O RN possuía 33 pontes em situação crítica ou ruim, conforme levantamento de maio de 2023 do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) divulgado pelo jornal Folha de S. Paulo esta semana. As informações foram confirmadas pela TRIBUNA DO NORTE junto ao órgão, que informou que apenas um desses equipamentos passou por manutenção até o momento. Ainda de acordo com o Dnit, “24 pontes estão com as ações de manutenção contratadas e cinco estão com reabilitação contratada. Outras duas estão com status para reabilitação prevista”. O órgão não informou nenhum prazo para que os equipamentos estejam, de fato, revitalizados.
De acordo com informações da assessoria do Dnit, em Brasília, as pontes em situação ruim (classificadas com nível 2) ou crítica (nível 1) estão localizadas na BR-101/RN (8 pontes), na BR-110/RN (1 ponte), na BR-226/RN (10 pontes), na BR-304/RN (3 pontes), na BR-405/RN (3 pontes), na BR-406/RN (2 pontes), e na BR-427/RN (6 pontes). O Dnit não especificou qual desses equipamentos já recebeu manutenção nem em que período isso ocorreu. Conforme a Folha de S. Paulo, no RN são seis pontes em situação crítica e 27 em situação ruim.
A informação foi confirmada pela TN com base nos dados que constam no site do Dnit. A requalificação das estruturas está a cargo do Programa de Manutenção e Reabilitação de Estruturas (Proarte). Questionado se existe algum planejamento para evitar riscos aos usuários que utilizam os equipamentos, como a interdição das pontes, por exemplo, o Dnit disse a classificação é feita com notas de 1 a 5, com base nas inspeções realizadas pela autarquia com base em um normativo técnico próprio.
“Tal normativo tem como um de seus objetivos o de classificar as Obras de Artes Especiais (OAEs) – [modo como são chamadas as pontes] – com relação às necessidades de ações preventivas e corretivas levantadas em inspeções, auxiliando na tomada de decisão da autarquia e priorizando os investimentos”, disse o Dnit. “Vale reforçar que a nota de classificação não é indicador para interditar ou não uma estrutura”, acrescentou o órgão sem esclarecer qual a medida para evitar riscos aos usuários.
A TRIBUNA DO NORTE também procurou Getúlio Batista, superintendente do Dnit no Rio Grande do Norte para comentar a questão. À reportagem, ele disse “desconhecer a informação” de que existem equipamentos sob administração da autarquia em situação crítica no Estado. Segundo ele, “não há nenhuma ponte em grau de risco 2 ou 1”.
Batista citou duas situações recentes que tiveram repercussão na mídia, mas que, segundo ele, estão sendo solucionadas. “Teve a questão da ponte sobre o Rio Bonfim no município de Lajes que colapsou em 31 de março [deste ano] devido às fortes chuvas. Assinamos o contrato com a empresa que venceu a licitação no final de maio, no início de junho iniciaram-se as obras e vamos entregá-la na próxima segunda-feira (30), em menos de seis meses de serviços”, disse o superintendente.
“A outra situação é a da Ponte de Igapó, em Natal, que apresentava risco 2, mas estamos recuperando toda ela, num total de 600 metros de extensão”, disse Getúlio Batista. A TRIBUNA DO NORTE questionou o superintendente sobre as informações repassadas pela assessoria de imprensa do Dnit em Brasília, mas ele não respondeu.
TN