REDAÇÃO ITAJÁ TV
A formação de gelo nas asas da
aeronave é a principal hipótese para explicar a queda do avião da VoePass em
Vinhedo, na última sexta-feira (9), segundo o engenheiro aeronáutico Celso
Faria de Souza, perito criminal em acidentes aéreos e diretor da Associação
Brasileira de Segurança de Voo (Abravoo).
Em entrevista ao jornal O
Globo, Souza analisou imagens da queda e apontou que a estrutura da aeronave
estava intacta, sem avarias visíveis. “Havia previsão de formação de gelo na
área do acidente. O gelo pode ter se formado na asa da aeronave e o sistema de
degelo, por alguma razão, não funcionou. Com isso, o avião perdeu sustentação e
caiu da forma que vemos no vídeo”, explicou o especialista.
A hipótese do gelo nas asas é
corroborada por relatos de outros pilotos que sobrevoaram a região no mesmo
dia. Um piloto de A320, por exemplo, reportou a formação de gelo na janela
lateral da cabine, um fenômeno raro.
“Se tivesse que apostar na
possível razão da queda, diria que há chance de 95% de que isso tenha provocado
a queda”, afirmou Souza.
Outras hipóteses e fatores
contribuintes
Embora a hipótese do gelo seja
a mais provável, Souza também mencionou a possibilidade de um desbalanceamento
da carga dentro da aeronave como outra causa possível, mas considerou essa
hipótese menos provável.
Dados do site Flight Radar
mostram que o avião estava voando a 17 mil pés, em uma área com formação de
gelo severa, confirmando a análise de outros especialistas. Pilotos ouvidos
pela reportagem destacaram que as condições climáticas adversas, com formação
de gelo, podem ter sido um fator determinante para o acidente.
O ATR-72, modelo da aeronave
envolvida na tragédia, tem um sistema de degelo diferente dos jatos de grande
porte e opera em altitudes mais baixas, o que o torna mais suscetível ao
acúmulo de gelo nas asas.
Procedimentos de emergência
Pilotos são treinados para
recuperar a aeronave em casos de perda de sustentação. No entanto, no caso do
acidente em Vinhedo, a altitude da aeronave no momento da queda poderia ter
sido suficiente para uma recuperação, caso o sistema de degelo tivesse
funcionado corretamente.
GAZETA BRASIL