levantamento de O Antagonista em seções destinadas ao voto de presos mostra que Lula teve 80,59% dos votos válidos nas seções, contra 15,79% de Jair Bolsonaro. Azevedo mostrou da tribuna da Assembleia Legislativa, recortes de noticias sobre crimes praticados por presos que estavam gozando do benefício temporário das “saidinhas”, em São Paulo e Minas Gerais.
CAC
O deputado Azevedo também parabenizou o Congresso por derrubar o veto de Lula a mudanças de artigos na lei que regulamentava a atividade CACs (caçadores e colecionadores de armas), inclusive restringindo clube de tiros: “Não existe nenhuma estatística de que o funcionamento de clubes de tiros tenham aumentado a violência no entorno de escolas”.
“Pelo contrário”, defendeu Azevedo, havia estatísticas de violências nas escolas, mas com “abertura de clubes, diminuiu-se o número de crimes”.
FAKE NEWS
Por fim, citou a manutenção do veto de Bolsonaro contra artificio que criava o crime de fake news com até cinco anos de prisão. “O PT e a esquerda estão desesperados, porque através das redes sociais o povo pode levar a verdade e combater as fake news para o PT é esconder a verdade”, acusou Azevedo.
Às vésperas do feriado de Corpus Christi, na quinta-feira (30), a sessão conjunta do Congresso trouxe derrotas relevantes para o governo Lula (PT). Quais foram: queda do veto contra as “saidinhas” de presos; derrubada do veto a trecho da LDO que proíbe uso de verba pública em ações que “incentivem aborto e transição de gênero”; manutenção do veto de Jair Bolsonaro à tipificação de crime quando há disseminação de fake news. Pautas que Natália e Mineiro votaram em sintonia com o PT e foram derrotados no Congresso.
DESAPROVAÇÃO
A deputada federal Natália Bonavides tem defendido, inclusive nas redes sociais, algumas pautas que estão desaprovadas ou enfrentam dificuldades de aprovação na Câmara dos Deputados ou mesmo no Senado da República.
Em 4 de março, Bonavides defendeu a regulamentação do trabalho por aplicativo de transporte de pessoas. Os motoristas de Uber e outros aplicativos em sua maioria não têm concordado com o projeto que também sofre forte resistência no Congresso.
Pré-candidata à prefeita de Natal nas eleições de outubro, Natália Bonavides tem sua história politica ligada as ações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Além de contar com o apoio do Movimento no RN, antes de conquistar mandatos atuou na assessoria jurídica a favor do grupo. Recentemente, o MST sofreu uma derrota na Câmara com a aprovação do projeto que criminaliza e impõem sanções a invasores de propriedade privada. No início do seu primeiro mandato como deputada, inclusive, Natália chegou a participar da invasão de uma propriedade em Goiás ao lado dos integrantes do MST.
MST
No ano passado, o MST chegou a ser alvo de uma CPI na Câmara dos Deputados. Durante a investigação, foram realizados depoimentos de ex-integrantes do Movimento que denunciaram terem sido vítimas de abuso de poder político. Em um dos casos, a vítima relatou que acabou sendo expulsa com uso de violência da terra onde morava por não concordar com a orientação política definida pelos líderes do MST.
Ao participar em 28 de maio do lançamento de pré-candidaturas do partido Unidade Popular pelo Socialismo (UP), que se autodenomina “novo partido de esquerda do Brasil, pelo poder popular e o socialismo”, Bonavides apresentou bandeiras contra o que chama de capital especulativo e imobiliário.
MLB
A deputada petista também apoiou a invasão do terreno privado onde existia a antiga sede dos extintos “Diário de Natal” e Rádio Poti, ocorrida em 29 de janeiro. O ato realizado pelo MLB já ultrapassa quatro meses e até agora, mesmo com decisão da Justiça para reintegração de posse ainda não foi solucionado. Os invasores ainda se utilizam de gatos de energia para terem acesso a iluminação.
DPVAT
Outra posição adotada por Natália Bonavides que gerou polêmica nas redes sociais foi seu apoio a volta do antigo DPVAT, agora chamado de SPVAT. O imposto, que estava extinto, foi recriado por iniciativa do atual Governo Lula. Em seus perfis pessoais, a petista não apenas tentou explicar seu posicionamento como também enfatizou a importância da volta do tributo, que segundo ela seria “melhor para todo mundo”.
Em praticamente seis meses de autuação na Câmara Federal este ano, a deputada Natália Bonavides só fez dois “breves pronunciamentos” em plenário, segundo informações parlamentares no site da Casa, na internet.
TRIBUNA DO NORTE