A segunda edição da Frut & Tec,
feira de fruticultura e tecnologia que reunirá a cadeia produtiva na região do
Vale do Açu, deve incrementar em R$ 20 milhões os negócios no Distrito Irrigado
do Baixo Açu (Diba). Segundo o presidente do Diba, Michel Cosme, o volume de
novos negócios gerados pode significar um incremento de 30% nos atuais R$ 57
milhões alcançados nos sete primeiros meses de 2024, o eleva a movimentação
para R$ 77 milhões este ano. Promovida pela Associação do Distrito Irrigado do
Baixo Açu (Adiba), em parceria com o Sebrae no Rio Grande do Norte, a feira
acontecerá entre os dias 22 e 24 deste mês na sede do Distrito, no município de
Alto do Rodrigues.
O
Diba é o maior projeto de irrigação em funcionamento no Estado e possui 6.360
hectares, dos quais 2.700 estão ocupados com o cultivo de frutas como banana,
mamão, coco, manga, melancia, limão, entre outras, destinadas, principalmente,
ao mercado externo. Outros 4.200 hectares já foram licitados e já estão nas
mãos dos irrigantes, segundo Michel Cosme.
“No ano passado vendemos apenas
10 estandes, era algo embrionário. Neste ano já vendemos 35 estantes, tudo
vendido. Hoje movimentamos dentro do Diba com produção de fruta em torno de R$
57 a 60 milhões por ano tanto para exportação quanto para mercado interno. Com
essa feira queremos um incremento de 30% do total do que vendemos, o que daria
em torno de R$ 20 milhões. Vamos ter rodada de negócios internacionais e para
mercados internos, investimentos bancários com os bancos. Será uma feira bem
ampla”, explica.
Essa
será a segunda edição da Frut & Tec, que tem ainda a parceria do Serviço
Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-RN) e Federação da Agricultura e da
Pecuária do RN (Faern). O evento terá programação técnica, composta por
palestras com expoentes do setor da fruticultura, a exemplo da Associação
Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas),
que tratará de boas práticas de ESG para fortalecer a fruticultura.
O
presidente do Diba, Michel Cosme, reforça que a ideia do evento é também
fortalecer o Diba dentro do Rio Grande do Norte. “Queremos colocar o Diba na
sua verdadeira posição que é ser um dos motores da locomotiva do
desenvolvimento do RN”, acrescentou.
A
programação terá ainda apresentações de novas culturas, como o cacau, e
orientações acerca da qualidade da manga e banana para o mercado interno e
externo. Além disso, ocorrerá a feira de negócios, com exposição produtos,
serviços e implementos agrícolas em área de 30 estandes. As programações terão
início às 9h e seguirão até 19h, com abertura oficial às 18h da quinta-feira
(22).
Dentro
da programação da Frut & Tec, os participantes terão a oportunidade de
conhecer de perto uma área produtora de limão taiti, uma das novas culturas em
produção no Distrito Irrigado. Na visita, serão orientados sobre manejo
adequado para combater doenças e pragas comuns ao cultivo.
Segundo
o gestor do Projeto de Fruticultura do Sebrae RN, Franco Marinho, ao aliar a
área de negócios e orientação técnica, com ênfase na inovação e tecnologia, a
Frut & Tec deve contribuir sobremaneira para o fortalecimento dos negócios
do setor na região do Vale do Açu. Para ele, tais elementos são pontos chave no
desenvolvimento da fruticultura local, especialmente para os pequenos negócios.
“O
Vale do Açu é uma região com um potencial muito promissor, a partir do Diba, e
a Frut & Tec vem para alavancar esse potencial, trazendo conhecimento
técnico e inovador. Somado a isso, o Sebrae atua fortemente no sentido de
promover consultorias estratégicas de gestão e inovação para os produtores, e,
com isso, teremos mais acesso ao mercado e novas oportunidades de negócios”,
avalia.
Ainda
conforme Marinho, o objetivo é tornar o evento bianual, e intercalar com a
realização da Feira Internacional da Fruticultura Tropical Irrigada (Expofruit),
que ocorre em Mossoró a cada dois anos.
A
fruticultura é um dos setores mais representativos para a economia potiguar.
Conforme Boletim do Agronegócio, elaborado pelo Sebrae RN, somente no primeiro
semestre de 2024, o RN exportou mais de US$ 73.318.208 em frutas. Os dados
posicionam o RN como o quarto maior produtor do Brasil.
O
setor é o segundo item na pauta de exportações do Estado, com US$ 74,2 milhões
de dólares exportados, ficando atrás apenas dos óleos combustíveis (US$ 321
milhões de dólares).
Somente as variedades de melão, manga, melancia e mamão respondem por 14,72% de
toda a produção dessas frutas no Brasil. Os dados são da última pesquisa
Produção Agrícola Municipal, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), de 2022. A produção está concentrada, principalmente, no Diba, no polo
produtor de Mossoró e região de Baraúna, maior do Estado.
TRIBUNA DO NORTE